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Dênison Pereira: “Em Sergipe temos mais viaturas do que as portarias preconizam”
28 de janeiro de 2024 - 22:25, por Redação
Portal Lagarto Notícias
A entrevista desta semana é com Dênison Pereira, superintendente do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe). O enfermeiro e bombeiro militar, Dênisson Pereira da Silva, é especialista em Urgência e Emergência e Metodologias Ativas da Aprendizagem. Ele já ocupou a pasta da superintendência entre fevereiro de 2021 e abril de 2022.
Portal Lagarto Notícias – Qual avaliação o senhor faz de sua atuação à frente do SAMU 192 Sergipe neste primeiro ano de Governo?
Dênison Pereira- Começamos nos primeiros meses de 2023 com um ponto de partida importante na gestão pública que foi a análise, diagnóstico situacional e plano de ação, o que nos guiou de forma estratégica. Sendo assim, percebemos que nossas prioridades imediatas e enquanto grupo seria o trabalho focado na melhor qualificação profissional com as capacitações, ampliação do nosso quadro funcional que foi feito com o processo seletivo simplificado e assim disponibilizamos aproximadamente 70 vagas para enfermeiros, 170 vagas para técnicos em enfermagem e 20 vagas para condutores de veículos em emergência, quanto as vagas para médicos continuamos com o credenciamento cadastral em aberto. Focamos também na ampliação do serviço com os termos de cooperação com o Corpo de Bombeiros Militar, com a Secretaria de Segurança Pública, através do Grupamento Tático Aéreo, formando o primeiro resgate aeromédico com asa rotativa do estado de Sergipe. Avançamos com a força estadual do SUS iniciativa do SAMU e da SES, no qual entendemos que o estado precisava de
profissionais qualificados para atender as demandas emergenciais relacionadas a catástrofes e grandes incidentes, um núcleo de profissionais voluntários através de diversos setores da sociedade e demais secretarias como Polícia de Trânsito, Defesa Civil, Exército Brasileiro, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e outros. Com isso percebemos que planejar é fundamental e naturalmente envolver todos os profissionais que fazem parte direta e indiretamente dos nossos serviços os quais sempre foram a mola propulsora e a força motriz para as melhorias que o nosso sérico precisa para assim atender melhor a sociedade.
PLN- O planejamento traçado tem sido seguido à risca no órgão no Estado?
DP- Sim, o nosso planejamento é revisitado constantemente por que as portarias que nos guiam, as práticas no Sistema de Saúde mudam constantemente e através de nossas equipes da qualidade, comissão científica e conselho gestor acompanhamos os nossos indicadores do que foi planejado enquanto metas operacionais e nos atualizamos constantemente. Sendo assim, a nossa visão é que todos são fundamentais para o processo de qualificação dos nossos serviços e os profissionais
assistenciais são os nossos melhores termômetros e guia para entendermos o nosso compromisso.
PLN- Pode se afirmar através de números que o atendimento do SAMU apresentou melhora neste período?
DP- Quantitativamente e qualitativamente houve melhoras e naturalmente poderemos melhorar cada vez mais e esse é o nosso foco. A nossa Central de Regulação recebe mais de 300 mil ligações por ano e destas são mais de 60 mil atendimentos diretos com deslocamento de equipes ( USB, SIV, USA, Motolância e GTA ) com seus respectivos profissionais. Conseguimos diminuir o nosso tempo respostas para as emergências, conseguimos através de campanhas educativas principalmente através do NEP ( NÚCLEO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE ) diminuir o percentual de trotes de 7 para 4% – ainda um percentual inaceitável e conseguimos mesmo com as dificuldades operacionais, ampliar viaturas em novas bases como o SIV em Aracaju e USB no interior do estado comprovado pelo número de atendimentos a necessidade para essas regionais de saúde.
PLN- Como o senhor tem feito para trabalhar como relação ao grande número de trotes?
DP- Temos um Núcleo de Educação Permamente (NEP) composto por médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos em enfermagem e condutores que trabalham as medidas socieducativas nas instituições públicas e privadas. Assim também como o papel da mídia que é fundamental o qual falamos as causas as consequências com o objetivo de sensibilizar a sociedade.
PLN- Qual o planejamento para 2024 no SAMU?
DP- Continuaremos em um trabalho focado nos profissionais, nos processos de trabalho, na qualificação profissional, na ampliação do serviço, sobretudo, no fomento de novas viaturas motos e ambulâncias, assim também como a contratualização de serviço de asa fixa para as transferências emergenciais para a populacao sergipana. Esses são alguns dos nossos enfoques os quais já estamos trabalhando assiduamente, pois acreditamos na melhoria constante dos nossos serviços operacionais.
PLN- As pessoas continuam a interpretar de maneira errada a função do SAMU, especializado em urgência e emergência?
DP – Temos uma lacuna muito grande, de forma histórica o SAMU 192 Sergipe sempre assumiu as transferências inter hospitalares
secundarias as quais não são o perfil e essência dos SAMUs do pais, isso corresponde a quase 30% dos nossos atendimentos. No entanto, nessa gestão da SES através do Secretario Estadual de Saúde e enquanto prioridade já estamos trabalhando de forma ativa para a ampliação e criação de um serviço especifico responsável pelas transferências hospitalares.
PLN- O senhor tem tido total apoio dentro da Secretaria de Saúde para o desenvolvimento do seu trabalho na pasta?
DP- Confesso que não teríamos nenhum avanço ou seriam avanços mínimos se não pudéssemos contar com a visão, a empatia e sensibilização do secretário estadual de saúde, Dr. Walter Pinheiro, que na minha visão é de fato um grande gestor que assume uma liderança democrática. Aberto a inovação, projetos e que nos ouve e apoia constantemente. Todo o nosso trabalho é validado de forma previa nas nossas agendas situacionais semanais. Ele acompanha todos os processos e acelera a nossa visão fomentando todo o processo de trabalho voltado na qualificação das nossas ofertas assistenciais que impactam de forma positiva para os nossos profissionais e para a população.
PLN- Atualmente, acidente com moto ainda continua sendo o principal do trabalho da equipe do SAMU?
DP – Os incidentes por veículos motorizados dentro das doenças traumáticas continuam de forma isolada sendo a primeira causa de incidentes e morte por trauma no estado de Sergipe. Nos preocupam muito, pois enquanto perfil desses pacientes a maioria são adultos jovens, sendo assim temos de forma aumentada o número de anos de vida potencialmente perdido, os impactos familiares, econômicos e socias. Na minha visão, a melhor maneira de reduzir esses impactos e evitar que os incidentes aconteçam, ou seja, a prevenção, na qual a sociedade tem um papel muito importante.
PLN – Como encontra-se a estrutura do SAMU em municípios da região Centro-Sul do Estado?
DP- O SAMU 192 Sergipe é o único estado que tem uma única Central de Regulação, ou seja, somos responsáveis pelos mais de 2.2 milhões de habitantes com uma cobertura de 100% do nosso espaço geográfico. Todas as viaturas e bases são de acorte com a população de cada regional de saúde e de acordo com as portarias ministeriais, na verdade,
em Sergipe temos mais viaturas do que as portarias preconizam. No entanto, sabemos da importância da ampliação em todas as regionais, o qual estamos trabalhando de forma ativa e enquanto prioridade assim também como na conscientização da população quanto as consequências dos incidentes. É uma meta nossa e prioridade para esse ano ampliar o número de viaturas e profissionais em nosso serviço, será um dos nortes para os primeiros meses do ano de 2024.