Riachão do Dantas completa 150 anos da emancipação política

9 de maio de 2020 - 09:30, por Marcos Peris

Há 150 anos, no dia 9 de maio de 1870, Riachão do Dantas conquistava sua emancipação política. A sede do Município tem suas origens no início do século XIX, e está relacionada com a devoção a Nossa Senhora do Amparo e à atuação da Igreja como a maioria das vilas e cidades surgidas nos períodos colonial e imperial quando povoações, vilas e cidades iniciaram-se quase sempre em torno de um cruzeiro erguido como marco de fé.

O fazendeiro e político João Martins Fontes é um dos atores da fundação da povoação do Riachão e teve sua carreira em cargos de governança no município muito cedo, como a função de Juiz Ordinário Presidente da Câmara. Após a morte de João Martins Fontes, os herdeiros doaram a Nossa Senhora do Amparo a capela e as terras que lhe pertenciam para que a mesma fosse transformada em matriz.

Com a transformação da povoação em Freguesia, as lideranças políticas da localidade passaram a trabalhar pela emancipação. Dentre as lideranças, se destacou a figura do Coronel João Dantas Martins dos Reis, líder do Partido Conservador no sul de Sergipe que desde cedo militou na política da Província de Sergipe, batalhando pela autonomia de Riachão. Coronel João Dantas, exerceu cargos de representação no Lagarto e no Riachão, como vereador, presidente da Câmara Municipal, Juiz de Paz, Suplente de Juiz Municipal, delegado de polícia. Foi também Deputado Provincial, Vice-Presidente da Província e ocupou a presidência da Assembleia Legislativa por várias vezes.

Em 23 de maio de 1864, foi decretada a Resolução nº 666, pela qual ficava “elevada à categoria de Vila a Freguesia do Riachão, servindo-lhe de divisão para o respectivo termo, a da mesma Freguesia.” Com a resolução foram tomadas as providências para a instalação da nova Vila.

As disputas políticas aconteceram entre Conservadores e Liberais, o que acabou atrapalhando o processo de implantação da Vila. Os Liberais, adversários do Cel. João Dantas Martins dos Reis, conseguiram a revogação do ato emancipatório através da Resolução nº 730, de 15 de maio de 1865. A Freguesia de Nossa Senhora do Amparo voltou a pertencer ao Município de Lagarto.

Já há 5 anos desse feito, foi sancionada a Resolução nº 888, de 09 de maio de 1870, elevando definitivamente a Freguesia de Nossa Senhora do Amparo à categoria de Vila com a denominação de Riachão, desmembrando-a do Município de Lagarto. No ano seguinte, após a realização de eleições, foi instalada a Câmara Municipal.

Sobre curiosidades, o nome Riachão provém do riacho, quase rio, que passa próximo à localidade: o riacho da Limeira. O complemento “do Dantas” foi acrescentado a partir de 1943, como forma de homenagear o Coronel João Dantas Martins dos Reis, importante personalidade da emancipação política.

Fonte: “Riachão do Dantas: nossa terra, nossa gente, nossa história”, de José Renilton Nascimento Santos.

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