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CONSIDERAÇÕES SOBRE O SUCESSO DA SEGUNDA BIENAL DO LIVRO EM LAGARTO
25 de maio de 2024 - 20:59, por Claudefranklin Monteiro
Com algumas reservas, naturais de anos de lides culturais, rendo minhas homenagens aos organizadores da segunda edição da Bienal do Livro de Lagarto, realizada neste último final de semana nas dependências do Campus Lagarto da Universidade Federal de Sergipe. Meus cumprimentos, com algumas poucas reservas, vão para um quarteto que tomou o timor da empreitada: João Batista (John); Sandro Américo, Jéssica Santos e Ronay Leal.
Infelizmente, não pude estar presente nos dois dias. Fui apenas na parte da tarde deste sábado, mas o suficiente para dizer que o evento tem tudo para se consolidar, em definitivo, no calendário cultural da cidade de Lagarto, sobretudo, se, com muita maturidade e humildade, rever algumas coisas que poderiam deixar a Bienal ainda mais brilhante e leve. Afinal, onde tem juventude pulsante, ávida por arte e cultura, o viço da idade toma conta e a esperança segue ditando o destino da gente. Que o diga o saudoso Gozaguinha: “Eu acredito é na rapaziada!”.
Afinal, “somos tão jovens” (Legião Urbana). E nessa toada, visitei praticamente todos os lugares de exposição das mais diversas formas de comunicação artística. E nesse sentido, penso que numa próxima edição, deve-se dar mais atenção à produção local de livros. Toda bienal precisa ter isso como propósitos: estimular a cultura letrada, o gosto pela leitura e pela produção editorial. Nada contra que ela seja eclética, pois tantas outras o são, mas sendo uma “bienal do livro”, minha reivindicação é que haja mais momentos entre autores e de livros e com protagonismo. Muito além de rodas de conversa, mas de oportunidades e contatos efetivos e não apenas expográfico entre autores, obras e leitores.
Em nossa reunião realizada durante o evento, nós da Academia Lagartense de Letras, criada no dia 19 de abril de 2013, portanto, há onze anos, discutimos sobre o evento e chegamos à conclusão que se faz necessário mais construção de pontes. Que do outro lado da ponta haja sempre uma rusga infantil, um mal-estar necessário, uma imaturidade que pode ser corrigida com o tempo, este ente sagrado que tudo dissolve, inclusive os maldizeres, os malqueres e toda uma “sorte” de idiossincrasias humanas que acabam debaixo de sete palmos, quando há palmos suficientes para cavar mais fundo.
Durante esta edição da bienal, destaque para a estreia de mais um grupo teatral, “Operários pela arte (OPA)”, sob a liderança do confrade da Academia Lagartense de Letras, o professor José Uesele, com peça “Livro dos Dias”, inspirada na obra de Augusto dos Anjos (1884-1914).
Entre mortos, feridos e muita gente viva, gente lagartense, prevaleceu, como sempre a cultura. Quanto a alguns tipos de políticos , presentes ou acionados para mecenas “desinteressados” (males necessários), faço minhas as palavras de John Lennon: “Precisamos da ajuda de vocês no último número. Os que estão nos assentos mais baratos batam palmas. O restante basta chacoalhar as joias” (Londres, 4 de novembro de 1963).
Nós, os dos assentos mais baratos é que fazemos as coisas acontecer. Somos a essência da lagartinidade no que ela tem de melhor: criatividade, propósito e beleza. Nós, que ficamos até o final do evento para curtir a excelente apresentação da banda “Célula Urbana”, composta por Ronay Leal (vocal), Ivo Leonardo (baixo), Alex Mattos (guitarra), Kalilluno (drums) e Diego Karsvolin (bateria), num tributo à banda Legião Urbana.
Viva a cultura lagartense!