- PUBLICIDADE:
- Minas Telecom
- Hábyto
- Consultoria em Marketing
- OX
- VIDAM
Irrigação é racionada em Itabaiana e Tobias Barreto para garantir abastecimento humano
16 de fevereiro de 2017 - 16:45, por Marcos Peris
Ausência de chuvas volta a preocupar os agricultores lotados em projetos de irrigação pública e, mais uma vez, lavouras do município de Itabaiana passam por racionamento. A exemplo do já ocorrido no Perímetro Jacarecica I, na Ribeira o balanço hídrico da barragem que lhe abastece, aponta ter água suficiente para irrigar até o mês de Março.
No Perímetro Jabiberi, em Tobias Barreto, a distribuição de água foi reduzida a dois dias por semana. Ambos polos irrigados são administrados pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que tomou as medidas como forma de prevenir um propenso desabastecimento para o consumo humano, caso às chuvas não venham recuperar o nível desses reservatórios.
Embora essas barragens tenham sido construídas, há 30 anos, com a função de acumular e fornecer água para irrigação nos lotes agrícolas atendidos pela Empresa – ligada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri) – a demanda crescente da população urbana, contrastando com a diminuição de outras fontes para captação de água potabilizável, obrigou a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), lançar mão à reserva hídrica destes dois perímetros irrigados da Cohidro e também na do Piauí, em Lagarto, 75km a da capital.
Por agora, segundo o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro (Dirir), João Quintiliano da Fonseca Neto, a prioridade do Perímetro de Tobias Barreto, há 105km de Aracaju, é apenas com a dessedentação animal. “No Jabiberi, praticamente todos os 74 irrigantes são pequenos pecuaristas que aderiram à produção de leite, via programa Balde Cheio. Antes que não seja possível nem matar a sede do gado, foi decidido poupar a água antes usada também para irrigar a pastagem rotacionada, mantendo o fornecimento somente duas vezes por semana. Pelo menos até o fim do mês de Fevereiro”, considerou.
Presidente da Cohidro, José Carlos Felizola Filho, explica que as medidas de contenção no uso da água são para prevenir um problema maior, que é o desabastecimento das cidades.
“A Companhia está sendo ainda mais restritiva nesses três perímetros (Jabiberi, Ribeira e Piauí), porque compartilhamos a água com a Deso. Não vamos poder fazer como no Jacarecica I, em que disponibilizamos água aos agricultores até o fim, ao ponto da EB (estação de bombeamento) não ter mais condição de bombear. Nesses outros, fomos obrigados a diminuir drasticamente o consumo pela irrigação e até impor uma data limite para dispor a água, caso as chuvas não reponham os níveis das barragens. Isso por causa do consumo humano, que depende também destas reservas e é, por lei, prioridade”, avaliou.
Gerente da Ribeira, situado no município 54km da capital, Augusto César Rocha Barros explicou que o racionamento da irrigação já ocorre há 5 meses e que em reunião no dia 31 de janeiro deste ano, entre a Dirir e representantes dos produtores, foi informado que a barragem do Perímetro, conhecida por Cajaíba, se encontrava só com 45% de sua reserva hídrica e reduzindo mais, a cada dia. “Foi nessa data que informamos que só vamos poder garantir irrigação até o mês de março e que depois disso, caso a chuva não mudasse o quadro, iria parar, sem ainda uma data definida”, alertou. Nesse encontro, os agricultores foram orientados a não investir mais em culturas de ciclo longo, para evitar prejuízos com o alto risco de interrupção no fornecimento de água.
“Das antes 12 horas de fornecimento de água diárias, desde setembro do ano passado, passaram a ser 10. Em novembro, foram outras 4 horas a menos e, desde então, estamos fornecendo 8 horas de irrigação, sete dias por semana”, completou Augusto Cesar, sobre o gradativo racionamento. O alto e ininterrupto consumo de água na Ribeira se deve ao fato de a maioria dos irrigantes produzir hortaliças de forma contínua. Isso confere, ao polo irrigado de Itabaiana, a capacidade de fornecer alimentos frescos diariamente aos mercados de Salvador e Aracaju.
Lagarto
João Fonseca também adianta que no Perímetro Irrigado Piauí, “embora o balanço hídrico feito na barragem não forneça risco de falta de água imediata, para a irrigação e consumo da Deso, este quadro pode mudar, caso a incidência de chuvas não ocorra satisfatoriamente”, avisa.