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Anselmo: “Eu vivo a fotografia, eu respiro a fotografia, eu vivo da fotografia.”
3 de janeiro de 2016 - 12:05, por Alexandre Fontes
A entrevista da semana e a primeira do ano de 2016 é com o filantropo, pai de família, capelense, mas lagartense de coração e fotógrafo renomado, Anselmo Guilherme de apenas 41 anos de idade.
Durante a entrevista, ele nos contou um pouco da sua história de vida, dos seus sucessos, bem como, das dificuldades atualmente encontradas no mundo da fotografia, ele que reside no município de Lagarto há exatos 22 anos é presidente e colaborador da APAE e deixou uma mensagem interessante para todos os lagartenses.
Apesar de extensa, vale a pena conferir está breve conversa, por isso a partir de agora conheça um pouco do Anselmo Guilherme, o jovem por traz das lentes da New Lab Fotografias.
Lagarto Notícias: Quem é Anselmo Guilherme?
Anselmo Guilherme: É capelense, lagartense, sergipano, brasileiro, pai de dois filhos, casado com Adileide, fotógrafo e hoje colaborador da APAE.
LN: Nascido na cidade de Capela, recentemente você recebeu o título de cidadão lagartense, quando foi que isso aconteceu?
Anselmo: Recebi há três anos. Título esse acolhido por unanimidade pela casa e indicado pelo vereador Flamarion Deda. Eu moro aqui desde abril de 1994.
LN: Antes de vir morar em Lagarto você morava em capela ou Aracaju?
Anselmo: Morava em Aracaju, e lá eu era divulgador científico da indústria farmacêutica. Era propagandista, trabalhava com médicos, mas a fotografia já estava inserida na minha vida até porque eu venho de uma família de fotógrafos, meus pais são fotógrafos e desde então a fotografia está viva comigo.
LN: Já entrando na próxima pergunta, a fotografia entrou em sua vida de que forma?
Anselmo: Eu venho de uma família de fotógrafos da cidade de Capela e busquei, a princípio, não participar ativamente da fotografia, por isso, trabalhei uma temporada como divulgador científico da indústria farmacêutica em Aracaju. Até que em abril de 1994, meu pai e eu, nós abrimos aqui [Lagarto] uma empresa chamada New Lab Revelação em 1 Hora que era na Praça Rosendo Ribeiro de Souza e até 2000 / 2001 eu trabalhei com revelação, mas em meados de 1999 eu iniciei o trabalho como profissional da fotografia. Infelizmente em dezembro de 1997 meu pai veio a falecer em um acidente automobilístico, aí eu mergulhei de cabeça no mundo da fotografia, à princípio conciliei revelação com o fotógrafo mais em 2001eu não mais revelava, eu agora fotografava e foi ai que me descobri como fotógrafo.
LN: Qual a sua formação?
Anselmo: Eu tenho o 2° Grau, mas cursei Publicidade e Propaganda só até metade do curso porque na época ou eu trabalhava na indústria e assim me alimentava, ou eu pagava a faculdade. Hoje está tudo mais fácil com os Fies da vida, mas naquela época quando eu comecei a pagar o curso, não tive como dar sequência e escolhi comer, hoje acho cômica a situação, mais a coisa era sério, muitas dificuldades na época. Falei muito que trabalhei na indústria farmacêutica, mais esqueci de dizer que eu era preposto (empregado de um funcionário direto).
LN: Certamente, muitas pessoas não conhecem esse período de dificuldades vivido por você, hoje uma das referências da fotografia no estado, mas quando você cursava Publicidade e Propaganda já estava imerso na fotografia?
