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UMA TERTÚLIA PARA RANULFO PRATA
20 de agosto de 2023 - 20:54, por Claudefranklin Monteiro
O dia era do Historiador, mas quem fez as vezes da casa foram os médicos, notadamente os da Academia Sergipana de Medicina, na pessoa de seu presidente, Dr. William Soares. Este, desde quando assumiu os destinos da instituição, em 2022, tem dedicado especial atenção ao projeto Tertúlias de Humanidades Médicas, que, conforme publicação feita no portal da Federação Brasileira de Academias de Medicina (FBAM) trata-se de “(…) um caminho para levar temas de relevância histórica e cultural para cidades do interior do Estado”.
E assim foi na manhã de sábado, dia 19 de agosto de 2023, no Auditório do Campus da Universidade Federal de Sergipe, em Lagarto-SE. Em sua quinta edição, o projeto Tertúlias de Humanidades Médicas fez memória ao médico humanista e escritor lagartense, Ranulfo Prata. Ranulpho Hora Prata nasceu no dia 4 de maio de 1896, filho de Felisberto da Rocha Prata e Ana de Vasconcelos Hora (Ana Hora Prata). Formado em Medicina (Rio de Janeiro, 1919), fez carreira entre as cidades de Santos e Mirassol, onde constituiu família com Maria da Glória Prata (1923), mãe do também médico Paulo Prata e avó de Henrique Prata, fundador do Hospital de Amor. De sua seara literária, destaque para: O Tropeiro, 1916 – O Triunfo, 1918 – Dentro da Vida, 1922 – A Longa Estrada, 1925 – O Lírio na Torrente, 1926 – Lampião (referência ao Dia do Historiador – hoje, 19 de agosto), 1934 – Navios Iluminados, 1937. Morreu de tuberculose, com apenas 46 anos de idade, em São Paulo-SP, no dia 24 de dezembro de 1942.
Ao lado de Beatriz Góis Dantas, que fez uma análise de sua obra, mostrando sua influência itinerante, pude na ocasião do evento partilhar um pouco da vida e atuação médica de um dos maiores contistas da Literatura Brasileira. Estava presente, prestigiando a solenidade, o escritor Gilfrancisco, biógrafo de Ranulfo Prata, autor do livro “Ranulfo Prata vida e Obra” (2019). Além do neto do escritor, Dr. Henrique Prata, que emocionado, agradeceu pelas homenagens e pela dedicação dada à sua memória, destacando o orgulho de ter origens sergipanas e ter herdado o DNA da caridade e da atenção aos mais necessitados, como foi com sua bisavó, Ana Hora Prata e com seu avô (que cuidava, por exemplo, de Lima Barreto, em suas crises de alcoolismo e loucura). À tarde, num momento bastante concorrido, ele lançou, nas dependências do Hospital de Amor, seu mais novo livro: “O Parque dos Lobos – A Medicina Privada do Dinheiro Limitando a Prática da Saúde Pública”.
Aqui, um adendo não menos importante. Pela manhã, de autoridade política somente o médico Eduardo Amorim (Senador da República, 2011-2019). Afora representantes do judiciário, a exemplo do Dr. Adson Alberto Cardoso de Carvalho, e da Universidade Federal de Sergipe, Prof. Dr. Makson Oliveira (diretor do Campus) e Prof. Dr. Valter Joviniano de Santana Filho. Que juntamente com Dr. Wlliam Soares, Henrique Prata, Dr. Anderson Nascimento (presidente da Academia Sergipana de Letras) e Dr. Paulo Andrade Prata (presidente da Academia Lagartense de Letras) compuseram a mesa de honra, sob a condução cerimonialista do confrade Ginaldo de Jesus.
A quinta edição de Tertúlias de Humanidades Médicas também fez memória a mais dois médicos lagartenses: Dr. Lauro Dantas Hora (1898-1979), cuja fala ficou por conta de Dra. Zulmira Freire Resende (ASM), e Dr. Edilberto de Souza Campos (1883-1971), por Ana Maria Medina da Fonseca (ASL). Afora homenagens aos médicos Dr. Robério Santiago dos Santos (ortopedista); Dr. José Aloísio Souza Vieira (ginecologista) e Dr. Milson Luiz Figueroa (professor, ginecologista e obstetra).
Nos bastidores e de forma muito discreta, mas sem deixar de ser notado e citado pelos presentes, José Carvalho de Menezes (Juquinha), sem o qual o evento, em grande medida, não seria possível, tendo sido o grande articulador das demandas providas pela V Tertúlias de Humanidades Médicas, que certamente já deixou gravada nos anais da História Cultural de Lagarto uma página muito importante e sementes que logo serão belíssimas e longevas árvores, como a muda de Pau Brasil, presenteada por Dr. William a Henrique Prata, que por desejo deste há de crescer frondosa no Hospital de Amor de Lagarto, trazendo esperança para as inúmeras vítimas de câncer.
Confira o evento, na íntegra, pelo Canal YouTube da Academia Sergipana de Medicina: https://www.youtube.com/watch?v=Iizr2AxqYe0&t=228s