- PUBLICIDADE:
- Minas Telecom
- Hábyto
- Consultoria em Marketing
- OX
- VIDAM
Supersafra de abacaxi em Lagarto, Riachão, Salgado e Boquim derruba preço do fruto
19 de dezembro de 2017 - 06:45, por Marcos Peris
Já é possível encontrar abacaxi por R$ 1,00 nas feiras livres e mercados de Aracaju e demais cidades do Estado sergipano. A fruta, que custava R$ 3,00 até então, apresenta queda significativa no valor por conta da supersafra deste ano na região sul e centro-sul do Estado, onde estão os municípios produtores, como Riachão do Dantas, Itabi, Lagarto, Boquim, Salgado, Umbaúba, Indiaroba e Pedrinhas. Para quem compra a fruta diretamente no campo encontra abacaxi por R$ 0,50.
Com a grande produção, indústrias de processamento, como TopFruit e Maratá, estão com estoques lotados e deixaram de comprar. Quem conta é o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Esmeraldo Leal.
“Este ano o inverno foi bom. Teve alta produtividade e o abacaxi está produzindo muito. Em compensação o preço reduziu bastante. O plantio do abacaxi acontece com mais força em Riachão do Dantas, Lagarto e Aquidabã. Mas o que aconteceu foi que este ano quase todo o Estado plantou. Teve uma supersafra que chegou no limite das fábricas”, disse o secretário.
Segundo Esmeraldo, em 2016 o preço do abacaxi dobrou, portanto, em consequência a produção aumentou este ano em Sergipe, principalmente por causa do inverno rigoroso, e agora, como um efeito dominó, a preocupação é que em 2018 a produção caia. “Se der uma baixa muito grande este ano, ano que vem o pessoal planta menos e as fábricas passam a ter dificuldade de acesso ao abacaxi”, explica.
O secretário ressalta a preocupação com a produção nos próximos anos, portanto, está em conversa com os diretores das indústrias para que não parem de comprar. “Nós estamos tentando negociar com as fábricas para que elas façam um esforço de ampliar estoques e integrar. Nós temos uma cultura forte aqui no Estado, na forma como a indústria lida com a matéria-prima, que é de explorar sempre o máximo. Acaba depois pagando as consequências, porque o setor pode reduzir a oferta e eles terem problemas no acesso. Estamos tentando fazer com que as fábricas façam até um gesto de investir no setor, aliviar o setor, e continuar também nessa perspectiva não só de recepção do abacaxi deste ano, mas para não ter frustração ano que vem”, reitera Esmeraldo.
Segundo o secretário, a produção é muito grande, portanto é preciso que os produtores vendam muito também, mesmo com o preço baixo. “Assim ele repõe o custo e em alguns casos acaba tendo lucro. E não cair nessa falsa impressão de que como baixou muito todo mundo tomou prejuízo. Baixou muito, mas todo mundo produziu muito mais. Ganha por quantidade”, afirma. (Laís de Melo, JC)