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UM CÉU PARA QUEM SE AMA
11 de julho de 2020 - 10:46, por Claudefranklin Monteiro
Numa das aparições da Virgem Maria em Fátima (Portugal), em 1917, para Lúcia, Francisco e Jacinta, foi recomendada a seguinte oração: “Oh, meu Jesus! Livrai-nos do fogo do inferno, levai as almas todas para o céu e socorrei as que mais precisarem”. Ao tomar consciência disso, não tem dúvidas de que José Cláudio Monteiro Santos habita num lugar sagrado há quinze anos. Isso me consola e alivia parte de minha saudade, constante, mas também mestra da vida.
Nascido em Lagarto-SE, no dia 7 de maio de 1954, o professor Cláudio Monteiro devotou sua vida à família. Educador por excelência, procurou adotar em vida o tom da conciliação, inclusive quando foi vereador entre os anos 1982 e 1988. Ao longo de 51 anos, teve passagens marcantes por algumas das mais significativas instituições de ensino do Estado, tais como: Colégio Laudelino Freire, Escola Santa Luzia, Sílvio Romero, Frei Cristóvão de Santo Hilário e Colégio Abelardo Romero Dantas.
No Colégio Abelardo Romero Dantas viveu os momentos mais representativos. Além de professor, foi diretor por duas vezes: 1989 e entre 1998 e 2003. Sua gestão está entre as melhores daquela instituição, sobretudo por ter imprimido um caráter humanista, de zelo e de presteza na elevação da qualidade do ensino público.
Ainda no campo educacional, foi diretor da Diretoria Regional de Educação 02 (DRE´2), entre os anos 1991 e 1993. Era Licenciado em História, mas sempre atuou nas áreas de Língua Portuguesa e Redação. Sua marca registrada na sala de aula era o uso do guarda-pó, além do didatismo e da organização, características que definiram, mais tarde, a minha formação profissional.
Na condição de meu irmão mais velho e arrimo de família em razão do falecimento de nosso pai, José Almeida Monteiro, em 1982, foi também meu amigo e colega de trabalho, atuando decididamente em minha vida, em todos os seus aspectos. Éramos companheiros inseparáveis de jornada e cultivávamos a mesma fé, seja ao nível da crença, seja ao nível das práticas de piedade cristã como novenas, procissões e outros tipos de manifestações.
Se tinha defeitos? Obviamente que sim, afinal, toda biografia traz em si a humanidade daqueles que vivem intensamente a vida. Penso que o fato de se preocupar demais com o que as pessoas podiam dizer a respeito disso ou daquilo não lhe permitiu ser ainda melhor, perdendo a paz de espírito e até adoecendo por conta das convenções sociais.
Seu final de vida foi dramático. Depressivo, triste com a política local, com alguns problemas de ordem familiar e pessoal, com as atitudes de alguns “amigos”, com o preconceito de alguns católicos de fachada, foi derrotado pelos males do tabagismo. Preocupava-se demais com o estado de saúde de nossa mãe (cada vez mais debilitada), conosco (seus irmãos, sobrinhos e afilhados), preocupava-se com todos, menos consigo. Todos esses fatores conjugados o levaram a óbito no dia 11 de julho de 2005, vítima de derrame cerebral.
Em 1 João 3, 2, Jesus assim se expressa: “(…) os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo”. Por essa razão e por ter sido testemunha da vida de José Cláudio Monteiro Santos, de ter tido a honra de conviver de perto com ele e ter aprendido tudo que precisei para seguir na minha caminhada, devo dizer e reafirma: ele habita na morada que para todos foi reservada, premissa presente e afirmada no desejo expresso por Nossa Senhora de Fátima.