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Em Sergipe, pesquisadora busca alternativa preventiva ao câncer de pele
15 de julho de 2016 - 11:15, por Alexandre Fontes
Por Keizer Santos
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontou em recente levantamento, que a cada ano mais de 12,7 milhões de pessoas no mundo são diagnosticadas com câncer. Deste número, mais da metade morrem vítimas da doença. Segundo a instituição, até 2030, estima-se que 26 milhões de casos sejam descobertos por ano, acompanhados por 17 milhões de mortes no mesmo período.
De acordo com o Inca, o câncer de pele é o mais frequente entre os diagnósticos da doença apresentados no Brasil. O número de vítimas do câncer de pele cresceu 55% no Brasil entre 2003 a 2013.
A radiação ultravioleta é o maior agente causador da doença. Diante deste quadro a população recorre cada vez mais ao protetor solar. A radiação UV, além de provocar o câncer de pele, também é um dos responsáveis pelo envelhecimento precoce, pois provoca o rompimento das fibras de colágeno, aquelas que garantem a elasticidade da pele. Diante deste cenário, a professora Doutora em Química, Renata Cristina Kiatkoski Kaminski, desenvolve, há três anos, uma pesquisa sobre o protetor solar inorgânico no Departamento de Química do campus Prof. Alberto de Carvalho, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em Itabaiana, distante 51 km de Aracaju.
A pesquisa, financiada pela Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec), tem como objetivo principal a elaboração de um produto com ação fotoprotetora a partir de partículas inorgânicas, que causam menos alergias, e que sejam transparentes, como os protetores já existentes. “Nosso projeto nasceu com intuito de buscar o desenvolvimento do interior do estado, a partir daí fiz muitas pesquisas para identificar quem usava protetor solar, quem não usava, identificar o índice de câncer e o índice de radiação. Estas análises despertaram o interesse em desenvolver o projeto. No sertão existe uma grande parcela de pessoas que não tem costume de usar o protetor solar, principalmente pelo elevado preço. Neste sentido buscamos desenvolver um produto que seja mais barato e que seja mais efetivo”, afirmou a pesquisadora.
“Conseguimos adicionar à pesquisa, além dos ativos antioxidantes, um ativo excelente para pele com acne. Agora chegamos à fase de testar as interações com a pele para estudar a capacidade de hidratação e o fator de proteção solar. Estamos desenvolvendo também uma formulação com repelente natural e protetor solar. Os testes sempre são diversificados, com várias modificações para apresentar um produto ideal com vários tipos de estruturas, de cremes a batons e estáveis”, explicou Renata Kaminski.
“A principal vantagem que os protetores inorgânicos apresentam é que são partículas que ficam na parte exterior da pele, não penetram na pele, assim eles tendem a causar menos alergias. Além disso, ele protege de maneira física, refletindo ou espalhando os raios ultravioletas, sem sofrer modificação da sua estrutura. Enquanto as moléculas orgânicas dos protetores tradicionais, protegem por um mecanismo químico, absorvem a radiação, podem sofrer modificações quando irradiadas pela luz solar, e causar alergias”, afirmou Kaminski.
O protetor solar inadequado pode causar dano à pele. A professora Maria Rita Batista Santana, moradora do município de Salgado, sofreu ao usar um tipo do produto. “Usei um protetor famoso, porém ao sair pelo dia, sentia o sol queimar o meu rosto. A irritação era perceptível, pois surgiram caroços pequenos e a pele ficou ressecada. Deixei de usar este tipo e troquei por outro protetor com alta proteção”, revelou.
A pesquisa desenvolvida pela professora Dra. Renata Kaminski tem a colaboração de outros departamentos da UFS. No campus de São Cristóvão, possui o apoio do Departamento de Física, através do professor Dr. Mário Ernesto Giroldo Valério, na realização de algumas análises desses protetores, e da professora Dra. Rogéria de Souza Nunes, do Departamento de Farmácia, que colabora na parte dos estudos da pele e de liberação dos ativos. No campus de Itabaiana, a pesquisa é apoiada pelo professor Dr. Victor Hugo Vitorino Sarmento, do Departamento de Química.
A pesquisadora ressaltou que as pessoas devem buscar um profissional, neste caso, um dermatologista, a fim de obter as respostas para as dúvidas frequentes e saber, de fato, qual o produto adequado para seu tipo de pele. No mês de dezembro, intitulado ‘dezembro laranja’, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove ações com o objetivo de sensibilizar a população dos riscos do câncer de pele e como é possível se prevenir.