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Webpalestra aponta que homicídio é a maior causa de morte entre homens de 20 a 39 anos
7 de dezembro de 2016 - 06:00, por Marcos Peris
Por Ítalo Duarte
O que mais mata a população masculina entre 20 e 39 anos são os casos de homicídios. É o que garante a especialista em Vigilância em Saúde e Analista de Situação em Saúde do Núcleo Estratégico da Secretaria de Estado da Saúde (Nest/SES) Patrícia Lima da Silva. Ela e mais duas profissionais participaram das webpalestras promovidas pelo Tele-educação transmitidas diretamente da Fundação Estadual de Saúde (Funesa), que abordaram temas referentes à saúde do homem.
De acordo com os dados levados referentes ao ano de 2015, em Sergipe, o homicídio é a principal causa de morte de adultos entre 20 e 39 anos, seguida de acidentes de trânsito e suicídios. Já as mortes de adultos entre 40 e 59 anos, em sua maioria, são consequência da violência no trânsito.
“Ou seja, 28,9% da taxa de mortalidade da população masculina de 20 a 59 anos correspondem às causas externas. Os números são alarmantes”, alertou Patrícia.
Os custos para o Estado também são altos. Segundo ela, 33,39% das internações são provenientes dessas causas externas, o que gera um custo de R$ 6.218.823,70.
“Isso é algo que é evitável, em que pode ser feita prevenção”, comentou.
De acordo com dados de 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na proporção populacional em Sergipe, os homens são maioria até a faixa etária dos dez anos. Após essa idade, a proporção cai devido ao aumento da taxa de mortalidade.
Saúde do homem
Já na webpalestra de Kátia Menezes de Aragão, assistente social sanitarista e responsável técnica em Sergipe pelas Práticas Integrativas e Complementares no SUS, o tema abordado foi a “Inserção do Homem na Atenção Básica” através do desenvolvimento dessas práticas, que estimulam os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde.
Ela explicou que, “as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) correspondem à medicina tradicional chinesa, acupuntura, homeopatia, fitoterapia, medicina antroposófica e termalismo-crenoterapia”.
De acordo com Kátia, os municípios sergipanos já desenvolvem as PICs em suas unidades de saúde. São eles: Aracaju, Barra dos Coqueiros, Boquim, Campo do Brito, Carira, Cumbe, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Poço Verde, Propriá, Riachão do Dantas, Ribeirópolis, Simão Dias e Tobias Barreto.
“As PICs enfatizam a necessidade de mudança de paradigmas no que concerne à percepção da população masculina em relação ao cuidado com a sua saúde e a saúde de sua família”, frisou Kátia, justificando que, “implantando as Práticas Integrativas na Atenção Básica, é possível atrair mais a população masculina”.
Em relação à participação do homem no planejamento reprodutivo, a Apoiadora Institucional da Região de Itabaiana, Fernanda Barreto Aragão, apresentou o Guia do Pré-Natal do Parceiro para Profissionais de Saúde.
“Historicamente falando, a população masculina sempre foi excluída dos momentos relacionados ao planejamento reprodutivo, pré-natal, puerpério. Hoje em dia existem movimentos crescentes em todo o mundo para inclusão dos indivíduos do sexo masculino durante todo esse momento”, afirmou.
Segundo ela, o guia surge como uma ferramenta inovadora e objetiva contextualizar a importância do envolvimento consciente e ativo dos homens no planejamento reprodutivo. “A gravidez também é assunto de homem. Estimular a participação é fundamental para o bem estar da mãe e do bebê”, enalteceu.
Tele-educação
Eneida Ferreira, coordenadora do Programa Telessaúde Brasil Redes em Sergipe, reiterou a importância das webpalestras para qualificar ainda mais os profissionais de saúde.
“O Tele-educação registra esse momento em que os esforços se somam num alerta ao cuidado em saúde da população masculina, se traduzindo numa ação importante de educação permanente para os profissionais de saúde do Estado”, afirmou.
A mediadora da transmissão do Tele-educação dessa semana foi Gildete Maria Ávila Carvalho, Apoiadora Institucional da Região de Lagarto. Ela recebeu perguntas dos profissionais participantes que acompanharam a ação em diversos municípios sergipanos que têm implantados pontos do programa Telessaúde Brasil Redes, gerenciado no Estado pela Funesa.
O programa é uma ação nacional que busca melhorar a qualidade dos serviços prestados no Sistema Único de Saúde, promovendo a educação permanente para as Equipes de Saúde da Família (ESF), por meio das ferramentas de tecnologias da informação, em que os profissionais podem tirar suas dúvidas e terem o apoio na qualificação do cuidado, reduzindo encaminhamentos desnecessários e custos para outros níveis de atenção em saúde.
Em Sergipe, o núcleo teve início em 2013 e, atualmente, conta com 157 pontos de conectividade implantados e disponíveis para uso em 72 municípios do Estado de Sergipe.
O núcleo é composto por Teleconsultores (enfermeiro e médico), telerregulador (médico), monitores de campo, gestores, técnicos de informática e assistentes administrativos, que estão disponíveis para apoiar, orientar e fortalecer o uso da ferramenta Telessaúde, auxiliando na discussão do processo de trabalho, na promoção à saúde e, consequentemente, na melhoria do cuidado e dos indicadores de saúde.