Anselmo: Não, nessa época eu era propagandista. Só que eu era propagandista preposto, ou seja, eu era o empregado do empregado do empregado e isso contribuiu para que as minhas economias fossem muito inferiores. E aí eu comecei a me dar muito bem como propagandista e as empresas grandes começaram a me observar, nessa época tive que trabalhar no interior, na região de Propriá, Cedro de São João, todo o norte do estado, baixo São Francisco, até que em 1992 fui contratado para trabalhar em uma empresa chamada Ativus Farmacêutica ai sim, levantei a cabeça.
LN: Em todos esses anos na carreira fotográfica você ganhou diversos prêmios, mas qual desses foi o mais importante?
Anselmo: Logo depois que adentrei a fotografia, tive a oportunidade de participar de alguns concursos daqui do estado, consegui uma boa visibilidade, graças a Deus! No nordeste também, mas o que realmente me deu ascensão foi o concurso a nível nacional que foi prêmio Wedding Brasil de Fotografias em 2011 que foi realizado em São Paulo, esse foi o que me abriu as portas, onde eu tive a oportunidade de apresentar minha fotografia ao mundo. Lá eu concorri com mais de 1.500 profissionais da América Latina e foi na categoria Júri Popular que as pessoas aprovaram o meu trabalho na primeira colocação. Eu vivo a fotografia, eu respiro a fotografia, eu vivo da fotografia.
LN: Se os seus filhos, quando estiverem mais maduros, decidirem ingressar no mundo da fotografia, qual seria a sua fala para eles?
Anselmo: Eu vivo da fotografia, tenho uma boa relação com ela. Como pai, eu não quero que os meus filhos sejam fotógrafos, é normal e natural para os pais dizerem aos filhos que busquem algo melhor, mas eu os deixo muito à vontade para fazer as suas escolhas e espero que eles escolham outro meio para que possam ter uma vida social. Mas sou muito aberto, se eles optarem serão a terceira geração de uma família de fotógrafos.
LN: Quais as dificuldades que um fotógrafo enfrenta e que você na sua trajetória enfrentou?
Anselmo: A maior dificuldade foi mudança da fotografia analógica para a digital, porém, na época eu não sentir em demasia essas dificuldades, eu já vinha me preparando para essa grande mudança e graças a Deus sempre busquei me atualizar. A princípio como falei as dificuldades foram muito poucas porque eu estava realmente acostumado com o digital e a coisa estava fluindo da melhor forma possível. Hoje a verdadeira e maior dificuldade é educar o cliente, porque com o digital tudo ficou mais fácil, no entanto, “alguns” com uma Tekpix no pescoço se diz que é fotografo e quando mexe em um programa de edição (imagem) se acha Designer é por isso que afirmo que é preciso educar o consumidor final, óbvio que é uma afirmação com grandes limites graça a Deus, existem muitas pessoas, que sabem valorizar uma boa fotografia. Às vezes as pessoas confundem o amador com o profissional e o último é o que busca fazer a diferença na hora de fazer um registro fotográfico.
LN: Qual a marca que o fotógrafo Anselmo Guilherme pretende deixar?
Anselmo: Eu busco, além da qualidade visual, surpreender o meu cliente e deixá-lo despreocupado, no qual a partir do momento em que ele me contrata e me dar à ideia, a partir dai, ele se preocupe com qualquer outra coisa, exceto com a fotografia.
LN: Anselmo fotógrafo, inquestionado sobre o seu profissionalismo, mas apareceu o desafio de algo mais social que foi assumir a presidência da APAE. Como foi topar esse desafio? Esperava?
