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Lampião foi herói ou bandido? Pesquisador Kiko Monteiro tem uma resposta
8 de junho de 2018 - 05:01, por Marcos Peris
Portal Lagarto Notícias
Em 2018, rememoram-se os 80 anos de morte de Lampião, o Rei do Cangaço, pelo nordeste brasileiro. Contudo, neste período, muitas histórias foram contadas, mas até os dias atuais ainda paira a seguinte pergunta: Afinal, Lampião foi herói ou bandido? Esta pergunta será respondida pelo amante do cangaço Kiko Monteiro, que dedicou 20 dos seus 40 anos à pesquisa sobre o assunto, numa palestra a ser realizada no próximo dia 13, às 19h30, na Escola Municipal Alberto Santos Dumont, localizada no povoado Brasília, zona rural de Lagarto.
Ao Lagarto Notícias, Kiko adiantou que a sua palestra desmistificará uma série de conceitos romantizados pela população sobre aquele que ficou conhecido como o Rei do Cangaço em relação à pergunta posta no começo da reportagem. “Lampião teve passagens de caridade benevolência, mas cometeu uma série de barbaridades e chegou a ser um aliado de coronéis, com isso, era um homem que vivia com certos luxos em plena caatinga. Por isso, minha palestra desmistificará certos conceitos sobre ele apresentando fatos contados e pesquisados por grandes nomes e por gente que conviveu e lutou contra ele”, disse Monteiro.
Entre os personagens que reforçam a bagagem cultural do pesquisador sobre o cangaço brasileiro estão a cangaceira que sobreviveu ao massacre ocorrido na Grota do Angico, em Sergipe, que ceifou a vida de Lampião e Maria Bonita e mais nove cangaceiros: Sila de Zé Sereno, que conheceu durante uma exposição ocorrida no Shopping Riomar, em Aracaju, no ano de 2000. Mais tarde, ele também conheceria outra ex-cangaceira, Aristéia, e do lado da Polícia o Tenente João Gomes de Lira e o ex-soldado Neco de Pautilia.
“Ao longo destes 20 anos tive oportunidade de entrevistar muita gente, mas posso dizer que estar frente a frente com estes personagens foram troféus para minha pesquisa”, destacou Kiko.
O acusado que nunca foi preso
Questionado sobre algumas curiosidades referentes à vida do rei do cangaço, Kiko relembrou que o mesmo, apesar dos crimes que cometia, foi caçado, porém nunca foi preso pelas Forças Volantes de sete estados percorridos por ele no nordeste brasileiro. “Até hoje, muita gente se pergunta como ele conseguiu essa proeza. Assim como muitos duvidam que ele tenha morrido na madrugada de 28 de julho de 1938″, comenta.
Se por um lado, Lampião era cassado, por outro era muito respeitado pelo seu bando que registrou passagens pelos municípios sergipanos de Simão Dias, Capela e Nossa Senhora das Dores, entre outros.
“Naquela época, Lagarto já tinha um contingente policial de número expressivo para manter a ordem caso ele resolvesse invadir a cidade, coisa que nunca aconteceu. Mas internamente, ele era um homem vaidoso, que gostava de itens de luxo, de ser fotografado, e que era muito temido e respeitado pelo seu bando. Tanto é que não há um registro sequer de algum cangaceiro que tentou matá-lo, “de traição” para tomar seu lugar ou quem sabe até executar um serviço, devidamente pago, pelas das autoridades que o odiavam, só para livrar o Nordeste da sua sina sangrenta”, rememora o pesquisador.
Kiko Monteiro, como é popularmente conhecido, é da vertente que busca desmistificar uma série de conceitos sobre o chamado “cangaço lampiônico” e como este é um dos temas mais escritos do país, um evento está sendo pensado para ser realizado em Lagarto em breve. Mas, certamente, para os amantes do assunto, a palestra a ser ministrada na escola situada no povoado Brasília já está de bom tamanho e é imperdível.