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JOSÉ EVILÁZIO VIEIRA (CHIARO) – UMA JORNADA DE SANTIDADE
12 de junho de 2022 - 12:47, por Claudefranklin Monteiro
Aos quinze anos de idade, por sugestão de meu saudoso irmão José Cláudio Monteiro Santos, eu reservei uma noite para ir falar com o artista plástico lagartense José Evilázio Vieira. Soubemos que ele havia deixado tudo para seguir os ideais do Movimento Focolare e que estava dando palestras. Naquela noite, fui vê-lo na capela de São José, ao lado do Estádio de Futebol Paulo Barreto de Menezes, em Lagarto-SE. Eu o ouvi atentamente e pela primeira vez, desde minha Primeira Comunhão, senti meu coração queimar com o fogo do Espírito Santo.
Terminada a palestra, seguimos os dois a pé com destino ao cento da cidade. Eis que uma chuva repentina nos tomou de assalto e fomos buscar abrigo na Rodoviária. Ali ficamos por pelo menos duas horas, sentados num banco. A conversa fluiu e se abriu diante de mim inúmeras possibilidades de focar e redirecionar a minha vida, seja no campo profissional, seja no campo pessoal. Daquele dia em diante, eu o escolhi como meu pai espiritual e passei a viver de acordo com aqueles ensinamentos que ele me transmitiu naquela noite.
Não me tornei padre ou franciscano, como eu imaginava, nem tão pouco tive a coragem suficiente para aceitar os convites para ser focolarino solteiro e mesmo casado. Mas, com muito esforço, procurei me tornar uma pessoa melhor. E isso, eu devo em grande medida a ele. Àquela noite. Se hoje busco equilíbrio e serenidade, com absoluta certeza tive e tenho nele um grande modelo de vida. Espero eu um dia, poder ter o brilho de seus olhos e a presença viva do Espírito Santo.
Evilázio nasceu em Lagarto, em 22 de agosto de 1947, iniciado aos oito anos de idade, a se interessar pelo desenho, procurando transferir o seu meio ambiente – o campo -, para o papel. Os anos passaram, e a vontade de progredir, o direcionou para a Escola de Belas Artes da Bahia, em 1973, e apenas aquele ano, pode permanecer no estabelecimento de ensino. Este contato com a Escola de Belas Artes motivou iniciativas mais ousadas, adentrando então ao óleo sobre tela, tendo pintado para coleções de amigos e de pessoas que visitando Lagarto, adquiriam os seus trabalhos, que hoje se encontram no Rio Grande do Sul, Bahia e Sergipe.
Em 1982, atendendo ao convite, executou mural no Auditório da Cooperativa Mista dos Agricultores do Treze, em Lagarto. Em 1983, participou da exposição coletiva na Câmara de Vereadores, em Lagarto, numa promoção da SUCA. Em agosto de 1984, participou de coletiva junto com os artistas Adigenal e Lourival Santos, no hall do Palácio da Justiça, em Aracaju, numa promoção da SUCA, através do Programa de Interiorização de Ações Culturais e apoio da Ludus Artis Galeria.
Ainda em agosto de 1984, participou do 1º Salão de Arte Santeiros de Sergipe, na Biblioteca Epifânio Dória, promoção do Conselho Estadual de Cultura, Associação Sergipana de Cultura e Ludus Artis Galeria, com o apoio da SUCA. Neste mesmo mês e ano, passou a participar da exposição permanente na Ludus Artis Galeria, em Aracaju.
Em setembro de 1984, juntamente com Adigenal, José Fernandes e Lourival Santos, está participando da Primeira Semana de Arte Contemporânea de Lagarto, promoção SUCA, Projeto de Integração de Lagarto, Ludus Artis Galeria, Prefeitura Municipal de Lagarto, através da Secretaria de Educação, Cultura e Turismo e apoio do Banco do Nordeste do Brasil S.A.
Psicanalista clínico desde 2003. Especialista em Teoria Psicanalítica pela Sociedade Universitária Redentor (SUR, RJ). Graduado em Psicanálise Clínica pela Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil (SPOB, BA). Graduado em Contabilidade pela Universidade Tiradentes (UNIT, SE). Artista plástico. Membro do Conselho Brasileiro de Psicanálise (CBP, RJ). Membro da Associação Mundial de Irisdiagnose (AMI, SP). Consultor Sênior na Fazenda da Esperança. Membro do Grupo de Apoio à Formação de Responsáveis da Fazenda da Esperança (GAFRFE, SP). Palestrante Motivacional sobre Relacionamento intra e interpessoal. Professor da Escola Internacional Preparatória de responsáveis da Fazenda da Esperança (SP).
Entre o final dos anos 80 e início dos anos 90, conheceu o carisma do Movimento Folcolare e, juntamente, com sua esposa Joselma (Mada). Eles mudaram radicalmente suas vidas, dedicando de corpo e alma ao projeto Fazenda Esperança. Sua família foi a primeira no mundo a abraçar esta causa. Abrindo mão de tudo e indo morar na fazenda. Ele passou a cuidar da formação dos jovens e ela, responsável pela parte burocrática e pelos projetos. Atualmente, eles moram na Fazenda da Esperança de Guaratinguetá, em São Paulo.
A arte passou a ganhar um novo significado e uma nova finalidade para ele. Agora, seu intento era tratar na arte a beleza da dor, a dor do Jesus Crucificado. Para ele: “Se eu consigo ver a beleza que tem no crucificado, eu também posso enxerga-la na dor do abandonado pela sociedade”. Nesse sentido, ele entendia que mais do que era necessário penetrar na história de vida dos jovens drogados e perceber Jesus abandonado.
Não tardou, sobretudo por orientação de Frei Hans, que sua arte fosse além de um meio eficiente de evangelização, também se tornasse numa espécie de carta de apresentação da obra da Fazenda Esperança. Atualmente, um estilo nascido na Fazenda São Miguel, está espalhado por várias partes do Brasil e do mundo.
Em razão de um acidente de trânsito, ficou tetraplégico. Com muito esforço e fé, retomou suas atividades, seguindo a fazer de sua fala um instrumento de evangelização, agora mais, com o testemunho de sofrimento e limitações. Recentemente, a editora Fazenda da Esperança lançou sua biografia, intitulada “A obra de arte mais bela”, de autoria de César Alberto do Santos. Hoje, aos 12 dias do mês de junho de 2022, descansou e completou sua jornada, tendo seu corpo velado e sepultado onde passou ser sua morada nos últimos anos: Centro Masculino da Fazenda Esperança, em Guaratinguetá-SP.