Autoridades policias de Lagarto questionam decisão do STF e a reforma da previdência

7 de abril de 2017 - 05:18, por Marcos Peris

Portal Lagarto Notícias

Na última quarta-feira (5), o pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pelo veto da suspensão do direito a greve de todos os servidores diretamente ligados a segurança pública. A decisão, no entanto, foi questionada por autoridades policiais e especialistas ligados à área, que também demonstraram preocupação com os efeitos da reforma previdenciária sob a categoria.

Relembre: Policiais civis, militares e federais são proibidos de realizarem greve pelo STF

Para o delegado regional, Hilton Duarte, a decisão do pleno do STF foi vista como um retrocesso, uma vez que os policiais civis, ao prestarem concurso público, tinham a ciência do seu direito a greve e livre manifestação. “A gente ver essa decisão com uma visão bastante negativa e acho que deve haver alguma manifestação dos policiais civis”, acrescentou Duarte.

Para o Tenente Coronel da Polícia Militar (PM) e comandante do 7° Batalhão de Polícia Militar (7°BPM), Kleberson Pinheiro, a supressão do direito a greve engessa a classe policial no debate em torno da reforma previdenciária. “Ai nos retiram a greve, nos colocam na reforma e nós não podemos fazer nada”, falou o tenente coronel da PM.

Para o tenente coronel, o direito a greve deveria permanecer desde que houvesse um contingente minimo em serviço

Pinheiro defendeu o direito a greve dos policiais civis desde que houvesse um contingente mínimo em serviço

Na reforma previdenciária, os militares serão inclusos em um regime especial, medida que tem indignado o delegado regional de Lagarto. “Os militares vão para uma regra diferenciada, enquanto nós teremos o tempo de serviço prolongado. Então quer dizer que para isso nós somos diferentes deles?”, questionou a autoridade ao lembrar que os militares já não possuíam o direito a greve.

Para Hilton Duarte, a reforma previdênciária colocará em cheque a qualidade dos serviços policiais

Para Hilton Duarte, a reforma previdenciária colocará em cheque a qualidade dos serviços policiais

Hilton Duarte também falou que o aumento do tempo de contribuição do policial civil poderá diminuir a qualidade dos serviços prestados pelos agentes a sociedade. Uma vez que – em sua ótica – o trabalho desenvolvido pelos policiais civis afetam o estágio mental e físico dos mesmos. “Os policiais quando se aposentam não tem o mesmo rendimento e os meliantes são jovens”, comentou o delegado.

Entretanto, o ex-secretário de Segurança Pública e ex-delegado federal e ex-secretário municipal da Ordem Pública, Kércio Pinto, mostrou-se contra a existência do direito a greve aos policiais devido a importância destes para a sociedade. Para ele o que deveria existir era um “canal permanente de negociação e o estabelecimento, na legislação pátria, de normas garantidoras dos direitos desses profissionais para, em caso de descumprimento pelos governantes, seja acionada a justiça”.

Reforma ampla e irrestrita

Para os ex-secretário de Segurança Pública e ex-delegado federal e ex-secretário municipal da Ordem Pública, Kércio Pinto, a reforma da previdência deve abranger a todas as categorias da sociedade, incluindo políticos e membros ligados a justiça.

Sobre a greve, Pinto defendeu a supressão da mesma e a existência de um canal de diálogo entre as partes

Kércio Pinto defende a exclusão dos políticos favoráveis a uma reforma previdenciária que não assista todas as categorias

“A exclusão de um segmento irá descaracterizar o que chamam de Reforma da Previdência e a sociedade, em sua maioria penalizada, terá que protestar para que ela não se transforme em Lei. Não sendo vencedora, então que essa mesma sociedade passe a excluir do processo eleitoral vindouro os nomes dos políticos que desconfiguraram o projeto, em busca de benefícios próprios e de uma casta privilegiada”, concluiu Pinto.

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