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HRL já atendeu este ano mais de 3 mil vítimas de quedas e de 2 mil por violência no trânsito
30 de novembro de 2016 - 02:45, por Marcos Peris
Por Tito Lívio de Santana
Na última segunda-feira (21), o vigilante José Wilson Alves de Carvalho, de 44 anos, precisou se deslocar até a cidade baiana de Paripiranga, na divisa com Sergipe. Há cerca de um mês, o vigilante, que é natural da cidade baiana, mas há quase 20 anos reside no município sergipano de Simão Dias, na região Centro-sul, havia sido assaltado e sua motocicleta levada pelos assaltantes.
Informado sobre a localização e apreensão de sua motocicleta no município baiano, na segunda-feira passada, José Wilson viajou a Paripiranga, quando acabou se envolvendo em algo inesperado: um acidente. “Saí com a moto emprestada com meu primo para Paripiranga e lá, de repente, senti uma cãibra, perdi o controle do veículo que acabou caindo sobre a minha perna, fraturando-a”, conta o vigilante, que está internado em uma das enfermarias cirúrgicas do Hospital Regional Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro (HRL), em Lagarto, na região Centro-Sul do Estado.
No acidente, José Wilson, que trabalha como vigilante no Fórum Municipal de Simão Dias, acabou sofrendo uma fratura na perna esquerda e foi removido por uma ambulância da prefeitura municipal de Paripiranga para o HRL, onde foi atendido pelo Serviço de Ortopedia da unidade, submeteu-se a vários exames, como Raio-X e hemograma, e agora aguarda por uma cirurgia.
“Em comparação a outros hospitais que conheço, onde muitas vezes o paciente fica abandonado por dois a três dias em um corredor, o atendimento daqui é ótimo, desde o médico ao de enfermagem e também a alimentação”, reconhece o vigilante. “Em Paripiranga há hospital, mas o atendimento é precário. Lá tem médico um dia, no outro não”, acrescenta.
Quedas e acidentes
Responsáveis por um grande número de pacientes que acabam lotando as urgências e emergências hospitalares em todo o país, as quedas, como da própria altura, de telhados, camas, escadas, dentre outros tipos, e os acidentes motociclísticos continuam sendo a causa do atendimento diário a muitos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) na urgência e emergência do HRL, como no caso do vigilante José Wilson.
De acordo com os relatórios de produção da unidade e os registros no Sistema Integrado de Informatização do Ambiente Hospitalar (Hospub), do Ministério da Saúde, somente de janeiro a outubro deste ano, o HRL já atendeu quase 3.100 pacientes que sofreram algum tipo de queda. Em relação à violência no trânsito, o hospital já assistiu, no mesmo período, 2.153 vítimas de acidentes automobilísticos, motociclísticos e atropelamento. Deste total, 89,9% correspondem a pacientes envolvidos apenas em acidentes com motos e motonetas (1.936).
No caso das quedas, como da própria altura, de telhados, calçadas, dentre outros tipos, elas totalizam 3.066 de janeiro a outubro de 2016 e já representam este ano um número 42,4% maior que o total de pacientes atendidos no HRL vítimas de violência no trânsito.
De acordo com os relatórios de produção e os dados do Hospub, além das 1.936 casos de pacientes envolvidos em acidentes de motocicletas e motonetas, a urgência e emergência do Hospital de Lagarto já atenderam no mesmo período 111 vítimas de acidentes automobilísticos e outras 106 que sofreram atropelamentos.
Em termos absolutos, o número de vítimas de violência no trânsito representam até o momento em torno de 4% do total de pacientes atendidos até outubro pelo HRL, que chega a pouco mais de 53 mil usuários. Já as vítimas de quedas correspondem a cerca de 5,7%. No mesmo período, outros 1.123 pacientes foram atendidos no Pronto Socorro do HRL, após sofrerem traumas diversas, segundo as notificações no Hospub.
Consequências
Segundo especialistas, as quedas são ocasionadas por vários fatores e também provocam inúmeras consequências, assim como os acidentes no trânsito. Tanto em crianças, quanto em adultos e pacientes com idade acima dos 60 anos, as quedas, sejam da própria altura e ou outros tipos, provocam lesões e fraturas que demandam maiores cuidados e tratamento hospitalar. Nos jovens, as fraturas atingem principalmente os membros superiores, enquanto nos idosos prevalecem dois tipos de fraturas: as de Colles (do rádio associada à ulna) e as da região do quadril (como as de fêmur), que são mais graves e geralmente demandam intervenções cirúrgicas.