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Janeiro Branco: Psicólogo pondera a sobrecarga emocional de mães de crianças autistas
30 de janeiro de 2023 - 16:20, por Marcos Peris
Cerca de 80% das crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA) são acompanhadas em suas rotinas pelas mães
Estudos apontam que há um aumento no número de casos de crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Segundo pesquisa do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos Estados Unidos, aproximadamente uma em cada 44 crianças aos oito anos de idade é diagnosticada com TEA. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que haja cerca de 2 milhões de pessoas dentro do espectro autista.
No caso das crianças, em torno de 80% são acompanhadas pelas mães, em uma rotina intensa que inclui o acesso a diversas terapias e profissionais responsáveis pelos cuidados da criança portadora do TEA. “Como é necessário um acompanhamento extenso e de muitos profissionais, dar conta da carga horária dessas terapias pode ser um desafio, pois as mães precisam ainda equilibrar trabalho, vida pessoal, afetiva, emocional etc”, explica Leonardo Leite de Andrade, psicólogo e professor do Centro Universitário Estácio de Sergipe. A manutenção no mercado de trabalho é um dos principais desafios para essas mães. Pesquisas apontam que apenas cerca de 40% delas têm empregos fixos e, destas, muitas não conseguem evoluir na sua carreira por conta dos cuidados demandados pelo filho autista.
O especialista destaca ainda que um dos principais fatores de estresse emocional em mães atípicas (nome dado às mães de crianças que estão no espectro autista) é a expectativa em relação à evolução do caso da criança. Diferente do que pensa o senso comum, o TEA não é uma doença e, portanto, não é algo que precise ou possa ser curado. Porém, “algumas mães ainda acreditam que existe uma cura para a sua criança autista e que um dia ela não terá mais essa condição. Mas esse não é o ponto da questão”, expõe o psicólogo. Portanto, é preciso entender que se trata de uma condição permanente e que é necessário desenvolver estratégias para lidar com as dificuldades que a criança pode vir a ter.
Para atender as demandas emocionais dessas mães, o acompanhamento psicológico é altamente recomendado por Leonardo. Além disso, o psicólogo reforça ainda que a construção de uma rede de apoio sólida também é essencial para para que não haja sobrecarga dessas mulheres.