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Agroamigo incentiva produção orgânica no município de Lagarto
22 de março de 2022 - 09:21, por Marcos Peris
Com alta da procura por alimentos orgânicos, agricultores têm investido nessa modalidade de produção, que alia boas práticas de convivência com o meio ambiente natural, economia de recursos e mudanças em hábitos de saúde nas cidades.
Em Sergipe, famílias das regiões Centro-Sul e Baixo São Francisco ampliaram a produção sustentável de alimentos com apoio do programa de microcrédito rural do Banco do Nordeste, o Agroamigo. Elas abastecem feiras em diversos municípios, com destaque para a participação do povoado Colônia Treze, em Lagarto.
Moradora do local, a agricultora Ângela Maria trabalha com produção orgânica há 30 anos. Para ela, produzir e consumir orgânicos sempre foi parte da vida que levava no início da vida. “Faço isso desde a época em que o povo nem sabia dos males do agrotóxico. Onde nasci, em Aquidabã, era comum plantar e comer orgânicos. As frutas e verduras são menores, mas muito mais saborosas do que muitas que encontramos hoje em dia”, diz a produtora.
Quando comprou um terreno na Colônia Treze, Ângela começou com hortaliças e logo expandiu o cultivo para frutíferas e raízes. “Sempre vendemos a produção na feira local do povoado. Vimos aumentar a busca por orgânicos, por isso decidimos diversificar a produção”, explica. Ela resolveu aderir à técnica da hidroponia, que é o plantio sem solo, para as hortaliças. As raízes recebem uma solução nutritiva balanceada, com água e nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas.
Para o novo investimento, ela contou com apoio financeiro do Banco do Nordeste, além da assistência técnica da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). “Agora economizo 90% da água consumida no modelo tradicional, o que faz toda a diferença para a natureza e para nós, como produtores. Graças às parcerias, vimos a produção crescer e, atualmente, parte dela já é agroecológica. Somos muito gratos àqueles que tornaram esse sonho possível”, comemora.
Alimentação saudável
O produtor Everaldo Bezerra, do município de Santana do São Francisco, pensou na saúde dos consumidores quando iniciou o cultivo de hortaliças na propriedade de três mil metros quadrados. Ele conta que utiliza folha de mamona e calda de fumo como inseticida, apesar de não sofrer com muitas pragas.
“A gente sempre se preocupou com as consequências do agrotóxico na saúde. Vi alguns vídeos sobre produção orgânica e pouco tempo depois comprei o terreno. Aqui planto repolho, alface, coentro, couve e outras hortaliças”, relata Everaldo. A demanda aumentou e ele planeja ampliar a área de produção. “Temos certeza que com apoio do Banco do Nordeste poderemos aumentar a produção e vender produtos saudáveis para muitos outros clientes”, conclui o produtor.
O hábito ainda não está na mesa de todos, mas a porcentagem é promissora, conforme revela pesquisa feita pela Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis). De acordo com o estudo, 63% dos brasileiros consomem orgânicos pelo menos uma vez por semana, mas 67% deles consideram o preço uma barreira para comprar mais. Uma saída apontada é ampliar o número de propriedades rurais especializadas em produção orgânica.
Segundo o coordenador estadual do Agroamigo, Luiz Alberto Morato, o microcrédito é um caminho seguro para investir e manter bons resultados de produtividade. “Questões de saúde e preservação ambiental são pilares nesse tipo de produção, já que no manejo da atividade não há utilização de agrotóxico ou de insumo químico. Para apoiar esse tipo de cultura, o Banco do Nordeste possui a linha de crédito Pronaf Agroecologia, voltada exclusivamente para produtores orgânicos e agroecológicos”, ressalta.