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Grupo terapêutico ocupacional para acompanhantes no Hospital Universitário
12 de junho de 2019 - 16:34, por Marcos Peris
“Isso tira o foco, a gente fica 24 horas com o paciente; ajuda muito”. A afirmação é de José Adelmo, 50, que durante algumas semanas esteve na unidade hospitalar acompanhando um familiar em atendimento. O depoimento foi prestado em uma das edições do Grupo de Atenção à Saúde do Acompanhante Hospitalar, que acontece a cada quinta-feira no Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS), conduzido por terapeutas ocupacionais e residentes, com colaboração de profissionais da equipe multiprofissional do hospital.
“Ainda não tinha visto algo assim em hospitais que fui”, observa Jaíne de Jesus Dantas, 22, há 14 dias no hospital. “Para mim é novidade; achei legal, ótimo, porque renova, anima mais”, disse, após participar da atividade grupal, proposta que objetiva promover suporte terapêutico ocupacional aos acompanhantes de pacientes internados por meio de intervenção grupal, possibilitando a esses usuários um espaço de cuidado e atenção humanizada.
“O cuidado não é uma tarefa fácil, pois envolve lidar com os limites humanos, com a vida, com a doença, com fragilidades e incertezas, elementos que permeiam o cotidiano hospitalar”, avalia Ana Cláudia Santos, terapeuta ocupacional do HUL. “Eles precisam de suporte não apenas para cuidar também do ente familiar, mas para promover a sua própria saúde e bem-estar”, observa.
A profissional explica que o grupo terapêutico é aberto e heterogêneo, tem caráter permanente e é realizado uma vez por semana no período vespertino, com duração de uma hora. Utiliza como estratégias de trabalho grupos reflexivos, grupos de atividades, grupo de artes e grupo de práticas corporais. E trabalha temáticas como autocuidado, papéis ocupacionais, espiritualidade, autoestima, comunicação e relacionamento interpessoal.
“O grupo resulta num espaço de fala e escuta, reflexão, expressão e interação social, tendo os participantes a oportunidade de trocar experiências e de compartilhar estratégias de superação de dificuldades para lidar com um cotidiano modificado”, pontua Rahime Sarquis, terapeuta ocupacional, residente do Programa de Residência Hospitalar Multiprofissional. “Como fruto da iniciativa, observa-se melhoria na comunicação entre a equipe assistencial e o acompanhante, como também melhoria da condição emocional e da motivação desse usuário”, comenta.
Para o gerente de Atenção à Saúde do HUL, professor Manoel Cerqueira Neto, o projeto lança um olhar para além da relação mais direta estabelecida entre paciente e equipe assistencial. “Dentro do processo de cuidado, há uma estreita relação entre o paciente e a equipe técnica especializada, porém por muitas vezes o acompanhante/familiar fica ‘perdido’, ‘esquecido nessa relação”, pondera. “Dessa forma, esse projeto traz à tona esse olhar anunciado e acolhedor, entendendo o papel de protagonismo do familiar tanto durante o período de internamento, como preparando-o e qualificando-o para os cuidados pós-alta hospitalar”, conclui.