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Produtor dá exemplo de manejo eficiente e lucrativo da terra na irrigação pública
17 de novembro de 2020 - 10:47, por Marcos Peris
Se há um ensinamento útil para quem está começando uma pequena produção agrícola familiar, é o de que nunca se deve repetir uma cultura na mesma parcela do lote plantado. Segundo o agricultor Antônio de Juvenal, irrigante no Perímetro Irrigado Jacarecica I, em Itabaiana, sempre é importante fazer a rotação de culturas para equilibrar os níveis de nutrientes do solo e evitar a ocorrência de pragas e doenças que podem passar de uma plantação para a outra, se ela for igual à anterior, racionando ainda o uso de agrotóxicos. Seguindo esse mandamento à risca, em sua área irrigada de 2,3 hectares, o produtor consegue fazer o aproveitamento completo do lote, colhendo uma grande variedade de hortaliças, que comercializa sob encomenda dos feirantes de Itabaiana, Simão Dias e São Domingos; de indústrias de beneficiamento com quem tem contrato; da cooperativa de onde é sócio, e ainda para os atravessadores.
O lote de seu Antônio recebe água do perímetro irrigado do Governo do Estado, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que também lhe fornece assistência técnica rural. Ele planta e colhe, consecutivamente, diversos tipos de pimenta, fava, alface, coentro, cebolinha, abóbora, macaxeira e, dentro de alguns dias, vai plantar hortelã miúda. Mas a batata-doce parece ser o cultivo de maior assiduidade em seu lote. “Planto quatro variedades: duas roxas e duas brancas. Tem batata mais rápida, de dois meses, de dois meses e meio, de três meses, mas a de quatro é a mais saborosa, a roxa italiana, que pode ser vendida por até R$ 40, o saco”, conta Antônio de Juvenal, explicando que a decisão de qual batata vai plantar depende da pressa do cliente e do quanto se dispõe a pagar pela qualidade do produto.
No perímetro Jacarecica I, a raiz tuberosa corresponde a mais da metade do tudo o que é colhido anualmente, o que contribui para que o município de Itabaiana seja o maior produtor de batata-doce de Sergipe, estado que mais produz no Nordeste, segundo recente levantamento feito pela Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro). “Em nossos perímetros situados em Itabaiana, Malhador, Riachuelo, Areia Branca e Lagarto, tem produção da batata-doce. O produto está na moda do consumo ‘fitness’, por ser um alimento muito saudável. Por conta do bom preço de venda e da facilidade de plantio – as ramas, que formam a parte aérea da planta, são replantadas para formar um novo pé – ela tem ocupado parte considerável dos lotes irrigados”, conta o diretor de Irrigação da Cohidro, João Fonseca.
Mas o produtor insiste na importância de alternar o cultivo. “Planto um pouco de cada coisa para variar as plantas, melhorar a qualidade da terra e evitar mais uso de agrotóxicos”. Segundo o produtor, por trabalhar entregando produtos a clientes fixos, costuma obedecer a prazos e alcança eficiência com o sistema de rotação. “Planto pimenta ‘dedo de moça’ no final do verão, pra quando chegar o inverno colher, que é quando ela está com melhor preço”, completa ele que, atento à sazonalidade, conta com as oportunidades que a irrigação disponível o ano todo oferece, ofertando os produtos em suas entressafras.
“Se não fosse a irrigação da Cohidro, não teríamos nada, pois ela ajuda 100%. Caso contrário, estaríamos ainda cavando poços ou buscando água nos açudes, o que não compensa porque fica caro. E aqui a gente usa o sistema automático, muito melhor e mais rápido”, diz Antônio de Juvenal. Para o presidente da Cohidro, Paulo Sobral, irrigantes que seguem o exemplo do senhor Antônio orgulham a Cohidro, dão satisfação aos servidores que os atendem e justificam todo investimento público empregado nos perímetros. “O perímetros irrigados Jacarecica I e Poção da Ribeira receberam no ano passado o investimento de mais de R$ 14 milhões do Governo do Estado, via Programa Águas de Sergipe, só para a modernização do sistema de irrigação, que agora é mais eficiente, racionando a captação nas reservas hídricas e gerando economia aos cofres públicos, ao consumir menos energia elétrica para bombear água. Ver esses investimentos dando resultado para os agricultores é realmente gratificante”, finaliza Paulo.