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Henri Clay: “A nossa luta diária e incansável é eleger Lula presidente do Brasil”
28 de agosto de 2022 - 17:06, por Marcos Peris
Portal Lagarto Notícias
A entrevista da semana no Portal Lagarto Notícias é com o candidato a senador Henri Clay do PSOL.
PLN – Como tido sido o ritmo de campanha do candidato Henri Clay na corrida pelo Senado?
HC- Nossa jornada tem sido coletiva e muito construtiva. Estamos a todo vapor ouvindo e fortalecendo a voz do povo. Em Sergipe, assim como em todo o Brasil, existe, acima de tudo, uma movimentação das forças antifascistas e uma importante aliança das forças populares.
Nessa caminhada bonita pelos municípios sergipanos, o que eu vejo e ouço do povo é o clamor pela volta de Lula à presidência da república e a confiança na esperança. O povo tem percebido que a nossa candidatura ao Senado é a única que é Lula de verdade. Nunca apoiei o golpe contra Dilma nem nunca Bolsonaro. Eu tenho lado. E o meu lado é sempre Lula. O povo de Lula tem memória e sentimento. Não votará em traíras, golpistas e oportunistas.
PLN – Quais são os temas que o senhor vê como prioritários em sua agenda de campanha?
HC- A prioridade é a dignidade do povo e não há como efetivá-la sem derrotar Bolsonaro. Hoje, o Brasil tem um presidente que é inimigo do povo: SUS sucateado, os preços alarmantes, o alto índice de desemprego e a fome comprovam o quanto o Brasil está refém de um governo que massacra os pobres.
No Senado, vou defender os direitos do povo. Lutar pela dignidade humana do povo. O serviço de saúde pública está péssimo. O povo está sofrendo e humilhado nas filas para marcar exames e cirurgias. Não há sequer atendimento básico digno. A nossa defesa prioritária será pelo fortalecimento do SUS. Vou propor mais financiamento para a saúde. Vou priorizar recurso do meu mandato de senador para os hospitais regionais de Lagarto e de Sergipe. Vamos propor a revogação do teto dos gastos. Vamos propor a lei de responsabilidade social para dar dignidade ao povo: comida no prato, saúde, educação e emprego.
É urgente uma ação forte para matar a fome e gerar emprego e renda a milhões de brasileiros famintos e desempregados. Em Sergipe, é preciso investir na agricultura com crédito, seguro, assistência técnica e distribuição de sementes. É possível e necessário gerar emprego e renda no campo.
PLN – A esquerda sergipana lançou dois nomes ao Senado, isso não pode atrapalhar o seu projeto em 2022? Mas o outro candidato é, verdadeiramente, progressista e de esquerda?
HC- Valadares Filho compõe a chapa majoritária com Rogério, mas o povo de Lula não o aceita, porque não confia. Valadares negou Lula por quatro vezes: em 2014, votou em Aécio Neves; em 2016, votou a favor do impeachment contra Dilma; em 2018, apoiou Bolsonaro no segundo turno e em 2020, foi candidato a vice-prefeito na chapa da delegada bolsonarista, Danielle Garcia. Ela fez parte do governo Bolsonaro e auxiliou Sérgio Moro no Ministério da Justiça. Não se deve subestimar a sabedoria e o sentimento do povo. O povo está sofrendo muito e isso é consequência do golpe contra os direitos do povo.
A população não perdoa os políticos que votaram no golpe, que votaram em Bolsonaro ou que apoiaram. As pessoas sofrem com o desemprego, a fome, a carestia, e o povo não perdoa os políticos que participaram e contribuíram para a perseguição implacável contra Lula.
PLN – Na sua concepção, qual o motivo do PSOL não aceitar uma coligação com o PT, sendo que a nível nacional os dois partidos estão coligados?
HC- O Psol está firme com Lula. A nossa luta diária e incansável é eleger Lula presidente do Brasil. Eu tenho trabalho muito para ver o velhinho de volta lá em cima. Quero estar no Senado para, ao lado de Lula, trazer mais emprego, mais saúde, educação, casa, comida no prato e desenvolvimento. Aqui em Sergipe, nós buscamos um entendimento político, mas não deu certo. Não abrimos mão de discutir o programa que temos para Sergipe e tivemos dificuldade de desenvolver esse diálogo com Rogério Carvalho.
