- PUBLICIDADE:
- Minas Telecom
- Hábyto
- Consultoria em Marketing
- OX
- VIDAM
Lagarto: Fertirrigação e cultivo em lona contribui com Tomate em Perímetro da Cohidro
31 de março de 2016 - 12:21, por Marcos Peris
Sistema com uso de lona viabiliza o cultivo de tomate irrigado para os agricultores atendidos pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), no Perímetro Irrigado Piauí, que a Empresa Pública administra no Município de Lagarto. Neste primeiro semestre do ano, perto de duas mil caixas de Tomate (30 quilos) serão colhidas no método aonde a água que chega até a planta, via gotejamento, é fertilizada. A lavoura não requer estaqueamento, porém a proteção plástica não deixa o fruto tocar o solo, evitando doenças.
O Tomate Ty 600, híbrido cultivado pelos agricultores irrigantes do Perímetro Piauí é do tipo salada, com frutos grandes e rijos e tem peso médio de 180 a 210 gramas, tamanho que se mantem uniforme em todo ciclo de colheita. A coleta é feita geralmente após os 75 dias de plantio, com 70 a 80% dos frutos maduros, repetindo o processo duas vezes, num intervalo médio de uma semana. Embora a variedade utilizada seja resistente a muitas doenças, a safra dos dois produtores em Lagarto foi atacada pela Broca-pequena do Tomateiro, provocada pela mariposa Neoleucinodes elegantalis.
Devido ao ataque da praga, a expectativa era de uma safra 60% maior, conforme comentou o agricultor irrigante José Edmilson dos Santos. “Colhi 600 caixas, eram para ser 1.500. A chuva atrasou a colheita e como essa foi a primeira vez, só arranquei uma vez o mato”, justifica o produtor. As plantas invasoras, que servem de hospedeiro para pragas e o maior tempo de exposição do fruto aos insetos, prejudicou a colheita dele, mas isso não o desanima. “Eu sempre quis plantar o Tomate, pois é um plantio arriscado, tanto pode ganhar muito, como pode perder. Vou cuidar melhor na próxima, fazer mais de uma dessas limpezas de mato”.
O rendimento médio da colheita do Tomate de José Edmilson foi de 786 caixas por hectares (ha). Ele plantou quatro mil plantas em uma área de 0,76 ha, no sistema Mulching, onde uma lona cobre o canteiro e as mangueiras do sistema de gotejamento. A irrigação, desse tipo, molha somente o solo onde são transplantadas as mudas, após os 25 dias de semeadura, que crescem pelos pequenos furos na cobertura plástica.
A lona plástica evita o contato do fruto com o solo e tem a face externa branca, o que tem função tripla ao refletir a luz do sol, pois a planta recebe mais luminosidade, aumentando seu metabolismo na fotossíntese, mesmo motivo que diminui a incidência de fungos, por não reter umidade e pela baixa absorção de calor da coloração, a temperatura do solo diminui. O agricultor utilizou, em sua plantação de Tomate, quase três mil metros do produto, a um custo aproximado, incluindo as mangueiras, de R$ 3,5 mil. Mas a isso ainda se soma os custos com sementes, mão de obra e os nutrientes da fertirrigação, que é a adubação feita constantemente via a irrigação.
“Tenho muito que agradecer a Cohidro, pois mesmo na época de chuva a Empresa ligava as bombas, para irrigar e distribuir a adubação nos tomateiros. O técnico agrícola Willian Domingos prestou assistência técnica e sempre estava aqui me acompanhando”, referenciou Edmilson, sobre o apoio dado pela Companhia. Agora, depois de colhido o Tomate, ele pretende introduzir imediatamente, como cultura rotacional, o Milho e o Quiabo, que lhe renderá colheitas até setembro e outubro. Depois, retorna o plantio do fruto como fez desta vez, em dezembro.
Gilvante Teixeira, gerente do Perímetro Piauí, conta que orgulha ao Perímetro ter agricultores preocupados em tornar a produção mais eficiente, investindo em tecnologia. “As áreas irrigadas são pequenas, 1,5 ha em média, mas pelo fato de receberem irrigação contínua, esses pequenos lotes se transformam em grandes unidades produtoras que geram alimento o ano todo. Mas em casos como de José Edmilson e ainda de Gildeon Dias, que experimentam novas técnicas de plantio com base na irrigação, eles superam esta realidade já positiva. Quem investe mais, acaba por lucrar mais”, avaliou.
Já o presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, analisa que além do aumento na renda e competitividade do produto gerado no Perímetro Irrigado, ganha o mercado e o cidadão, com mais oferta de produtos. “Os alimentos se tornam mais acessíveis e todos ganham. O produtor gera mais renda, pois produz melhor e pode também arriscar plantar diferentes tipos de alimentos usando essas tecnologias, dinamizando sua oferta, fazendo novos negócios. É mais produção, maior variedade para o povo sergipano, que acaba por pagar menos, já que não precisa arcar com o custo de importar tudo do Sul do País, nesses casos”, disse.
Gildeon Dias dos Reis plantou, no mesmo sistema Mulching, o Tomate fertirrigado, em três áreas que somadas correspondem a 1,2 ha. Começou a colher em 4 de março em uma área de uma tarefa, onde obteve 222 caixas, rendimento médio de 727 caixas/ha. Na segunda área, com coleta iniciada dia 10 e de 1,5 tarefas, o rendimento quase dobrou, colheu 560, média de 1.223 caixas/ha. Agora, dia 30, ele começou a colheita da terceira área, de tamanho igual ao da primeira.
Se neste último plantio, Gildeon seguir no mesmo ritmo da sua segunda área e se a produtividade ainda não melhorar, o produtor irá colher, ao todo, em torno de 40 toneladas de tomate. “Vendo a caixa do Tomate no valor de R$ 30 a R$ 35, pois entrego direto ao feirante”, relatou. O investimento anterior que ele fez, na compra de caixas plásticas para o transporte, lhe garante a vantagem de não precisar de atravessadores intermediários, que diminuem o valor pago pelo produto.
Para o diretor de Irrigação e Desenvolvimento Rural da Cohidro, João Quintiliano da Fonseca Neto, o agricultor tem que se sentir privilegiado por ter a irrigação pública em seu lote. “Se ele não tem os custos que um agricultor normal teria para implantar o sistema de irrigação na sua lavoura, a exemplo da compra de bombas, tubos e etc, ele deve então investir em tecnologia de produção e ferramentas que o ajudem a produzir e vender melhor”, finalizou.