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Pesquisa da UFS de Lagarto investiga o atendimento odontológico a gestantes na Atenção Primária à Saúde do SUS
28 de setembro de 2021 - 10:08, por Marcos Peris
A gravidez é uma fase dinâmica e importante na vida da mulher, caracterizada por intensas transformações no corpo, mente e rotina da futura mãe.
Nesse período, há a alteração de níveis hormonais, os quais podem aumentar a incidência de doenças como diabetes gestacional, hipertensão e pré-eclâmpsia.
Ademais, observa-se alterações orais significativas, que resultam em maior predisposição ao desenvolvimento da doença cárie e a inflamação dos tecidos gengivais (doença periodontal). É possível encontrar na literatura evidências que determinam a associação das doenças periodontais com desfechos adversos e indesejados na gravidez, como o nascimento de bebês prematuros com baixo peso ao nascer.
O acesso a um serviço odontológico adequado durante a gestação, principalmente de prevenção, pode reduzir a necessidade de procedimentos invasivos e possíveis complicações como dor, inflamação e infecções orais.
Atualmente, um dos indicadores de desempenho na Atenção Primária à Saúde (APS) do SUS é a capacidade do sistema de proporcionar atendimento odontológico durante o período gestacional, com pelo menos uma visita ao dentista a cada trimestre da gestação.
Nesse contexto, o objetivo deste projeto de pesquisa será avaliar a proporção de gestantes que realizaram atendimento odontológico durante o pré-natal na APS, nas diferentes regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul), dos anos de 2018 a 2021, por meio do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB).
De acordo com resultados preliminares desta equipe de pesquisadores, a proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado no Brasil de 2018 a 2020 variou de 12 a 19%, com percentual aumentando expressivamente no “Quadrimestre 1” de 2021 (26%).
A região Nordeste e o estado de Sergipe também obtiveram um crescimento relevante, alcançando proporções de 30% e 25%, respectivamente.
Em Lagarto, foram observadas diferenças significativas nos percentuais do indicador ao longo dos anos (que começou a ser computado em 2019), assim como um indicador significativamente menor comparado ao estado, região e país.
Essa análise é de grande relevância para que se possa conhecer as lacunas no acesso ao atendimento odontológico dessa parcela da população, além de auxiliar no planejamento de futuras ações em saúde bucal do serviço público brasileiro.
Faz-se urgente e necessário que a temática seja mais amplamente conhecida e discutida, de modo a garantir o acesso integral e eficaz aos serviços, derrubando barreiras e mitos que ainda permeiam o atendimento odontológico no pré-natal.
A figura faz referência aos dados levantados na pesquisa