A nossa candidata ao governo, Niully Campos, tem apresentado o nosso programa com muita firmeza e empatia. Niully é uma mulher jovem, guerreira, lutadora do povo, muito preparada para realizar as mudanças estruturais que o povo quer e precisa. E, para o Senado, a nossa candidatura é abraçada pelo povo de Lula. O povo não é bobo. Todo mundo sabe que Henri Clay sempre teve lado. É advogado dos trabalhadores há 30 anos. Nunca assinou uma petição contra um trabalhador. É o único candidato a senador que sempre esteve com Lula e nunca apoiou o golpe nem nunca apoiou Bolsonaro.
PLN – Em 2018, o senhor obteve mais de 100 mil votos para o Senado e mais de 50 mil na capital do Estado, esse foi o fator motivador para tentar novamente à Casa Alta em 2022?
HC- De fato, tive uma grande votação. Fui inclusive o segundo mais votado de Aracaju. Saí daquela eleição com muita gratidão e maior responsabilidade social e política. A votação expressiva demonstra que a nossa voz tem força para ajudar Lula a se eleger presidente do Brasil. O que me motivou a concorrer o pleito nessas eleições foi o atual cenário sociopolítico econômico do país. A nossa candidatura representa o projeto político coletivo, progressista. É, inclusive, fruto de consenso é prioridade nacional do Psol. Esse convite tem muito mais a ver com Sergipe e com o Brasil do que comigo, pois não vejo o exercício político como palanque pessoal. Para mim, a política é uma missão social. Quero estar no Senado para apoiar Lula com firmeza e coragem na defesa dos direitos e da dignidade do povo.
PLN – O senhor esteve à frente da OAB Sergipe por três mandatos, pretende levar essa experiência para o Senado?
HC- Com toda a certeza. Tive a grande honra de ser eleito presidente da OAB por três vezes. Sou muito grato aos colegas advogados. Presidir a OAB é uma experiência fantástica. A Ordem dos Advogados do Brasil é uma instituição séria, que tem a confiança, o respeito e a admiração da sociedade, porque ela é vocacionada a voz independente e destemida da cidadania na defesa da constituição, do estado democrático de direito, da boa aplicação e da justiça social.
Para o Senado, dedicarei a minha vida para defender os direitos do povo. Conto com a minha experiência como advogado dos trabalhadores há 30 anos. Quando recebi minha carteira da OAB jurei para mim mesmo que nunca faria uma petição contra um trabalhador. Compromisso cumprido. E assim farei no Senado: jamais votarei contra os trabalhadores. Eu tenho lado. Sente estive do lado dos trabalhadores na luta por justiça social. Sou lagartense, papa-jaca. Filho do povo de Lagarto. Nasci na maternidade Monsenhor Daltro. Minha mãe, Marilene Andrade, professora de matemática de várias gerações e bancária. Meu pai, Divaldo Andrade, funcionário dos Correios que se tornou advogado com muita luta e sacrifícios. Eles me ensinaram as virtudes do trabalho, do estudo, da honestidade e da importância de honrar a palavra e os compromissos. São todas essas experiências que eu levarei para o Senado.
PLN – Como avalia o fato da polarização Lula/Bolsonaro no atual cenário político-eleitoral em Sergipe?
HC- A polarização não é o problema. Aliás, na política, sempre há polarização. É assim no mundo inteiro. No Brasil, o PT sempre polarizou com o PSDB. Em Lagarto, sempre houve polarização. Mas é muito ruim para a democracia a polarização atual, porque Bolsonaro faz política estimulando o ódio e o desrespeito entre as pessoas. Sua a ação é pautada em fake news e preconceitos repugnantes. Estamos vivendo o momento mais importante da história política do Brasil. Estas eleições são cruciais para o futuro do país. É preciso derrotar o fascismo e eleger Lula já no primeiro turno. Lula é o maior líder popular da história do Brasil. Único capaz de resgatar a esperança é o sorriso do povo.
PLN – Qual avaliação faz do lançamento da candidatura própria do PSOL ao Governo do Estado?
