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Em Lagarto, produção orgânica ganha destaque em perímetro irrigado
2 de julho de 2020 - 11:00, por Marcos Peris
Há quase 20 anos, o produtor rural João Pacheco, do município sergipano de Lagarto, começou a investir no cultivo de legumes e hortaliças folhosas sem o uso de agrotóxicos. O agricultor iniciou a sua própria produção orgânica após participar de atividades e visitações promovidas pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), que administra o Perímetro Irrigado Piauí, onde sua propriedade está localizada. Além de fornecer a água para irrigação, o que permite a produção em qualquer época do ano, a empresa do Governo Estadual fornece ainda a assistência técnica e extensão rural aos agricultores, juntamente com assessoria em agronegócio, para ajudar a escoar a produção.
Reconhecido e registrado como agricultor orgânico no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, seu João conta que a produção agroecológica foi a melhor maneira que encontrou para cultivar no campo, com saúde e segurança. “A gente evita aquele cheiro forte dos agrotóxicos, fica livre de muitas doenças, acostuma e não quer mais sair”, afirma. Participando de cursos, palestras e dias de campo, o agricultor aprendeu a fazer o seu próprio composto orgânico para fertilizar o solo, com esterco de gado e torta da mamona. Já para pulverizar e combater as pragas, utiliza a planta Nim e outros produtos naturais. Ele planta variadas culturas agrícolas em seu lote: couve, pimentão, coentro, rúcula, alface, repolho, cebola, cebolinha, couve flor, brócolis, alho poró.
O produtor irrigante destaca a importância das orientações obtidas no processo de cultivo orgânico, e do auxílio recebido, sempre que necessário. “O pessoal da Cohidro incentivou bastante a gente, eu gostei e agora só paro quando morrer”, brinca João Pacheco, que reforça ainda a importância dos conhecimentos adquiridos durante o período de experimentação na agricultura, desde a iniciativa de abandonar o uso de agrotóxicos até a busca pelas espécies que se dão bem com o solo, passando pelas técnicas de produzir sem usar veneno. “No início, só plantava fumo e mandioca; depois de ser orgânico, entrei para as hortaliças. Até tentei tomate, mas não deu certo. Agora só são folhosas, todo tipo de folhosa a gente planta”, conta o agricultor orgânico.
O diretor de Irrigação e Desenvolvimento Agrícola da Cohidro, João Fonseca, reconhece o empenho dos produtores orgânicos e ressalta a contribuição dos técnicos e agrônomos da companhia. “Nosso pessoal faz visitas frequentes aos lotes familiares, passando toda orientação técnica da melhor forma de plantio, estimulando a conversão para a agricultura orgânica, que tem um forte potencial na agricultura familiar nos nossos perímetros”, explica. Esse potencial se transforma em realidade na melhoria da renda do agricultor, quando ele se dedica ao cultivo de alimentos orgânicos. Os produtos que são autênticos e reconhecidos por órgãos competentes, como é o caso dos cultivados pelo João Pacheco, têm preço de mercado geralmente 40% superior ao mesmo produto quando cultivado de modo convencional [com o uso de agrotóxicos].
Por incentivo da Cohidro, João Pacheco e outros 10 produtores do perímetro Piauí formam uma Organização de Controle Social (OCS), que é autorizada pelo MAPA para venda direta ao consumidor de produtos sob a designação de orgânicos. Pacheco comercializa seus produtos nas feiras livres e também para clientes que negociam diretamente com o produtor. “Tem muitos clientes, de Aracaju mesmo, que passam aqui pra levar. Já acostumei com esse ramo, não tem jeito. Vou continuar, se Deus quiser!”, conclui o produtor rural.