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É oficial: PMDB está fora do Governo
29 de março de 2016 - 17:07, por Alexandre Fontes
Esta terça-feira, dia 29, é mais uma data que deve entrar para a história. É que hoje ocorreu uma reunião no Diretório Nacional do PMDB, de onde saiu a decisão oficial de debandada do Governo.
A reunião durou pouco mais de quatro minutos e não contou com nenhum discurso. Houve somente um pronunciamento do senador Romero Jucá, PMDB\RR, que presidiu a reunião. A decisão prevê que o partido se desvincula imediatamente do governo e entrega todos os cargos que detém na administração federal.
O vice-presidente da República, Michel Temer, presidente reeleito do Partido, foi quem convocou a reunião, embora não tenha participado dela. Na última semana, ele chegou a comunicar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o Partido aprovaria o desembarque oficial do governo durante o encontro.
Lula, inclusive, teria expressado tristeza com relação à eventual ruptura do PMDB com o governo da presidente Dilma Rousseff.
“Vejo com certa tristeza que o PMDB abandone ou se afaste do governo, mas seus ministros não sairão do governo e Dilma também não quer que eles saiam”, declarou Lula em entrevista coletiva concedida a veículos de comunicação internacionais em São Paulo.
Mas a conjuntura que se seguiu depois da aprovação do processo de impeachment não poderia dar em outra coisa. E o pedido de demissão do ministro do Turismo, Eduardo Alves, na segunda, 28, foi só a ponta do iceberg.
Até a segunda, o PMDB contava com sete pastas no gabinete da presidente, além de cargos estratégicos em empresas estatais. Com a ruptura, todos serão entregues. “Vai acontecer o mesmo que em 2003: o governo construirá uma base parlamentar com o PMDB e teremos uma espécie de coalizão sem que a direção (do partido) esteja de acordo. Não sei se isso é possível, mas acredito que sim”, acrescentou Lula.
Vale lembrar que a reeleição de Temer, há alguns dias, para a Presidência do Partido, mostra a adesão da maioria dos peemedebistas ao seu nome. No entanto, o PMDB é liderado, também, pelos titulares da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.
E, para Michel Temer, alcançar a unanimidade é importante para sinalizar politicamente que o PMDB está unido em torno dele e de seu eventual governo. Ele cogitava, inclusive, presidir o encontro e transformá-lo num ato político a favor de sua chegada ao comando do País, aprovando o rompimento por aclamação. Mas acabou desistindo e ficando nos bastidores da decisão.
A aprovação da saída do governo se deu por aclamação, sem votação. Todos os presentes levantaram as mãos sinalizando concordância com a decisão. Após a aprovação, houve gritos de “Fora PT”.
Integrantes do núcleo duro de Temer já apostavam que a decisão de desembarque adotada pelo diretório do PMDB do Rio na última quinta-feira contaminaria outros Estados. Segundo maior diretório do partido no País, o PMDB de Minas Gerais também poderia oficializar seu apoio ao desembarque do governo.
Presidente da seção mineira, o vice-governador do Estado, Antonio Andrade, já avisou a integrantes da ala governista que não tem condições de garantir o apoio dos outros dez integrantes mineiros do diretório nacional. E o de Sergipe, como fica?