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DIÁRIO DE UMA QUARENTENA (Mano)
30 de abril de 2020 - 23:38, por Claudefranklin Monteiro
Quando ele nasceu, no dia primeiro de maio de 1976, mamãe tinha 41 anos. Ele teria sido o décimo segundo, não fossem o falecimento de Claudimary (do “mal dos sete dias”) e quatro abortos espontâneos.
Num jargão popular, ele foi a raspa de tacho. A meu ver, o bebê mais lindo de todos nós sete que sobrevivemos. O arremate de uma família grande e diversificada, mas feliz e unida (assim queria nossa genitora).
Já lhes falei de meu irmão mais velho, Cláudio Monteiro, em algumas ocasiões. Como sabem, ele já não está mais entre nós, mas segue sendo nossa grande referência. Nosso ponto de convergência, quando as divergências naturais se afloram.
Ele, Claudemir, eu e o irmão caçula, a quem dedico a crônica de hoje, formamos o quarteto masculino. Seguem-se as moças Claudineide, Claudiane e Claudicleide. Todos nós, cujos nomes são uma homenagem de meu irmão mais velho à Dona Claudemira (Mira), de que tratarei oportunamente com mais vagar e detalhes. Antecipo que foi uma das mulheres mais fortes que já conheci nessa vida.
Claudimarx Monteiro é dois anos mais novo do que eu. Até eu ficar rapaz e, naturalmente, seguir outros rumos (os rumos que eu procurei traçar para a minha vida), éramos inseparáveis. Da brincadeira de boi de barro no sítio de Tia Teca, às férias no Balneário da cidade de Salgado.
Com o tempo, nossas personalidades se firmaram e seguimos caminhos diferentes. Estudioso e inteligente, ele formou-se em contabilidade, constituiu família (Sônia e dois filhos – Caíque e Rafaela) e tornou-se funcionário público: zeloso, organizado e competente.
Ele nasceu no dia do trabalho (ou do trabalhador) e faz jus a isso. Admiro sua dedicação e esmero e principalmente a sua discrição. Aliás uma qualidade que aprecio muito nele. Eu, de muitas palavras e exposições e ele, silencioso e na dele. Eu e ele temos um pouco da relação entre Tio Maninho e nosso pai. E assim como eles, nos amamos incondicionalmente.
Dois mundos diferentes, duas almas sintonizadas por uma criação marcada pela disciplina e pelo afeto, mas também por dramas superados e calejados. Que alegria termos crescido num lar onde os irmãos se abraçam e se beijam com muito desprendimento, sem reservas morais ou machistas.
Hoje, era dia dos abraços e beijos terem um motivo especial, mas a pandemia tirou isso da gente. Provisoriamente, é claro.
Hoje é dia de louvar a Deus pelo nosso caçula. A outra ponta da história, o elo que nos liga a todos, fazendo de nossas diferenças apenas um detalhe existencial.
Claudimarx me dá a certeza que podemos ser pessoas melhores. Pois para além de tudo que somos ou temos, podemos ser nós mesmos: sem convenções e firulas sociais. Ele é a simplicidade na melhor acepção da palavra, sobretudo no que a expressão tem de mais nobre.
Ele e meus irmãos me preenchem e definem a minha essência de ser família em todos os momentos e circunstâncias.