HC- A candidatura de Niully Campos, uma mulher preta, mãe, militante e feminista, se faz essencial para romper com o atraso político do Estado e busca dar dignidade aos sergipanos e sergipanas. E essa dignidade começa com o povo tendo comida na mesa, acesso à saúde e emprego. Niully é a única candidata mulher ao Governo do Estado e, por si só, isso já representa o quanto essa candidatura é significativa para Sergipe.
Com sua garra, preparo e conhecimento, ela é capaz de construir uma governança que gere emprego através de inovação, economia solidária e criativa, respeitando territórios tradicionais e o meio ambiente. Niully é capaz de lutar pela garantia de políticas públicas para que as mulheres sejam centralizadas em todo o programa de governo. Um novo Sergipe é possível e está na hora de termos uma governadora. Chegou a hora da gente.
PLN – O fato do PSOL não possuir grande expressão nacional não atrapalha o seu projeto?
HC- O Psol foi a sigla partidária que mais cresceu nos últimos anos. Desde 2019, o número de filiados ao partido aumentou em 48% e isso consta no levantamento realizado pelo veículo de comunicação “Metrópoles”, com informações oficiais do Tribunal Superior Eleitoral. Fazer parte do Psol é motivo de muito orgulho. O Psol é o partido construído nas lutas sociais e com muita dignidade. As candidaturas do Psol, em diversos Estados, conquistaram um grande número de votos para os Poderes Legislativo e Executivo. Em Sergipe, o partido elegeu nas últimas eleições Linda Brasil, Evandro da Praia e Isaías Nego Bia. Recentemente, com a filiação do deputado estadual, Iran Barbosa, o Psol ganhou uma cadeira na Alese. Nós estamos crescendo cada dia mais. A expectativa da executiva nacional é de o Psol amplie o seu espaço no congresso nacional, com 20 deputados federais e conquiste o nosso mandato no Senado.
PLN – No tocante à disputa presidencial, o senhor acredita na consolidação do nome de Lula ou Bolsonaro pode crescer e ameaçar o projeto da esquerda?
HC- Acredito que o povo brasileiro derrotará Bolsonaro com a eleição de Lula já no primeiro turno – essa é a nossa luta. A verdade é que o nome de Lula já está consolidado há muito tempo, sendo o único presidente a tirar o Brasil do mapa da fome e a maior liderança capaz de aglutinar as forças populares e democráticas para vencer essas eleições.
PLN – Na sua concepção, a economia vai reagir lentamente no pós-pandemia?
HC- Em todo o Brasil, o povo está sofrendo com os reflexos da pandemia. Sergipe está à mercê e será preciso um projeto forte e sólido para que o Estado retome aos trilhos. Após anos marcados pelos reflexos da pandemia na economia brasileira e mundial, ações de apoio para a agricultura familiar e para os extrativistas são imprescindíveis para retomar a economia no Estado. Disponibilizar incentivos para o pequeno e médio produtor rural é uma das soluções viáveis para gerar emprego e renda em Sergipe.
O nosso Estado é terra fértil e rica. Com a pandemia, pequenas e médias empresas fecharam suas portas e não houve nenhum incentivo para recuperação desses negócios e empregos. Mas a mudança só será implementada se os Poderes Executivo e Legislativo tiverem o olhar voltado aos pequenos empreendedores que contribuem todos os dias para o desenvolvimento de suas famílias e do Estado. Por isso, é preciso que a sociedade escolha nas urnas quem de fato está comprometido com o povo.
PLN – Qual o planejamento do PSOL para a disputa por vagas na Alese e Câmara Federal?
HC- O Psol apresenta chapas fortes para de deputados estaduais e federais. A nossa expectativa é eleger dois deputados para a Assembleia Legislativa e um para a Câmara Federal.
PLN – Qual a mensagem de esperança o candidato a senador Henri Clay deixaria para à população sergipana?
HC- Essas eleições ficarão para a história, sobretudo pela esperança e pelo clamor do povo por mudança. O amor vencerá o ódio. Conseguiremos vencer por direitos à saúde e à educação, dignidade, comida na mesa e emprego. Tenho a certeza de que o povo confia na esperança e vai votar 500 para o Senado, 50 para o governo e 13 para presidente do Brasil.