Irrigantes do Perímetro Piauí voltam a cultivar pimenta malagueta

14 de outubro de 2020 - 14:47, por Marcos Peris

A pimenta malagueta voltou a interessar os agricultores do Perímetro Irrigado Piauí, em Lagarto, depois de perder espaço para outros cultivos em anos anteriores. Em 2020, com o aumento da demanda das indústrias locais e da vizinha Bahia, o preço do quilo subiu para R$ 10 e os produtores retomaram o plantio. A pimenta é o ingrediente principal para fabricação de molhos picantes. O alto grau de ardência da malagueta dificulta a colheita e aumenta os custos de produção, exigindo ao produtor vender aos melhores preços. Enquanto isso, a ardência da pimenta biquinho é bem moderada e, por ser de tamanho maior, é mais fácil de colher. O quilo da biquinho é vendido à indústria por R$ 6,00, para a fabricação de conservas, e sua produção não passou por variações significativas no perímetro irrigado mantido pelo Governo do Estado.

A irrigação pública e a assistência técnica rural são fornecidas a todos os 421 lotes do perímetro Piauí pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que dá o suporte necessário para os pipericultores plantarem durante o ano todo. No caso da pimenta malagueta, a colheita começa após 90 dias do plantio e o produtor faz colheitas semanais durante outros 90 dias. Depois dessa produção, o pé da pimenta fica mais 90 dias sem dar o fruto. Mas passado esse período, ele volta carregado e o processo é reiniciado. Ao completar seis meses de vida, os pés são arrancados para que seja iniciado um novo plantio na área. Só desta espécie, o polo irrigado já chegou a registrar uma produção anual de 508 toneladas, em 2017.

Irrigante no Perímetro Piauí há 25 anos, Luíz Barbosa trabalha com pimentas há 10. Para ele, a melhoria do preço do quilo fez compensar voltar plantar a malagueta. “Passei um tempo sem plantar porque a empresa que eu vendia baixou o preço demais, aí não tinha como repassar. Agora que voltou a um preço melhor, resolvemos plantar”, disse o agricultor. Ele utiliza uma área de 1 ha, produz em média 300kg de malagueta por semana, e vende o quilo da pimenta madura a R$ 10,00 e a pimenta ainda verde a R$ 8,00, repassando para compradores de Salvador (BA). Já a biquinho tem preço mais modesto. “Mesmo com o quilo a R$ 6,00, as pimentas biquinho são bem comercializadas, por isso vale a pena continuar plantando. Ela é peneirada e separada; as maiores são vendidas para as indústrias e as menores vão para as feiras da região”, conta o produtor.

Segundo o gerente do perímetro irrigado Piauí, Gildo Almeida, a baixa demanda foi o principal fator para que os produtores deixassem de plantar a malagueta e buscassem outros cultivos, incluindo a pimenta biquinho. “Agora, o pessoal está animado com o preço da pimenta malagueta; a indústria local está voltando a comprar. O produtor confia que agora vai dar lucro, que compensa e estão retornando com a produção da malagueta, que esteve em situação de quase acabar. E também tem uns compradores que vêm da Bahia. Ainda assim, muitos produtores estão optando pela pimenta biquinho, porque é mais fácil de trabalhar; não tem ardência e seu tamanho é maior, o que facilita a colheita”, analisa o gerente. Assim como ocorre com a malagueta, a indústria local compra a maior parte da produção da pimenta biquinho.

Rogério de Souza tem mais de 25 anos como irrigante no perímetro Piauí, e começou a plantar a pimenta biquinho há 8. Ele conta que deu uma pausa de dois anos na plantação do cultivo, mas logo retornou porque, na época, a malagueta não estava dando o retorno esperado e a colheita da biquinho apresentava mais facilidade. “Eu hoje continuo com a malagueta, só reduzi a área. Com a biquinho tenho mais vantagem”, completa o pipericultor, que ocupa dois 2 ha com os cultivos.

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