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PARA NÃO ESQUECER O DR. LAUDELINO FREIRE
25 de janeiro de 2023 - 19:45, por Claudefranklin Monteiro
Apesar de seu nome está devidamente posto e registrado no Hino de Lagarto-SE, por Adalberto Fonseca, em 1972, sou de opinião e penso que não estou de todo equivocado, que o nome do senhor Laudelino de Oliveira Freire segue sendo subestimado por seus conterrâneos e também por parte considerável da intelectualidade sergipana. Salvo a movimentação feita entre a OAB-SE, secção Lagarto, em parceria com a Academia Lagartense de Letras, não vi nada até a presente data sobre as comemorações em torno de seus 150 anos de nascimento.
Ora, mais quem foi esse singular e representativo nome da cultura lagartense, mais badalado em nível nacional do que em terra natal?
Em síntese, porque ainda pretendo, até o final do ano, com a mercê de Deus lhe render outras linhas, trata-se de um exímio advogado de formação que marcou, de modo particular, a História da Língua Portuguesa com a publicação do “Grande e novíssimo dicionário da Língua Portuguesa”, publicação póstuma (1957), em cinco volumes, contado com a parceria e colaboração de J. L. de Campos, Vasco Lima e Antônio Soares Franco Júnior.
Sobretudo por essa razão, de modo particular, o portal da Academia Brasileira de Letras lhe rende o seguinte comentário e reconhecimento: “Foi um dos maiores defensores da simplificação da ortografia no Brasil. Em toda a sua obra de escritor e de jornalista cultivou o Português não com o espírito avaro do amador, e sim com a generosidade larga de uma vocação, divulgando os tesouros que descobria. Não era a gramática que ele venerava, e sim, a história, o desenvolvimento, o espírito da língua” (ver: https://www.academia.org.br/academicos/laudelino-freire/biografia).
Eleito no dia 16 de novembro de 1923, tendo tomado posse no dia 22 de março de 1924, antecedido nada mais nada menos por Rui Barbosa, ocupou a cadeira de número 10 daquele ilustre Sodalício. Ele, Sílvio Romero e Aníbal formam a tríade lagartense que até a presente data ocuparam lugar de destaque na Academia Brasileira de Letras. Filólogo de fama, Laudelino Freire tem outras facetas que merecem destaque e novos e frondoso estudos e pesquisas, sob pena de ficar apenas num vocábulo panegírico e identitário.
Foi militar, jornalista, professor, crítico literário e político, característica essa lembrada pelo imortal da Academia Sergipana de Letras, o padre e professor doutor José Lima Santana, tendo cumprido três mandatos como Deputado Estadual na Assembleia Legislativa de Sergipe e, ao que consta, a se aprofundar, responsável pelo primeiro processo de impeachment no Estado.
Naturalizado no Rio de Janeiro-RJ, ali fez fama e faleceu no dia 18 de junho de 1937, tendo sido, entre outras coisas, fundador da Revista de Língua Portuguesa (1918), da Liga da Defesa Nacional (1920), deixando um legado de 19 obras publicadas, entre elas: “História de Sergipe”, 1900.; “Os próceres da crítica”, 1911; “Um século de pintura”, 1916; “A defesa da língua nacional”, 1920; “Quadro chrorographico de Sergipe”, 1898, “Seleta da língua portuguesa”, 1934.
Para além desse extrato, sabe o que é bom ressaltar: NATURAL DE LAGARTO-SE, aos 26 dias do ano de 1873.
No afã de não deixar essa data passar despercebida, permitam-me, por ora, fazer eco aos principais depoimentos à importância de seu nome, legado e vulto.
(…)
“É um compêndio elementar e destinado à instrução dos que ainda não podem receber grande soma de informações científicas, o seu livro é forçosamente resumido, mas mesmo assim, simples e despretensioso como é, ele constitui uma muito substancial descrição histórica e geográfica d’esse canto tão interessante da bela pátria brasileira. É bem patente nas páginas que acabo de ler o trabalho de condensação inteligente que elas necessitaram. Faltam-me os elementos para a crítica minuciosa das informações assim compendiadas. Apenas posso apreciar as grandes linhas da sua exposição, e essas merecerão aplauso de qualquer douto na matéria […] (BARÃO DO RIO BRANCO, 1898,p. XIV, Sobre “Quadro chrorographico de Sergipe”)
(…)
“Laudelino Freire era senhora de grande capacidade intelectual, de vasta cultura. Foi, por isso, um dos mais operosos escritores sergipanos, da época” (ACRÍSIO TORRES, 1976, p. 73).
(…)
“Não tinha espírito somítico de amador, mas sim seguia um chamamento, fazendo sempre questão de divulgar os tesouros linguísticos que desvendava” (DÉCIO SANTOS, em 1 de dezembro de 2021 – https://ajn1.com.br/type_blogs/laudelino-freire-cultivador-da-lingua-portuguesa/).