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LINO CORRÊA – DO ÚLTIMO ATO AO ESTRELATO
13 de agosto de 2020 - 22:09, por Claudefranklin Monteiro
Nove de agosto de 2020, às 9h57, Lino Corrêa me enviava por Whatzapp, mais uma de suas mensagens carinhosas. Fazia isto quase que diariamente. Atencioso, procurava saber notícias de Lagarto e também partilhava comigo a repercussão de seus trabalhos, sobretudo o último, para o qual tive a felicidade de gravar um depoimento em vídeo: o livro “Dez Homens de Vanguarda”, lançado em abril deste ano.
Em 2015, na edição de dezembro da Revista Realce, tive a grata satisfação de escrever a sua biografia. Na ocasião ele lançava o livro “Dez Vidas – Meu Olhar sobre Elas”, dedicado a discorrer sobre as trajetórias de vida de algumas artistas e personalidades brasileiras, incluindo a sua genitora, Orlette Corrêa: Ademilde Fonseca, Carmélia Alves, Elizabeth Gasper, Maria Alves, Maria Cláudia, Rossana Guessa, Sandra Bréa, Dona Zica e a cantora Wanderléa, de quem era grande fã desde menino.
O livro “Dez Vidas – Meu Olhar sobre Elas” chegou em minha casa faz quinze dias. Ele me enviou com a seguinte dedicatória: “Meu caro amigo Claudefranklin Monteiro, nessa minha obra literária duas lagartenses fazem parte com suas histórias emocionantes. Um abraço, Lino Corrêa. Rio de Janeiro, 21 de julho de 2020”.
Lino Corrêa nasceu em Lagarto, em 1959, onde viveu a primeira parte de sua trajetória. Era filho do saudoso casal Orlette e José Corrêa Sobrinho, o qual fez história na vida política e empresarial do município. A família morou por muitos anos na Praça Filomeno Hora, número 119, onde Zé Corrêa tinha uma papelaria, hoje sob o comando de Aline Corrêa.
Foi estudante no Colégio Nossa Senhora da Salete, em Lagarto-SE e do Colégio Arquidiocesano, em Aracaju, formando-se em Odontologia pela Universidade Federal de Sergipe. Mas, o negócio dele mesmo era ser ator, embora conciliasse o sonho com o consultório e seus pacientes. Antes, também foi dublador, jornalista, colunista cultural e crítico de arte, até seguir em definitivo na carreira artística no teatro, cinema e na TV.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1982, onde se radicou em definitivo e pôde aprofundar-se nas artes cênicas e também no jornalismo. A influência no campo da encenação herdou da avó Pureza, que era professora dominical na Igreja Presbiteriana. Em 1985, participou do famoso concurso Menino do Rio, chegando às semifinais.
Daí em diante, ingressou de vez na cena artística, primeiro com pontas em clipes de artistas da MPB e também do rock nacional. Foi modelo publicitário em fotonovelas, a exemplo de Sétimo Céu, da Editora Bloch, até conseguir sua primeira grande oportunidade de maior alcance midiático, numa participação na minissérie da Rede Globo: As Noivas de Copacabana.
Teve outras participações no elenco de outras minisséries e novelas da Globo, tais como: A Casa das Sete Mulheres, Linha Direta, Um só coração, O Clone, Esperança, Os Filhos da Mãe, O Quinto dos Infernos, A Grande Família, entre outros. Na TV Record, na minissérie Plano Alto e da novela de grande sucesso A Terra Prometida, onde fez o papel de Paltiel, líder tribal hebreu.
No cinema, atuou em filmes como Observadores, Eu sou o Rio, Só pelo Amor, Didi quer ser criança, Aporias conjuminadas, O vazio está cheio de nada e o nada de vazio, Cais do Valongo e Trilhos de Sangue.
No teatro, uma das suas principais casas, participou em peças dirigidas por nomes consagrados, como Paulo Altran. A peça O Mercador de Veneza alcançou sucesso de crítica e de público no Rio de Janeiro. Outros trabalhos: Mixórdia e Cia (em coautoria com Fernando Reski); Gardel – o musical de tangos; Corações Partidos; Hamlet Caótico; Quem guenta com essa verdade?; Rei Lear.
Lino Corrêa foi também colunista e entrevistador de revistas e jornais como Unifatos, Rio Nobre e Cultura Viva e também frequentou algumas das principais revistas e programas de TV do país, divulgando seu trabalho. Uma de suas últimas aparições e homenagens a ele feita foi na Revista Absolute Rio, em julho de 2020, em uma matéria intitulada: Lino Corrêa, escritor de sucesso nacional consagrado!
Hoje pela manhã, como um raio de luz que salta no palco para receber aplausos calorosos, Lino Corrêa viveu seu último ato e partiu para a eternidade, alçando voos ainda maiores que a vida lhe permitiu. Deixa um legado de amor à arte, mas também de humanidade e de devoção à memória dos seus pais e à sua cidade natal.