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Uma noite marrom
9 de abril de 2016 - 22:40, por Claudefranklin Monteiro
Impossível não ficar arrepiado, diante da cantora Alcione, uma das maiores vozes do Brasil. E ela esteve em Aracaju na última sexta-feira, no Espaço EMES, na turnê que celebra seus 45 anos de carreira. Foi uma noite inesquecível para seus fãs e para os amantes da música popular brasileira.
Alcione Dias Nazareth é natural de São Luís do Maranhão. Segundo seus biógrafos, sua primeira apresentação pública se deu no ano de 1959, com apenas 12 anos de idade, na Orquestra Jazz Guarani. Seu pai, João Carlos Dias Nazareth, foi uma de suas maiores influências musicais. Ele era policial e músico.
Antes de se tornar nacionalmente conhecida como cantora, Alcione foi professora, mas não conseguiu se firmar na docência, pois a música lhe falava mais alto. Assim, a partir de 1970, começando por sua terra natal, passou a investir na carreira artística de forma intensa.
Em 1976, passou a morar, em definitivo, no Rio de Janeiro, onde pode encontrar maiores oportunidades para mostrar o seu talento. Contando com a ajuda do cantor e amigo, Everardo, apresentou-se na noite carioca, sobretudo em Copacabana, numa boate do Beco das Garrafas.
Foi na extinta TV Excelsior, que Alcione se firmou como artista, no programa de Flávio Cavalcanti, um dos maiores apresentadores da história da televisão no Brasil. Depois disso, estourou nacionalmente e conquistou uma legião de fãs, tornando-se, também, um ícone feminino do samba, a exemplo de Beth Carvalho e Leci Brandão.
Alcione se notabilizou por sua exímia capacidade de interpretar, sobretudo com sua voz rouca e afinada, seu jeito sensual de cantar e sua performance nos palcos. Em 45 anos de carreira, gravou dezenas de LPs e CDs, além de DVDs ao vivo. Em 2015, foi agraciada com o 26º Prêmio da Música Brasileira, na categoria Melhor Cantora de Samba.
As canções interpretadas por Alcione estiveram, por várias vezes, nas trilhas sonoras de novelas, particularmente da Rede Globo de Televisão. São muitos os sucessos. Eu, particularmente, gosto muito de “Você me vira a cabeça”, tema da novela “Da Cor do Pecado” (2004).
No terceiro show que fez em Sergipe, Alcione levou ao delírio milhares de pessoas. O Espaço EMES ficou pequeno para seu talento. Apesar de ter começado muito tarde e ter durado apenas uma hora, foi uma apresentação à altura de uma diva da arte e do talento brasileiros. Mostrando-se incomodada com uma dor na lombar, precisando sentar-se algumas vezes, ela não perdeu o encanto e foi muito gentil com seu público, concedendo autógrafo, durante a apresentação, e interagindo com todos, sem acepção de pessoas.
Por essas e outras razões, Alcione, a Marrom, como é carinhosamente conhecida é, sem sombra de dúvidas, uma “negona” de tirar o chapéu.