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Luiza Ribeiro: “Tristeza é o sentimento da grande maioria da população lagartense com a gestão atual”
20 de abril de 2023 - 09:12, por Marcos Peris
Portal Lagarto Notícias
A entrevista da semana no Lagarto Notícias é com a ex-deputada estadual e advogada, Luiza Ribeiro. Saiba um pouco mais sobre essa mulher de fibra e coragem.
Portal Lagarto Notícias – Qual sua história de vida no que se refere à sua atuação social (relacionamento com a comunidade, em geral); quando e em que nível já esteve ou está dedicada a alguma ação de interesse público?
Luiza Ribeiro – Meu ativismo começou há mais de uma década, pois sempre acompanhei meu pai Ribeirinho. Sempre tive um grande envolvimento com a área de saúde e assistência social. Então todos os meus projetos sempre foram muito relacionados a essas áreas, e agora também à questão das mulheres.
Estou trabalhando com muitas questões em relação à mulher, com movimento da mulher na política, para a mulher realmente ter liderança à frente de grupos. Fazer tudo isso simultaneamente, conciliar carreira com sua vida pessoal, é uma coisa muito importante. Sempre falo que não tem como separar sua vida pessoal da vida profissional.
PLN- A honestidade em sua vida é inquestionável, direta ou indiretamente?
LR – Faz parte da essência, do caráter de cada pessoa. Não existe uma pessoa meio honesta. Ou é, ou não é. Em todos os aspectos da vida a honestidade é fundamental. Não deve ser sequer questionada, pois deve fazer parte de todos os atos e atitudes do dia a dia.
PLN- Quais são as suas pautas políticas?
LR – As pautas de quem atua mais diretamente com a população são praticamente as mesmas. Os setores que merecem sempre mais atenção são saúde, educação e assistência social. É a população que sabe o que precisa.
Lagarto é uma cidade com grande extensão geográfica, e cada povoado tem uma realidade diferente. Conhecer essa realidade e pautar os projetos para cada um é fundamental para que a população tenha uma melhor qualidade de vida.
PLN – Como pretende contribuir para superar os graves problemas da desigualdade social, das várias violências, dos preconceitos?
LR – O poder público tem papel fundamental em todas essas questões. As políticas públicas têm que ser eficientes e não apenas estratégias de marketing. Lagarto é uma cidade que abrange etnias, crenças, religiões e pessoas de todas as raças. Vivemos numa cidade onde o preconceito e a desigualdade social são muito grandes. Todos os dias recebemos informações sobre todos os tipos de violência, contra a mulher, contra as crianças.
Estas violências são questões históricas, e não existe uma fórmula milagrosa para solucionar isso. Mas o que pode, e deve ser posto em prática, são projetos eficientes, voltados para cada realidade. Cada questão dessa deve ser tratada com a devida responsabilidade que merece. Não existe um projeto padrão. As políticas devem ser elaboradas de acordo com a realidade de cada povoado, cada localidade. As questões humanas e suas nuances são o maior desafio do administrador público na atualidade.
PLN – Como considera os servidores públicos, sem os quais não é possível administrar, e que relação pretende ter com eles?
LR – Os servidores são o grande pilar de toda a administração. Os prefeitos, secretários e cargos em comissão, são passageiros. Quem realmente conhece toda a engrenagem administrativa são os servidores efetivos. Valorizar, reconhecer, respeitar, dividir a responsabilidade do processo administrativo com todos eles é fundamental para uma boa gestão. Minha maneira de atuar é com diálogo e respeito, sempre.
PLN – Como se posiciona em relação as recorrentes denúncias da atual administração?
LR – Me desculpem a expressão, mas meu sentimento representa o mesmo sentimento da grande maioria da população lagartense: tristeza. Mas aprendi desde cedo que se for para mudar alguma coisa para melhor, o melhor jeito é arregaçar as mangas e trabalhar muito, mas muito mesmo, para mudar essa realidade.
A melhor ferramenta para acabar com isso é a transparência total, onde a população tem acesso a tudo o que é feito com o dinheiro público. Por outro lado, é importante que a população fiscalize, não deixando isso apenas para os vereadores. Todo cidadão tem direito de exigir transparência e de saber o que é feito com o dinheiro público.
PLN – Como a senhora está desenvolvendo sua (pré) campanha, ou pretende desenvolver (caso seja indicada) para atrair voto: pelo convencimento do eleitor com ideias, projetos e causas, buscando o voto de opinião, ou na base da compra de votos, da promessa de emprego, vaga na escola, leito em hospital e outras formas, pouco ortodoxas, de captação de sufrágio?
LR – Esta, com certeza, será uma campanha diferente. As propostas e projetos devem chegar aos eleitores para que eles avaliem quem tem o melhor plano para Lagarto. Nossa cidade todos se conhecem e alguns candidatos já estão definidos, mas a população já pode ter uma ideia dos nomes que estão surgindo. Eu entendo que quem compra voto não tem compromisso com nada e com ninguém. Da mesma maneira, quem oferece cargo para conquistar votos também não tem compromisso com a cidade. A população tem que ficar atenta, porque candidato que compra ou troca voto por outras coisas, não volta mais.
PLN – Se confirmada sua indicação, como candidata oficial, quais serão suas propostas concretas (apenas os temas básico) para as políticas públicas mais importantes na cidade, os recursos e as maneiras de implementá-las?
LR – Ainda estamos na esfera das pré-candidaturas, das articulações dos partidos para definir seus nomes para as eleições. No período de pré-campanha, vamos criar um grupo de trabalho, com profissionais de todos os setores: os setores sociais, que têm a incumbência de trabalhar num amplo plano de governo.
Esse plano irá contemplar as demandas da comunidade, com a participação direta da população. E será um plano com todas as condições de ser executado, dentro da realidade do município. Grandes promessas feitas no passado já viraram grandes frustrações. Novamente as grandes promessas milagrosas vão surgir, mas a população já está sabendo quem realmente quer melhorar o município de quem quer a eleição a qualquer custo.
PLN – Como considera o povo: como massa de manobra ou como cidadania ativa?
LR – Eu sou do povo. Nós somos o povo. Não podemos levar a sério quem nos usa apenas para conquistar votos. Somos gente, pessoas. Nós amamos, vivemos, queremos ser cada vez mais felizes. Não somos apenas eleitores. Queremos ter cada vez mais orgulho de viver onde vivemos e de acompanhar o desenvolvimento da nossa cidade, dos nossos amigos e família. Não existe nada melhor do que ver um município e sua gente se desenvolverem. A população merece respeito. Todos nós merecemos respeito como pessoas e, principalmente, como cidadãos.