Lira Senhora Santana: Patrimônio cultural de Boquim

3 de abril de 2017 - 10:24, por Marcos Peris

“Quando aprendemos música é como se estivéssemos aprendendo um idioma diferente. Basta olhar para a partitura”, disse o matemático José Valter, componente há quinze anos da Sociedade Musical Senhora Santana do município de Boquim, ao fazer um apelo para que os pais incentivem seus filhos a buscarem a música “como forma de aprendizado, desenvolvimento e de expressão. A música traz alegria, paz, ajuda no dia a dia, é fundamental. As crianças crescem intelectualmente e ocupam um tempo que poderia estar ocioso e propenso a outras realidades do mundo. A Lira me trouxe disciplina”.

Lira Senhora Santana

Lira Senhora Santana

A Sociedade Musical Senhora Santana, comumente conhecida como Lira Senhora Santana, foi fundada no ano de 1983, pelo então prefeito Horácio Fernandes Fontes e outros membros da sociedade, sendo atualmente uma das mais importantes expressões musicais da cultura boquinense. Seu atual diretor é o professor de música e regente Gilson Andrade, que está na Lira desde a fundação quando entrou como aluno tocando bombardino, um instrumento de contracanto. Foi aprendendo outros instrumentos para ajudar o maestro da época, Neldon Farias, nas apresentações da banda. A escola de música tem instrumentos próprios, doados na sua maioria, e atende gratuitamente pessoas de todas as idades. Funciona na Praça da Laranja em um antigo prédio da década de 50, que já abrigou o Mercado de Carne da cidade e passa por reforma para se adequar as necessidades atuais. Conta hoje com uma ampla sala de ensaios, sala de estudo, escritório, cozinha, banheiro, sala de descanso, um estúdio em construção e uma oficina. Ao longo dos anos tem se destacado e ganhado prêmios importantes, apesar das dificuldades. Sua maior formação contou com quarenta e seis componentes, mas atualmente a Lira sofre com a falta de material humano.

“Hoje precisamos de alunos e de verba. Temos um espaço grande e são muitos instrumentos para dar manutenção, mas aluno ainda é o que mais precisamos. Perdemos alguns componentes e por isso estamos sempre em busca de novos alunos. Preparar um músico requer tempo e aí a banda vai defasando. Perdemos alunos para o palco, para a vida porque precisam trabalhar, estão estudando na capital, temos aqui estudante de música da UFS, e fica difícil para eles manterem a rotina de ensaios e apresentações, e outros perdemos para bandas militares, mas aí a gente perde sabendo que eles estão indo para um lugar bom, e é uma alegria muito grande”, disse o regente Gilson. Esse é o caso do aluno Adionelle Castro, que está na Lira desde 2012 e prestou concurso para a Escola de Sargento das Armas (ESA) do Exército Brasileiro. “A Lira é uma grande porta de oportunidades. Prestei concurso para entrar na banda militar da ESA, passei na primeira etapa intelectual, depois na física e de saúde. No dia 20/3 estive na Escola de Logística no Rio de Janeiro onde fiz o exame de habilitação musical. Por já saber tocar eu tirei uma boa nota. O resultado oficial sai dia 5 de abril”, disse Adionelle.

Regente Gilson

Regente Gilson

Um dos caçulas da banda, Fernando Franca tem nove anos e há dois faz parte da Lira tocando clarinete. “Eu gosto de tudo e quero fazer isso pra sempre. Nem fico nervoso nas apresentações”, disse ao recordar que o lugar que mais gostou de se apresentar foi em Cachoeira na Bahia “porque tinha muita gente”, contou Fernando. Já o veterano Wendell Rocha, na Lira há quatorze anos, passou por experiências na Banda Seway e na Calcinha Preta onde ficou por quatro anos, e hoje sobrevive de música. “Sou grato a Lira por todas as oportunidades que tive. Música é minha vida, minha paixão. Daqui já saíram três músicos para bandas militares. É preciso que os pais incentivem seus filhos, venham conhecer a Lira. Muitas vezes as crianças se encantam, mas falta o incentivo dos pais”, disse Wendell.

A Lira, que se apresenta gratuitamente em eventos das igrejas e praças públicas de Boquim, é uma entidade de cunho cultural, artístico, recreativo, sem fins lucrativos e atualmente sobrevive de contribuintes. “Temos um pequeno quadro de sócios que nos ajudam de forma mensal, anual, por débito em conta ou carnê. O valor é quanto puder contribuir. Antes recebíamos ajuda também das verbas de subvenções da Assembleia Legislativa de Sergipe, mas agora não recebemos mais. Também temos a oficina, onde conserto os nossos instrumentos, o que evita um gasto maior. Temos instrumentos de vinte anos. Também ensino os meninos e consertamos instrumentos de fora também, de outras bandas, e parte desse valor vai para ajudar na manutenção da Escola”, conta Gilson.

Os ensaios da Lira Senhora Santana acontecem aos sábados à tarde e as aulas para quem quer começar a tocar um instrumento acontecem três vezes por semana, as segundas, quartas e sextas-feiras, das 8h às 10h e das 14h às 16h, na sede. Gilson informa que “a partir do momento em que a criança já sabe ler bem já pode começar a estudar música e não há um limite de idade”. Para conhecer a Lira e ou ser um sócio contribuinte é só entrar em contato pelo telefone 99966-3845. (Por Ju Gomes)

 

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