Ezio Déda: “Simão Dias tem se destacado no cenário estadual por sua importância política, cultural e econômica”

10 de junho de 2023 - 07:29, por Marcos Peris

Portal Lagarto Notícias

Dentro da série de entrevistas voltadas para às comemorações dos 133 anos de Emancipação Política de Simão Dias, o PLN entrevista nesta semana o professor, arquiteto e poeta, Ezio Déda.

Portal Lagarto Notícias – Qual a trajetória vida professor, arquiteto e poeta, Ezio Déda?

Ezio Déda – Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Tiradentes, em 2000. Sou especialista em “Desenho, Registro e Memória Visual”, pela UEFS/2004. Fui Coordenador dos Cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design de Interiores da UNIT no período entre 2004 a 2009 – atualmente sou professor da cátedra de Projeto de Arquitetura da mesma instituição.

Tenho experiência e diversos projetos na área de Arquitetura, com ênfase em projetos arquitetônicos e artes integradas. O meu escritório Ágora Arquitetos é o responsável pelo Projeto Arquitetônico e de Restauro do prédio do Antigo Atheneuzinho em Aracaju, monumento tombado pelo Estado, para sediar o Museu da Gente Sergipana em Aracaju, primeiro museu em tecnologia interativa do norte e nordeste – além de arquiteto sou o coordenador geral das ações para construção do Museu.

Também sou escritor e autor do livro Árvore de Folhas Caducas (2001), apresentado por Maria Bethânia. Fui Conselheiro do CREA-SE no período entre 2007 a 2009. Em 2008 fundei o Ágora Arquitetos, escritório que desenvolve diversos projetos de arquitetura, urbanismo, ambientação, exposições e instalações artísticas. Em 2010 lancei pela Editora 7 Letras o livro “A Casa das Ausências”, obra em multimídia que mescla literatura, desenho, dramaturgia e música, com participações de importantes artistas e personalidades sergipanas e brasileiras.

Fui Diretor de Programas e Projetos do Instituto Banese de outubro de 2009 a maio de 2012. Sou também membro do Conselho Editorial da Editora do Diário Oficial do Estado de Sergipe. 

Desde julho de 2012 estou como Superintendente do Instituto Banese – Museu da Gente Sergipana, além de ser Curador de diversas exposições e museus. Desenvolvi projetos multidisciplinares mesclando linguagens artísticas e tecnologia.

Em 2016, recebi da Prefeitura de Aracaju a Medalha do Mérito Inácio Barbosa. Em 2017, assinei o projeto do Tiradentes Institute, em Boston/EUA. Em 2018, realizei os projetos arquitetônicos do “Monumento Marcelo Déda” e do “Largo da Gente Sergipana”, juntamente com sua equipe do Ágora Arquitetos. Também, em 2018, fui agraciado pelo Governo do Estado com a Medalha do Mérito Tobias Barreto. Em 2021 recebi a Medalha Armindo Guaraná, condecoração do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe.

Em novembro de 2022, fui palestrante no evento “Cultura 5.0: O Papel do Museu na Sociedade Digital”, promovido pela Universidade de Coimbra, em Portugal., assim como fui o arquiteto responsável pelo projeto de restauração e retrofit de duas edificações históricas centenárias na cidade de Simão Dias, para instalação do Centro de Memória Digital Profª Enedina Chagas e do Clube Cultural Caiçara. Em ambos os projetos também assinei a curadoria.

Sou autor do Projeto Arquitetônico e de Retrofit do Museu dos Povos Acreanos, no centro histórico de Rio Branco-AC. Atualmente a obra está em fase de conclusão. Assinei também a curadoria do equipamento cultural, que expõe o acervo através de modernos recursos tecnológicos e interativos.  
 
PLN – Como surgiu a paixão pela Arquitetura e Urbanismo?

ED – Sempre tive facilidade com o processo criativo. A Arquitetura surgiu como uma linguagem necessária que me possibilitou formas de expressão para que eu pudesse representar graficamente e materializar minhas ideias.

PLN – Como foi atuar na função de coordenador dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design de Interiores da Unit, de 2004 a 2009?

ED – Foi uma experiência ímpar para meu amadurecimento pessoal, profissional e descoberta como gestor.
 
PLN – Qual tem sido a sua contribuição à frente da superintendência do Instituto Banese e da diretora do Museu da Gente Sergipana?

ED – Acredito que tenho realizado, juntamente com minha equipe do Instituto Banese e do Museu da Gente Sergipana, um trabalho sério e propositivo voltado para a valorização, fomento e difusão da cultura sergipana – possibilitando diálogos multidisciplinares e plurais entre as nossas manifestações.
 
PLN – Como recebeu a notícia da eleição para à Academia Sergipana de Letras?

ED – Com muita alegria, satisfação e senso de responsabilidade e de reciprocidade.
 
PLN – Qual é o seu sentimento em ocupar a cadeira de número 19 da Academia de Letras, sucedendo o escritor Jácome Goés, que faleceu em dezembro do ano passado?

ED – Trago em mim o zelo pela cultura e história que me precede. Estou atento para buscar fazer jus aos espaços que ocupo.
 
PLN – No tocante ao município de Simão Dias, como foi para Ezio Déda projetar o Complexo Cultural, que engloba o Clube Cultural Caiçara e o Centro Digital Enedina Chagas?

ED – Tive a oportunidade histórica de projetar esses dois equipamentos culturais tão significativos para minha terra. Durante o processo de criação revistei minha própria história, de meus antepassados e ancestrais. Foi um privilégio e uma emoção intangíveis.
 
PLN- Simão Dias ganhou substancialmente com a abertura do Complexo Cultural?

ED – Indubitavelmente. São espaços culturais multidisciplinares, inclusivos, plurais e representativos de uma identidade própria simãodiense.
 
PLN- O senhor faz qual avaliação de Simão Dias nestes 133 anos de história?

ED – Simão Dias completa 133 anos e tem muito a celebrar: ao longo de sua história, a cidade tem se destacado no cenário estadual por sua importância política, cultural e econômica. Mas sobretudo é preciso enfatizar a força de trabalho e realização de sua gente, que construiu as bases desse legado de desenvolvimento.

PLN- Quais projetos, o professor, arquiteto e poeta, Ezio Déda, têm em mente para os próximos anos?

ED – Continuo prospectando e criando, preciso desse exercício vital. Mas a realização só se completa ao materializar e ver as pessoas usufruindo, se apropriando, vivenciando. Só há sentido se chegar até o outro.

PLN- Qual mensagem o senhor deixa para a população sergipana e especial a simãodiense?

Construir sempre, ainda que para conseguir materializar o etéreo monumento. Seja necessário o falível tempo das mãos.

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