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Programa Escola da Terra beneficia município de Simão Dias
15 de julho de 2021 - 10:55, por Marcos Peris
Na última sexta-feira (9), O Departamento de Educação (Dedi) do Campus Prof. Alberto Carvalho, em Itabaiana, deu início ao curso de aperfeiçoamento para professores que trabalham com ensino multisseriado no campo e em escolas de comunidades quilombolas.
Denominado Programa Escola da Terra, o curso possui 219 professores matriculados. Segundo a coordenadora Marilene Santos, ‘‘o objetivo maior é melhorar a qualidade da educação das crianças e dos jovens das escolas camponesas e quilombolas, através da formação continuada dos seus professores’’.
Essa já é a segunda edição do programa. A primeira aconteceu em 2017/2018 e beneficiou 340 professores de 14 municípios de Sergipe. A presente edição já deveria ter ocorrido em 2020, mas, por conta do período pandêmico, teve que ser prorrogada. De acordo com a professora Marilene, o principal desafio agora será o ensino remoto e todas as dificuldades que ele traz como, por exemplo, o acesso à internet.
O curso tem duração de seis meses, e é dividido em seis módulos de estudo no regime da pedagogia da alternância com tempo-universidade e tempo-comunidade/escola. O tempo-universidade será desenvolvido de forma remota com atividades síncronas e assíncronas utilizando um material produzido pela equipe de formação da UFS especialmente para esse curso.
A professora Maria Margarethe da Silva, de 47 anos, nascida e criada no campo, é uma das participantes do projeto. Margarethe enfatiza que o campo é lugar de vida, de saberes e fazeres, e reconhece toda a importância desse projeto na valorização da educação no campo. Com mais de 25 anos de atuação na educação de crianças e jovens, professora Margarethe atualmente está na Secretaria de Educação de Aquidabã e coordena os professores atuantes na educação de jovens e adultos e na educação dos estudantes do campo.
‘‘Sem dúvida nenhuma a formação no curso tem trazido muitas ideias, muitos mecanismos, muita didática para desenvolvermos com nossos alunos em uma linguagem clara para o povo do campo, porque se a gente fala em uma linguagem científica, eles não vão entender. E todas essas informações têm sido aprendidas e executadas através da nossa formação no programa Escola da Terra’’, relata.
O professor Givaldo Francisco dos Santos, 55, é de Campo do Brito, onde também atua. Givaldo é um dos tutores do curso e afirma que, na condição de tutor, é também um aprendiz, pois passa por todo o processo de aprendizagem junto com os professores cursistas.
‘‘O programa nutre os professores com recursos didáticos e metodologias inovadoras, que vão enriquecer ainda mais o processo de ensino-aprendizagem. O projeto vem engrandecer mais ainda as atividades que são desenvolvidas nas escolas do campo e quilombolas”, diz.
“Na edição passada, todas as ideias pareciam muito utópicas, mas com o passar do tempo, vimos que não, que todas as teorias que estávamos aprendendo viriam a se tornar práticas também, apesar dos novos desafios desta edição devido à pandemia, mas eu acredito que tudo vai funcionar bem’’, completa.
O programa
O início desta edição do Programa Escola da Terra começou com uma mesa com representantes dos diferentes segmentos, entre eles do Ministério da Educação e da UFS, além de representantes da Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), Secretaria Municipal da Educação (Semed) e do projeto Educampo.
Teve também uma palestra sobre o projeto com o título “Programa Escola da Terra: legislação, trajetória e contribuições para a educação do campo e quilombola” ministrada por Xavier Carvalho de Souza Neto, coordenador de Projetos do MEC.
Os municípios participantes são: Amparo do São Francisco, Aquidabã, Areia Branca, Malhador, Campo do Brito, Macambira, Itabaiana, Siriri, Carira, Simão Dias, Laranjeiras e São Domingos, além da Diretoria Regional de Educação (DRE-8), em Nossa Senhora do Socorro.