Chuvas: Lagarto e Riachão ficam próximos da média durante o mês de julho

18 de agosto de 2016 - 08:10, por Marcos Peris

O meteorologista Overland Amaral, coordenador do Centro de Meteorologia, divulgou nesta terça-feira, 16, o boletim pluviométrico referente aos meses de maio, junho e julho, e confirmou o que havia dito em abril: as chuvas nesses períodos ficaram abaixo da normalidade, com déficit acumulado de -510 mm e -170 mm na média regional.

De acordo com o boletim, no mês de maio, as chuvas ficaram ligeiramente acima de 50 mm na região Centro- -Sul do Estado, e nas demais regiões, ficaram na média ou abaixo da média. Em junho, as chuvas foram mais distribuídas pelo Estado, mas abaixo do normal. Em julho foi extremamente abaixo do normal, com alguns municípios próximos da média, como Boquim, Lagarto, Riachão do Dantas, Capela e na Grande Aracaju.

“As nossas previsões no mês de abril, com relação às estações chuvosas seguintes, foram acertadas. Prevíamos uma estação normal, abaixo da média, isso com base nos parâmetros oceânicos e atmosféricos que nos indicam essas condições climáticas da estação chuvosa. O que significa normal abaixo da média? Significa ter chuvas alternadas, irregulares, concentradas em períodos e, por outro lado, esse tempo entre uma ocorrência de chuva e a outra configura no que denominamos de ‘veranicos’, como, de fato, aconteceu, com predominância de insolação e chuvas sempre abaixo do limite da normalidade”, explica o meteorologista.

Por regiões

Segundo o balanço pluviométrico, a média normal para o Litoral sergipano nos últimos três meses é de 689,9 mm, mas foram observados 516,7 mm, perfazendo um déficit de 173 mm. No Agreste, a média histórica sempre andou na casa dos 495 mm, mas, desta vez, foram registrados no último trimestre 298 mm, com déficit de 197 mm. Já no Sertão, a média para o perí- odo é de 350 mm. Nos últimos 90 dias, foram computados 210 mm, com déficit de 140 mm. Ou seja, tem chovido pouco e o inverno está com cara de verão. “Está sendo um inverno com déficit acentuado, com grandes períodos de estios”, confirma Overland.

Um dos causadores da estiagem é a predominância de massa de ar de alta pressão, a qual sobressai sobre a região Tropical Leste do Atlântico Sul e que causa esse bloqueio da entrada do sistema chuvoso, como explica Overland.

Outro fator determinante é o fenômeno El Niño. “Já estamos saindo desse fenômeno, que provoca seca severa em toda parte Norte do Nordeste do País. No final de abril, o El Niño finalizou sua atuação, abrindo passagem para o período de neutralidade, com características e alternâncias do próprio El Niño e do La Niña, simultaneamente, o que dificultou o estabelecimento da maior frequência de chuvas para a região”, justifica.

Possivelmente, prevê Overland, as chuvas devem aparecer com a chegada do fenômeno La Niña, que, oposto ao El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental.

“Em breve, a partir do final de setembro, poderá haver um fluxo maior de sistemas de chuvas, recuperando o déficit nos meses de maio, junho e julho, conforme apontam os nossos modelos climatológicos, retornando o nosso período chuvoso e ajudando a recuperar setores da agricultura, as barragens, açudes e todos os sistemas hidrográficos. Mas isso é apenas previsão, vale destacar”, conclui. (JC)

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