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Mães são fortalecidas por meio de ações do Governo de Sergipe
13 de maio de 2024 - 08:47, por Marcos Peris
Além dos vários papeis desempenhados, as mulheres mães, em muitos lares, têm protagonizado também o de responsável pelo sustento de suas famílias. De acordo com o estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), fundamentado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), no Brasil o número de lares com mulheres ocupando a função de responsável da família cresceu 72,9% entre 2012 e 2022, passando de 22,2 milhões para 38,3 milhões.
Em Sergipe, essa realidade não é diferente: muitas mulheres são as principais responsáveis pela renda que assegura o sustento familiar. Para oportunizar mais possibilidades profissionais para as mulheres, especialmente as que são mães – e sabem das dificuldades encontradas no mercado formal de trabalho para conseguir conciliar jornada de trabalho e familiar -, o Governo do Estado tem ofertado cursos de capacitação e qualificação, promovendo espaços para ampliar as chances no mercado de trabalho para essa parcela da população.
De acordo com o secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), Jorge Teles, a pasta oferece, em parceria com outras secretarias estaduais, diversas ações voltadas para o fortalecimento e a inserção da mulher nos postos de trabalho disponíveis. “Nós ofertamos semanalmente vagas afirmativas voltadas para mulheres, fazemos esse trabalho de conscientização junto às empresas para que possamos oferecer as melhores vagas para as mulheres, quebrar aquele ciclo de que se oferta apenas vagas para cozinheira, para empregada doméstica, mas não se oferta para essas mulheres as oportunidades de exercerem funções gerenciais nas empresas”, ressaltou.
A dona de casa Daniele Rocha tem três filhas e foi por meio do apoio do Governo do Estado que sua vida começou a se transformar. Mãe solo e sem perspectiva profissional, ela fez o curso de administração com ênfase em marketing digital, oferecido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) em parceria com o Instituto Agatha. Na avaliação de Daniele, o curso foi um grande passo para conquistar a independência financeira. “O curso teve duração de quatro meses, de segunda a sexta das 8h às 12h, e foi muito legal”, afirmou.
Como se comportar em entrevista de emprego, Word, Excel, aulas de Televendas, Operador de Caixa foram algumas das orientações aprendidas por Daniele nas aulas. “Tudo isso foi para complementar o conhecimento para o mercado de trabalho, principalmente para a mulher, empoderar a mulher-mãe”, reforçou.
Mais que uma capacitação, o curso promoveu para Daniele acolhimento e apoio psicológico. “Ser mãe é surreal, né? É um amor incondicional que você nunca pensou que iria ter por outro ser. É quando você acha que não tem mais forças e vai lá e consegue, por eles. Dá vontade de ir além”, disse referindo-se ao curso. De acordo com ela, o Núcleo de Apoio ao Trabalho (NAT) também foi parceiro no curso, fazendo o cadastro das mulheres participantes. “O curso me deixou preparada para enfrentar o mercado de trabalho”, declarou.
Artesanato como fonte de renda
O artesanato, além de fazer parte da identidade cultural do povo, é também fonte de renda para diversas famílias sergipanas, em especial mulheres mães. Segundo informações da coordenadora de Artesanato da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), Daiane Santana, a participação de mulheres mães representa 90% dos artesãos sergipanos. “E essa é uma relação histórica construída, onde é a mulher quem borda, quem faz o acabamento e trabalha mais com a coordenação motora fina. Hoje, nós temos uma média de 12 mil a 15 mil mulheres artesãs no estado”, destacou.
A artesã Kelly Alves, 47 anos, tem uma filha e está no ramo há cinco anos. “Eu trabalhava como cabeleireira e o artesanato entrou na minha vida como uma terapia no meio da pandemia. Mas aí, ao passar da pandemia, a gente descobriu que poderia, sim, até mesmo abandonar a carreira de cabeleireira e viver de artesanato”, disse.
Kelly, que faz luminárias em tronco de madeira, ressaltou o crescente incentivo que o Governo do Estado vem dando ao artesanato. “Eu participei da Vila do Natal Iluminado, da Vila Páscoa e de diversas feiras representando Sergipe. É um orgulho muito grande para mim nesse período que sou mãe, que sou mulher e vejo a força que a mulher sergipana, que o artesanato sergipano tem. E esse incentivo é muito importante. Eu estou muito feliz e muito satisfeita e orgulhosa de ser artesã sergipana”, acrescentou.
Maria de Fátima dos Santos é mãe de quatro filhos e, hoje, o artesanato é sua principal fonte de renda. Natural do município de Ilha das Flores, ela reveza entre a capital sergipana e a cidade do baixo São Francisco para vender produtos de crochê e material com pano e bordado. Entre essas idas a Aracaju, Fátima participou da edição do ano passado da Vila do Forró e falou da importância do Governo do Estado em promover esses eventos e incluir espaço para artesanato. “A atual gestão tem tido um olhar especial com o artesanato, já percebemos avanços na área com a ampliação de espaços para comercializar e divulgar o nosso trabalho”, opinou.
Sobre cursos de qualificação promovidos pelo Governo do Estado ela acredita que quem participa consegue se atualizar na área. “Dá uma cara nova, um repaginada e abre mais a mente para seguir novas tendências Os cursos qualificantes são sempre muito bons. Hoje eu consigo viver e levar o alimento pra minha mesa por meio da minha arte”, ressaltou.
Apoio do governo
A coordenadora do artesanato da Seteem, Daiane Santana, informou que a secretaria conta com projetos já encaminhados e que está previsto para artesãs sergipanas representarem o estado em seis feiras nacionais. “Há um ciclo de comprometimento com o artesanato sergipano para que ele possa expandir e expor da melhor maneira possível lá fora. Vale enfatizar que Sergipe tem se destacado em feiras nacionais e internacionais como uma das 10 melhores curadorias das suas peças. E é uma emoção muito grande, porque a gente sabe da evolução. Os cursos virão para qualificar a mão de obra do trabalho, melhorando o acabamento, a criação e inovação sem perder a identidade para poder agregar o trabalho realizado”, enfatizou.
Atento a necessidade de melhoramento do trabalho de artesão, o Governo do Estado tem promovido durante as realizações do ‘Sergipe é aqui’ oficinas de qualificação. Além disso, tem inserido o artesanato em eventos festivos, a exemplo das Vilas de Natal, Páscoa e Forró. “Todos esses eventos têm movimentado a cadeia turística e de eventos, gerando emprego-renda para essas artesãs. Temos uma média de 95% das artesãs que participam dos eventos são mães. E a gente entende a importância desses espaços porque elas conseguem manter suas próprias casas. É condicionar as mulheres a entenderem que elas podem ser empreendedoras, que elas podem ser mulheres que vencem na vida do trabalho do artesanato”, afirmou.
Mercado de trabalho
O secretário Jorge Teles lembrou que em sua grande maioria dos artesãos é mulher, muitas delas são mães. “São mulheres empoderadas que carregam consigo toda uma ancestralidade, toda uma cultura sergipana, um talento que foi passado de geração em geração e que é representado pelas peças especiais de artesanato que o Governo do Estado apoia, patrocina e ajuda em todo esse processo de valorização. Nós estamos iniciando também uma ação com a renda irlandesa que é produzida exclusivamente por mulheres de associações que sobrevivem a partir do seu talento”, pontuou.