Antônio Martins de Menezes, um desbravador*

9 de maio de 2016 - 23:44, por Claudefranklin Monteiro

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Foto de Júnior Vieira

A noite do dia 29 de abril, do corrente ano, entrou para a história do livro em Lagarto. Centenas de pessoas compareceram ao Rotary Clube de Lagarto para prestigiar o lançamento do livro do Jornalista Pedro Menezes: “Antônio Martins de Menezes, o Desbravador”. Foi sucesso de público e de vendas.

Em tempos de muita carência política, de turbulências ideológicas e desmandos de toda ordem, a memória de significativos líderes podem nos apontar caminhos alvissareiros. Mais do que um culto à personalidade, de enaltecer por enaltecer figuras representativas, o registro e o conhecimento de trajetórias de vida se apresentam como um promissor e oportuno momento de educação política.

            Partindo deste princípio, o livro “Antônio Martins de Menezes, um Desbravador”, de autoria do jornalista Pedro Menezes, é bastante animador. Em que pese a necessidade de se debruçar sobre a rica quadricentenária História de Lagarto, trata-se de uma densa e profunda biografia de um dos mais importantes líderes políticos da região, que se notabilizou, entre tantas façanhas e facetas, por ter sido o fundador do Povoado Colônia Treze, pelos idos da segunda metade o século XX, aos moldes da tão desejada reforma agrária.

Nascido no dia 28 de agosto de 1913, Antônio Martins de Menezes ocupou algumas das mais dignificantes funções públicas de Lagarto. Foi Vereador nos anos 1950, quando chegou a ser Presidente da Câmara, Prefeito de 1958 a 1962. E vice do Prefeito Artur de Oliveira Reis de 1983 a 1989.

Seu grande legado em muito se assemelha ao do saudoso Monsenhor João Batista de Carvalho Daltro: o estímulo ao desenvolvimento da pequena propriedade e a distribuição de terras a famílias menos abastadas, que pudessem tirar seu sustento da atividade agrícola.

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Foto de Júnior Vieira

O espírito desbravador de Antônio Martins de Menezes não esteve apenas presente na fundação da Colônia Treze. Coube a ele expandir o perímetro da cidade além do antigo Tanque Grande, sendo responsável pela abertura de uma via que ligava o centro da cidade ao Bairro Horta, hoje uma das principais artérias do comércio lagartense, que dá acesso à popular feira livre. Sem falar em outro dado importante que foi a valorização da cultura popular e religiosa da cidade, tendo dado ênfase, sobretudo, ao folclore e ao civismo.

Estas e outras histórias do biografado estão presentes no livro de Pedro Menezes. Este, por sua vez, é natural do Município sergipano de Gararu, de origem humilde, Povoado Providência, onde nasceu no dia 15 de março de 1928. Ao longo dos seus mais de oitenta anos, cultiva ainda uma voz marcante, cativante e particular, além de uma escrita rara no jornalismo atual: limpa e clara.

Com Lagarto e com os lagartenses, Seu Pedro, como o conhecemos, carinhosamente, estabeleceu uma relação de pertencimento sem precedentes em nossa história, e, certamente, o convívio como o saudoso Abelardo Romero, lhe permitiu provar do sabor da jaca e ser envolvido pelo seu visgo contagiante.

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Foto de Júnior Vieira

O livro “Antônio Martins de Menezes, o Desbravador”, teve, em sua essência, muitas das marcas do homenageado. O sonho, de Antonio Martins Filho, o Toinho. Sonho acalentado em família, com Dona Renildes e com as Doutoras Andreia e Alessandra. Perseverança, a qualidade dos visionários, daquelas cuja perspectiva supera a ideia de fracasso e do desânimo. E desprendimento. Como foram desprendidas a alma e o coração do fundador da Colônia Treze, fincadas, em definitivo, pela tecedura do jornalista Pedro Menezes.

Aos que um dia, por deboche ou despeito, recalque ou inveja, arrogância ou presunção, ousaram dizer a Pedro Menezes, que Antônio Martins de Menezes não foi o que pintam ou que vale, ficam registrados e sentenciados, neste livro, o peso da história, o braço forte da eternidade das letras, o julgo efetivo e sem piedade da crítica e a gratidão dos verdadeiros amantes das causas, das coisas, da gente, da cultura e da história lagartenses.

* Artigo publicado, originalmente, no Jornal CINFORM, Caderno Municípios, página 02 (09 a 15 de maio de 2016)

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