Campus do IFS Lagarto celebra saberes que não estão nos livros

28 de agosto de 2019 - 08:26, por Marcos Peris

Apesar de diversos exemplos que mostrem o contrário, de maneira geral, ainda é muito presente no imaginário popular o estereótipo de que os institutos federais, devido a sua natureza tecnológica, se voltam somente para atividades ligadas à área de exatas. Entretanto, na última semana ao promover o I Seminário Griô da instituição, o IFS – Campus Lagarto deu mais uma mostra de que essa visão é um tanto equivocada.

Organizado pela Coordenadoria de Ciências Humanas e Sociais, o evento buscou trazer para o ambiente institucional o debate sobre a valorização do conhecimento produzido nas comunidades tradicionais, o qual às vezes acaba ficando de fora dos bancos escolares. O termo “griô” remete à ancestralidade dos povos africanos e se refere ao indivíduo que tem por vocação preservar e transmitir histórias, conhecimentos, canções e mitos de seu povo. Em sentido amplo, o conceito pode ser aplicado a comunidades quilombolas, tribos indígenas e demais agrupamentos sociais onde a força da oralidade seja predominante na construção da história.

O seminário se iniciou pela manhã com uma oficina de danças populares ministrada pelo professor convidado Sidney Oliveira e se estendeu até o turno vespertino, quando houve a apresentação da Banda Sinfônica da Universidade Federal de Sergipe, com vasto repertório da cultura popular, uma palestra com o professor de História Roberto Sousa e uma roda de conversa com Dona Ione, presidente da Associação Folclórica de Lagarto, e Jenisson, integrante do grupo Parafusos e ex-aluno da instituição. Por meio dos diferentes formatos (oficina, palestra, apresentação musical e roda de conversa), a comunidade escolar teve acesso a variadas formas de experiência estética e aquisição do conhecimento.

A professora de Artes Valdenice Melo, uma das integrantes da comissão organizadora, chama a atenção para a boa adesão dos alunos às atividades do seminário. “A importância de eventos como esse se dá com a possibilidade da superação da divisão ‘ensino médio x educação profissional’ e implantação efetiva de uma educação integral, porque, como disse o professor Luiz Carlos na abertura do evento, mais do que professores de matemática, português ou artes, somos professores de seres humanos”, ressaltou a docente.

A aluna Samara Souza, do curso integrado em edificações, fez questão de participar de todas as atividades e salienta que a importância do seminário está, entre outros fatores, no dinamismo que ele imprime à rotina escolar, que é bastante intensa. “Além disso, esses eventos nos conectam com a arte e ampliam nosso capital cultural”, finalizou a discente.

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