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UFS: Estudantes do campus Lagarto participam de pesquisa sobre Citricultura em Sergipe
17 de dezembro de 2015 - 09:31, por Marcos Peris
A busca por soluções para os problemas oriundos do ambiente de trabalho na citricultura de Sergipe foi o objetivo de um estudo idealizado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SE). Os resultados foram apresentados por meio de um relatório na manhã dessa quinta-feira, 10, no Auditório da Reitoria da UFS. A solenidade contou com a participação de representantes e pesquisadores de diversas instituições do estado.
De acordo com o procurador do trabalho e coordenador do projeto, Adroaldo Bispo, o papel do Ministério Público do Trabalho é receber denúncias, investigá-las e, a partir da constatação do problema, propor um termo de ajuste. “O que estamos fazendo aqui é isso, coletando provas de que o fato existe, e de que forma se apresenta, para que possamos dar os próximos passos de forma consciente. O diagnóstico serve para que o MPT adote as medidas judiciais e extrajudiciais necessárias à mudança desses problemas, e é neste sentido que o projeto deve caminhar”, explicou.
Para o reitor da UFS, Angelo Roberto Antoniolli, são muitos os benefícios propostos pela integração de conhecimentos. “Juntos somos um exército para trabalhar todas as questões que envolvem o estado de Sergipe. Por isso nós temos que continuar construindo diálogos como este, nos mantendo parceiros e unindo esforços em prol da sociedade, pois esse é o nosso papel, cada um com suas ações.”, ressaltou. Angelo Antoniolli comentou ainda a importância do projeto no sentido de fomentar políticas públicas, com conhecimento de causa, sobre de que modo é possível proteger o trabalhador das lavouras e a sociedade, que consome frutos gerados em desacordo com o recomendado no que diz respeito ao uso de venenos agrícolas.
Diagnóstico
A UFS foi parceira na realização dessa pesquisa junto ao Instituto Federal de Sergipe (IFS) e ao Ministério do Trabalho e Emprego – Fundacentro, com apoio da Secretaria do Estado da Saúde, da Agricultura e da Pesca, Fetase, além das Prefeituras de Lagarto, Salgado e Boquim. A junção de esforços entre as instituições permitiu compreender a real condição dos ambientes e dos processos de trabalho, além da segurança e da saúde oferecidas aos trabalhadores ativos na produção de laranja de sete municípios sergipanos. O relatório também coloca em evidência a avaliação dos efeitos do uso e manipulação de venenos agrícolas no corpo dessas pessoas e no contexto da agricultura familiar.
“A pesquisa traz uma série de dados importantes compostos por diferentes perspectivas. Somos vários pesquisadores, de diferentes áreas, trabalhando em prol da saúde do trabalhador e pelas melhores condições de trabalhado”, afirmou a professora Tereza Sena, do Departamento de Fonoaudiologia (DFO). Tereza, que é uma das envolvidas do projeto, vê os resultados como uma forma de propor a minimização de doenças por meio de ações relacionadas às condições e ambientes de trabalho na citricultura.
Talita Cardoso da Silva, uma das alunas voluntárias da pesquisa, está no 7º período do curso de Fonoaudiologia. A estudante explicou o que despertou sua vontade de se unir ao estudo. “A área de saúde do trabalhador já chama bastante a atenção, principalmente quando estamos tratando de pessoas do interior, que possuem uma realidade bem diferente da nossa. Ou seja, a pesquisa traz uma ação imediata que pode mudar o hábito de uma população que talvez seja desfavorecida. Esse olhar é extremamente importante, e ver tantas instituições juntas a favor desse propósito me instiga no sentido de estar verdadeiramente próxima a sociedade”, observou.
Na ocasião também foram apresentados os resultados e procedimentos na forma de vídeo- documentário, produzido pela Produtora UFS, vinculada ao Núcleo de Editoração e Audiovisual (Neav).
Campus do Sertão
A participação da UFS nessa pesquisa se deu por meio do trabalho de estudantes e professores da instituição, em especial os do campus de Lagarto. Lá os alunos contam com um modelo de ensino diferenciado, baseado nas experiências de campo e integração entre universidade e cadeia produtiva local.
Para a professora Tereza Sena, isso só trouxe benefícios ao estudo sobre a citricultura em Sergipe. “Outra questão fantástica que temos aqui na universidade é o Campus do Sertão, que tem um olhar voltado para a questão agroecológica. Lá temos os cursos de Veterinária, Engenharia Agronômica, Zootecnia e Agroindústria, todos com foco para a solução dos problemas de manuseio que encontramos nesta fase inicial da pesquisa. Além disso, ele é privilegiado pelo fato de que pelo menos 80% dos alunos são da própria região, e essa troca só nos trouxe benefícios, especialmente porque esses estudantes possuem um olhar mais apurado para a solução e prevenção dos problemas na área”, comentou.