Anselmo: Não esperava não, mas eu tinha um débito com o todo poderoso. Eu recebi um convite de Vera (Apae) e disse que ia pensar para dar uma resposta, e fui conversar com minha esposa até que me lembrei dessa dívida comigo mesmo porque eu tenho um filho que tem um probleminha no coração e quando ele teve uma crise no hospital, eu prometi que se ele saísse daquele processo, eu iria contribuir de alguma forma seja ajudando famílias carentes… enfim, graças a Deus ele saiu e infelizmente eu me esqueci de fazer as tais ações prometidas. Foi ai que surgiu essa oportunidade de colaborar com a APAE Lagarto e eu pensei muito pouco, abracei a causa. Na verdade, eu pensava que eu iria colaborar com eles, mas é o contrário, são eles quem colaboram comigo. São dois anos de APAE, de muita dedicação e de muito amor àquela instituição e graças a Deus foram dois anos abençoados. Existem muitas dificuldades como toda e qualquer empresa, principalmente a APAE que é filantrópica, nós temos a ajuda da Prefeitura e do Governo Federal, mas os custos são muito altos e é por isso que a gente necessita muito da ajuda de todos.
LN: É aquela ajuda que esse mês temos a certeza que fechará as contas, mas no próximo mês só sabe Deus porque depende de doações…
Anselmo: Isso mesmo, mais graças a Deus, nós somos privilegiados, a população tem dado sua contribuição, tem alguma empresa que também abraça à causa, o Ministério Público, e temos uma ajuda muito grande do Investcap (Cajucap).
LN: O mandato é de quantos anos?
Anselmo: São três anos podendo ser reeleito, mas eu acredito em alternância de poder. Acredito que por mais que eu tenha feito uma boa administração, o próximo que virá a gente escolhendo a pessoa certa, essa pessoa vai fazer um bom trabalho. Digo isso porque ela veio das mãos de um grande empresário que é o Charles Brício e eu pensei: ‘Meu Deus o que eu vou conseguir fazer?’, mas é incrível como a sinergia da APAE consegue mexer com a gente. Então, para fazer as coisas, você tem de colaborar e pedir e quando você aprende a pedir as pessoas certas as coisas acontecem.
LN: Três anos não são capazes de resolver todos os problemas da instituição, mas quando deixar a presidência, você sairá realizado?
Anselmo: Problemas sempre vão existir. Durante esses três anos, onde me resta 01 ano de mandato que eu tenho na APAE. Eu espero que em Agosto/Setembro de 2016 esteja concluída a minha passagem naquela instituição (quanto obras e planejamento dentro de meu mandato). Se assim eu posso citar, toda a área física da instituição foi transformada, educadores sempre capacitando e o mais importante, os usuários Apae, nossos meninos é assim que costumamos identificá-los, mais satisfeitos e muito mais participativos. Sempre que tenho oportunidade de falar da APAE-LAGARTO, eu convoco a população lagartense e das cidades assistidas para que venham conhecer e ver de que forma estão sendo empregadas as suas colaborações e doações.
LN: O seu objetivo foi abrir as portas da APAE para a sociedade, mas a sociedade respondeu a este recado?
Anselmo: Sim, tivemos um respaldo muito bacana, a população esteve conosco, as redes sociais comoveram muita gente, mas o que eu peço a população em geral é que não nos olhe com olhos de pena, nos observe de uma forma especial porque o que os meninos da APAE precisam é de visita. É muito bacana quando temos mais de 500 curtidas numa fotografia que a gente coloca dos meninos lá na página, mas vamos traduzir essas curtidas em 100 pessoas que vão visitar os meninos na APAE, não precisa ser sócio ou colaborador, para que possam ir lá e dar um abraço neles, uma coisa eu garanto: Ao adentrarem àquele recinto, vocês vão ter abraços sinceros e beijos verdadeiros, é impressionante como você é transformado lá dentro.
LN: Quais as suas maiores alegrias?
Anselmo: Minha família (filhos e esposa), realização profissional e Apae-Lagarto.
LN: Qual a mensagem que gostaria de deixar para o povo de Lagarto, sendo você o primeiro entrevistado do ano de 2016?
Anselmo: Desejo a população lagartense que tenhamos muita paz, muita saúde, que a nossa política funcione da forma que deve funcionar, que sempre estejamos dispostos a superar todas as dificuldades que vierem a calhar no caminho, além, é claro, de desejar muito sucesso a todos.