Filho de Lagarto lança livro que debate a violência no âmbito LGBT em Sergipe

15 de setembro de 2018 - 05:00, por Marcos Peris

Portal Lagarto Notícias

O jovem lagartense e doutorando em Serviço Social, Moisés Santos de Menezes, de 29 anos, lançou o livro intitulado “Os não recomendados – A violência contra a população LGBT em Sergipe”. A solenidade ocorreu no último dia 12, no Museu da Gente Sergipana, em Aracaju. Já a obra pode ser adquirida na Livraria Seu Livro ou via Facebook.

Registro da solenidade de lançamento

Em entrevista ao Portal Lagarto Notícias, o autor informou que o livro traz um mapeamento da situação da violência contra os homossexuais, transexuais, travestis e lésbicas, através dos sete casos notificados as autoridades sergipanas via Boletins de Ocorrência (B.O.). Além disso, ele apresenta as principais causas das agressões, a forma como o Estado trata essas vítimas e aponta frestas para combater os crimes contra a comunidade LGBT.

“O livro traz o debate para que possamos pensar juntos sobre a homofobia e a transfobia, pois não precisa ser gay ou lésbica para sofrer com isso. Tudo que ameace o padrão construído socialmente pode ser mais um alvo destes crimes. […] Essa agressão começa, por exemplo, quando a mãe diz para o filho que ele não pode cruzar as pernas. Por isso, o assunto precisa ser debatido, porque não é uma demanda da comunidade LGBT, mas uma questão social”, argumenta.

Livro é resultado de pesquisas feitas na graduação e no mestrado

Questionado sobre o porquê de selecionar apenas sete casos notificados, Moisés informou que muitas das vítimas preferem não prestarem um B.O. a uma série de fatores, entre eles: a impunidade; a ineficácia do Estado em outras ocorrências; e a subnotificação dos casos nos próprios boletins de ocorrência. “Quando entrevistei as meninas, elas diziam: ‘Eu vou denunciar para quê, se amanhã eu volto para a calçada e ele vem e me mata?’. A insegurança pública causa a impunidade”, comenta.

Os não recomendados

Ainda na entrevista, o autor informou que o título da obra foi inspirado na música que leva o mesmo nome. Ela carrega um discurso político que busca potencializar as minorias e o indivíduo marginalizado. A letra também traz uma ironia ao dizer que essas pessoas são não recomendadas à sociedade, mas por outro lado são felizes, legítimas e fortes para enfrentar os padrões estabelecidos por uma sociedade desigual.

Por quê estudar o assunto?

“Resolvi fazer esse livro, porque percebi que há muitas demandas que o profissional do Serviço Social terá que enfrentar, a exemplo da adoção homossexual; do processo transexualizador; e das demandas de violência, pois estamos em todas as demandas públicas. Então em todas elas há demanda LGBT, por isso eu tinha que ter conhecimento sobre isso, porque não havia nada na graduação a respeito da sexualidade e identidade de gênero”, respondeu.

 

 

 

 

 

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