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DJ Washington: “Ser DJ não é o que eu faço, é o que eu sou.”
13 de março de 2016 - 15:23, por Alexandre Fontes
A entrevista da semana é com um dos artistas mais badalados do município de Lagarto e do estado de Sergipe, Bahia e Alagoas, o DJ Washington que neste domingo completa 31 anos de vida. Por isso receba carinhosamente os parabéns deste portal.
Durante a entrevista, Washington nos contou um pouco da sua personalidade, da sua trajetória e afirmou que o povo de Lagarto é um dos mais exigentes, e que só critica o que não bom.
Confira a entrevista na íntegra:
Lagarto Notícias: Quem é o popular DJ Washington?
DJ: O popular DJ Washington é um cara sonhador, um cara que gosta da vida, um cara que gosta da cultura e que vem de uma família de mestre folclórico, que vem de uma família de músicos, e que é apaixonado pelo que faz.
LN: Foi por causa dessa herança cultural da sua família que você seguiu essa carreira de DJ?
DJ: Não, hoje não. Mas iniciei por isso.
LN: Mas antes de ser DJ você já foi outra coisa?
DJ: Já toquei sax, já toquei percussão, já gravei fita, já gravei cd, já gravei vinil com meu irmão. Então eu aprendi a gostar de música.
LN: Qual a sua formação?
DJ: Segundo grau completo, e fiz curso de DJ, de produção fonográfica, curso de eletricista, e de arte corporal e facial?
LN: Mas há quanto tempo você atua como DJ?
DJ: De DJ tem mais ou menos 12/13 anos, mas eu ser notado pelo publico em geral de uns seis anos para cá. Mas se você perguntar quando eu comecei a andar na música, eu te direi que foi com o meu pai aos oito anos, que foi quando ele começou a me levar para os eventos.
LN: Mas pelo que sabemos você é o segundo DJ na história de Lagarto.
DJ: Sim. Na realidade já tinha outros, não no estilo que a gente faz, mas já tinha meu irmão que fazia discotecagem com discos, com fitas, e também selecionava musicas para o povo, não fazia a questão da colagem da batida que o pessoal chama de DJ que é quem faz a colagem de uma música para outra, mas ele fazia uma discotecagem que no caso era o pessoal pedindo musica, e ele tocando-as com fita, e com disco nos anos oitenta.
LN: Você sempre quis ser DJ? Como surgiu essa ideia?
DJ: Bom, eu sempre gostei de música eletrônica, de luz, muita luz, eu sempre achei bonito muitas luzes, graves também – no caso aquelas batidas estremecedoras -, sempre fui fascinado naquilo, não sabia por que gostava daquilo, mas sempre gostei. Então foi dai que surgiu a ideia. Agora o desejo mesmo de dizer: ‘quero ser isso’, veio depois de um halloween que eu tava, e que era DJ Marquinhos que tava tocando. Quando eu cheguei à festa que vi DJ Marquinhos tocando, ai eu olhei pras luzes, fiquei parado durante alguns segundos, encostei na parede, não consegui dançar, não consegui fazer nada naquele dia, e fui para um outro pensamento. Só fiquei viajando naquela ideia como se tivesse vivendo um sonho que eu sempre tive, não parecia que eu tava no mundo real, parecia que eu tava em outro planeta. E foi naquele momento que eu disse: ‘eu quero ser isso aqui’. Já gostava da música, já gostava das luzes, já sabia mexer com som, já sabia o que era música, tinha ritmo, na época eu tava com 12 anos, então eu pensei e disse: ‘Não é isso aqui que eu quero ser’. Então foi através de DJ Marquinhos, se DJ Marquinhos não existisse, DJ Washington também não existiria.
LN: Qual a sua relação com Marquinhos?
DJ: A melhor possível. De admiração como profissional, como pessoa, e agradeço a ele por essa questão também.
LN: Quais as dificuldades enfrentadas no início da sua carreira? Alguém tentou lhe desmotivar?
DJ: A dificuldade maior é equipamento e incentivo porque no inicio da carreira, e por viver numa cidade pequena do interior, a música eletrônica era uma música não muito ouvida na cidade, o que sempre foi ouvida era o pagode, o forró, o axé, o samba, o bolero, a seresta. Enquanto que a música eletrônica era algo estranho que o pessoal conhecia pouco, e que só uma turma alternativa pequena era que gostava desse ritmo, então o mais difícil era isso: o incentivo. Sem falar da dificuldade financeira para comprar os equipamentos que são muito caros. Pra você iniciar hoje como DJ, você tem que ter uns equipamentos que hoje custam seis, sete mil reais, se pra comprar já é difícil pra começar como DJ, imagine luz e som, ai vai além. Quanto à desmotivação, teve pessoas que tentaram me desmotivar, mas eram coisas que eu sempre vi como coisas que são normais para alguém que está começando, sempre tem alguém pra ficar desmotivando porque começar do zero é sempre difícil, mas isso nunca me abalou, só me fez crescer porque a maior motivação vinha de mim.
LN: Com essa popular crise financeira que o país passa, a quantidade de apresentações que você costuma fazer diminuiu?
DJ: Não. Na realidade, ela tá é aumentando. Essa crise pra mim não chegou não.
LN: Quem é o seu principal público hoje?
DJ: Meu principal público hoje são os noivos, os formandos, os aniversariantes e as debutantes. São pessoas que fazem eventos sociais, são pessoas que já sabem o que quer.
LN: O que te motiva a continuar perseguindo os seus objetivos?
DJ: O que me motiva é o sonho que nunca morreu. O sonho de ser DJ, e de estar cada vez mais perto do público porque ser DJ não é apenas um trabalho, uma questão musical, é uma questão artística. Você consegue tocar a pessoa através da musica que você toca. Tocar mesmo com sentimentos consegue fazer o pessoal gritar, consegue fazer o pessoal pular brincar, agir de uma forma diferente, e também aquela energia é transformada e volta para você. Então o que me faz continuar trabalhando com DJ é uma questão emocional, de prazer mesmo, de ter algo para dizer: Não, isso aqui sou eu, e não o que faço. Ser DJ não é o que eu faço, é o que eu sou.
LN: Qual a sua maior alegria?
DJ: Tirando o nascimento da minha filha, é o meu trabalho de ser DJ. Ser DJ é a minha maior alegria.
LN: Qual a mensagem que você gostaria de deixar para o povo de Lagarto?
DJ: Acredite sempre! E acredite também na sua cidade porque quando você sai você tá abandonando talvez tudo aquilo que você poderia ser naquele local porque eu aqui dentro muita gente dizia: ‘Por que você não vai pra fora? Por que você não faz isso ou aquilo? Aqui você não vai chegar a lugar nenhum’, e eu acredito que cheguei em algum lugar dentro da minha cidade, eu não precisei sair daqui não. Tem que lembrar de uma coisa: Lagarto é um dos lugares onde as pessoas são as mais exigentes que eu conheço, então se você for bom, e mostrar isso em Lagarto, você tem condições de crescer em qualquer lugar do Brasil porque o povo não gosta de criticar, ele gosta de coisa boa. Então ele só vai criticar o que não é bom.