Belivaldo Chagas conhece trabalho desenvolvido pela Fazenda da Esperança

19 de julho de 2017 - 08:38, por Marcos Peris

O governador em exercício Belivaldo Chagas visitou nesta terça-feira, 18, a Fazenda da Esperança São Miguel, no município sergipano de Lagarto, para conhecer os trabalhos realizados no local. A Fazenda da Esperança é uma comunidade terapêutica com mais de 30 anos de experiência na recuperação de jovens e adultos dependentes químicos. Em Sergipe, já são 27 anos de história.

Belivaldo Chagas conhece trabalho desenvolvido pela Fazenda da Esperança / Fotos: Jorge Henrique/ASN

Belivaldo Chagas conhece trabalho desenvolvido pela Fazenda da Esperança / Fotos: Jorge Henrique/ASN

“Fiz questão de conhecer de perto as ações da Fazenda Esperança. Fiquei impressionado com os depoimentos das pessoas acolhidas aqui. Quis conhecer melhor esse trabalho para avaliar o que podemos fazer para ajudar essas pessoas que buscam a recuperação. Resolvi que precisava vir para sentir o que é feito aqui. O governo do Estado já ajuda esse espaço por meio de convênios, mas queremos ver de que forma podemos melhorar esse auxílio. A Fazenda tem um modelo que tem dado certo nesses quase 30 anos. Vamos passar um relatório para o governador Jackson Barreto para que ele conheça mais sobre o trabalhos realizado aqui. Vim hoje fazer essa visita não só como governador, mas como cidadão. E estou feliz por ter tido essa oportunidade”, declarou Belivaldo.

Já são 130 unidades da Fazenda Esperança espalhadas pelo mundo, cerca de 70 no Brasil. Em Sergipe, além da São Miguel, que atende usuários do sexo masculino, há a unidade feminina Fazenda Santa Francisca Romana, também em Lagarto, e a Fazenda Santa Rita (masculina), em Gararu. Segundo o coordenador regional das fazendas, Maurício Bovo a instituição sustenta-se pelo tripé: trabalho, convivência e espiritualidade e depende, sobretudo, do voluntariado.

Belivaldo conhece estrutura física da Fazenda da Esperança

Belivaldo conhece estrutura física da Fazenda da Esperança

Maurício, que no passado foi acolhido por uma das unidades da Fazenda Esperança e conseguiu se recuperar, deixou o emprego que tinha em um grande banco para dedicar-se ao trabalho na comunidade. “No Brasil, de 20 e 30 mil pessoas já passaram pelas fazendas. Atualmente elas acolhem mais de 1.000 pessoas em 17 países. Ela se espalhou através da gratuidade daqueles que se recuperam. Porque quem se recupera muitas vezes permanece em uma dessas unidades e trabalha para receber os outros. É um trabalho que se multiplica. Como no meu caso, que fui um dia acolhido na fazenda. Alguém me estendeu a mão e graças a Deus consegui a minha recuperação. Depois sentir que não deveria guardar isso só pra mim, foi o que me motivou a voltar à fazenda, porque se as pessoas fossem egoístas eu não teria espaço nas fazendas um dia. Eu pude ser acolhido porque houve pessoas que renunciaram a tudo lá fora para estar na fazenda e me acolher e isso me motivou a voltar. Sentia que minha vida não era mais minha, precisava repassar isso para outros”, relatou.

O coordenador lembrou que o tratamento na Fazenda é gratuito. Mas que algumas famílias, quando podem, colaboram recebendo as cestas com produtos produzidos pelos membros da Esperança para revenda. “É uma forma também de envolvermos as famílias no tratamento, o que é fundamental para recuperação dessas pessoas. Tem muita gente nessa situação de querer sair dessa condição, mas que não consegue sozinho e a Fazenda veio justamente para acolher essas pessoas, porque se a gente não tem uma orientação, local adequado que favoreça àquela pessoal que quer sair dessa vida de drogadição, realmente fica muito complicado. Então a fazenda é esse espaço agradável, familiar, com pessoas que já passaram pelo mesmo problema, com uma metodologia que contribui para que a pessoa possa se encontrar e dá passos para ficar livre da drogadição. E é uma metodologia que já está sendo comprovada há mais de 30 anos, um jeito de se viver, que favorece e ajuda as pessoas que precisam de uma vida nova”, explicou Maurício.

De acordo com Maurício, 80% das pessoas que chegam às unidades conseguem se recuperar. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas com idade entre 15 e 45 anos, que deseja livremente se recuperar de drogas, álcool e outros tipos de vícios. É necessário entrar em um processo pedagógico de 12 meses de duração.

Roney Patrício é uma das pessoas acolhidas na unidade de Lagarto e conta que encontrou na Fazenda valores que não tinha lá fora. “Foram dez anos de drogadição. Mas vi que essa vida não leva a nada. Então, estou aqui há 8 meses. Perdi minha esposa e filhos, mas depois que entrei aqui nos reconciliamos. O que não tinha lá fora, encontrei aqui, família, irmãos, espiritualidade e trabalho”.

Há um mês, Ana Grace foi acolhida na unidade feminina de Lagarto, que além de dependentes de álcool e outras drogas, também atende pessoas com depressão. De família de classe média e pós graduada, a jovem representa um perfil diferenciado do que, na maioria das vezes, é associado aos membros da comunidade.

“Sofri com uma forte depressão e síndrome do pânico. Depois de um momento de vulnerabilidade, encontrei paz aqui na Fazenda da Esperança. Estamos aqui para dizer que não somos pessoas à margem da sociedade, a sociedade está aqui. Qualquer um pode precisar de um lugar como este, assim como aconteceu comigo. Todos estão expostos à violência e podem precisar deste tipo de ajuda”, destacou Ana Grace ao enaltecer a dedicação e trabalho realizado na Fazenda.

A visita do governador em exercício à Fazenda foi acompanhada pelo deputado federal Fábio Reis; deputada estadual Goretti Reis; secretários de Estado da Mulher, Inclusão e Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos, José Sobral, da Segurança Pública, João Eloy, interina da Casa Civil, Conceição Vieira, da Comunicação Social, Sales Neto e da Justiça, Cristiano Barreto. Assim como do superintendente executivo da Secretaria de Estado da Saúde, Luís Eduardo e do diretor-presidente da Fundação Renascer, Wellington Mangueira e assessores do Estado.

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O Xingó Parque Hotel & Resort está situado perto da usina hidrelétrica Xingó e dos famosos cânions do Velho Chico, a 77 km do Aeroporto Paulo Afonso. Tudo isso, às margens do Rio São Francisco no município sergipano de Canindé. 

 

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