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Irrigantes de Lagarto colherão mais de um milhão de espigas de milho
7 de maio de 2024 - 09:03, por Marcos Peris
Com a irrigação fornecida pelo Governo do Estado, sempre é tempo de plantar milho no Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, centro-sul sergipano. Contudo, quando chega o mês junho, os festejos de Santo Antônio, São João e São Pedro aumentam substancialmente a demanda por milho verde. Esses agricultores irrigantes se preparam com 33 hectares plantados com o grão, com a expectativa de colher 1.056.000 espigas. A área é 50% maior que a colhida em junho de 2023 (22 hectares), e 136% maior em relação ao mesmo mês de 2022 (14 hectares).
O agricultor Gilvan Lima é irrigante do perímetro Piauí. Ele se dedica a plantar milho para colher e comercializá-lo ainda verde no período junino e tem cerca de 0,3 hectares dedicados à cultura agrícola. “Aqui, a irrigação ajuda muito a gente. Eu planto para quebrar [a espiga], porque eu acho melhor do que ele seco. O milho verde, para mim, dá mais resultado”, reforçou.
O milho verde se apresenta como uma alternativa versátil de produção não só durante a época junina. O produtor vende as espigas e pode destinar as palhas, ainda verdes, para a composição da ração animal; mas se ainda assim o produtor não conseguir a comercialização das espigas, ele pode fazer uso de toda a planta do milho à colheita mecanizada na produção de silagem, ‘rolão’, ou o grão, também para a alimentação de animais.
“Muitos irrigantes têm criatório de gado leiteiro e usam o milho e o capim irrigado no perímetro para complementar a nutrição desses rebanhos. Tem muito leite sendo produzido no perímetro e abastecendo comércios e laticínios, ao mesmo tempo em que há produtores que tiram o material cultivado na irrigação, principalmente o milho e a ‘palhada’, para comercializar com fazendas de gado fora do perímetro”, informou o gerente do perímetro irrigado de Lagarto, Gildo Almeida.
Com 421 unidades produtivas assistidas, o Piauí é um dos seis perímetros administrados pela Companhia de Desenvolvimento Regional de Sergipe (Coderse), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca (Seagri). Todos os perímetros trabalham com a produção de milho para a venda de espigas e a produção de ração animal e contam com água de irrigação e assistência técnica agrícola, que beneficiam os produtores do grão durante todo o ano.
Crescimento
Em 2023, a produção de milho verde cresceu 20% nesses perímetros irrigados pelo Governo do Estado. Vale pontuar que naquele ano, os agricultores irrigantes atendidos pela Coderse em todo o estado colheram 5.733 toneladas do cereal, resultado superior às 4.795 do ano anterior. Caso a expectativa de produção se mantenha nessa tendência, baseada no milharal irrigado reservado para colher no próximo mês de junho em Lagarto, 2024 será um ano ainda melhor de produção do grão.
Sementes do Futuro
Além da irrigação e da assistência técnica, a Coderse distribuiu 7,2 toneladas de sementes de milho do programa Sementes do Futuro. Por meio da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), também vinculada à Seagri, foi feita a distribuição de 206 toneladas da semente em todo o estado. O investimento do Governo do Estado foi de R$ 3 milhões, possibilitando beneficiar 20.600 famílias de 50 municípios sergipanos.
“Do Dia de São José em diante, pode plantar, pois sempre dá ótimos resultados. Eu vendo ao pessoal da Ceasa [Central de Abastecimento de Aracaju] e para todo lugar. O atravessador me compra e leva para as feiras. Este ano vai ser bom, com certeza”, complementou o agricultor irrigante Gilvan Lima.
Foto: Arquivo pessoal/Governo de Sergipe