DIÁRIO DE UMA QUARENTENA (A Imprensa)

18 de abril de 2020 - 22:39, por Claudefranklin Monteiro

Vez ou outra me perguntam se sou ou já fui jornalista. Apesar de ter feito parte da Associação Sergipana de Imprensa por algum tempo, não sou, nem jamais me senti à vontade para arvorar-me de tamanha honra. O que fui mesmo e ainda sou é articulista. E lá se vão 24 anos, depois daquele dia 27 de junho de 1996, quando no jornal Folha de Lagarto publiquei meu primeiro artigo: História consciente, geração consciente.

Voltemos mais um pouquinho no tempo para contextualizar aquela estreia.

Eu iniciei minhas atividades laborais, como docente, no Colégio Cenecista Laudelino Freire, em Lagarto. Assinei minha carteira pela primeira vez no dia 01 de agosto de 1994, graças a minha saudosa mãe, Claudemira Monteiro, e ao professor Izaías de Jesus Carmo, Diretor da instituição, que, prontamente lhe atendeu um pedido. Lecionei lá até 1999, as disciplinas de português, literatura e redação, no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, nos cursos de Pedagogia e Contabilidade.

Antes disso, dos 11 aos 17 anos, fui entregador de pãozinho de queijo, que eram feitos e vendidos por minha prima paterna, Ana Alice (Didi).

No Colégio Laudelino Freire, tive a oportunidade de conhecer o poeta Assuero Cardoso Barbosa. De quem me tornei amigo pessoal, sobretudo depois de dividirmos um acarajé na calçada da Câmara de Vereadores de Lagarto. Lá, também, tornei-me colega e amigo de meu ex-professor de inglês, Emerson da Silva Carvalho. Juro que minha pretensão sempre foi a de dar aula e apenas isso, pelo resto da minha vida. Mas eles me incentivaram a colaborar para a imprensa.

Emerson Carvalho, além de professor também era jornalista e cronista esportivo e tinha um programa de rádio chamado Retreta na Progresso. Ele e Assuero já contribuíam para o jornal Folha de Lagarto e me apresentaram ao seu diretor e proprietário, o Sr. Raimundinho. O jornal Folha de Lagarto foi fundado em 18 de outubro de 1992. Quando eu passei a fazer parte da equipe, ele ainda era feito de forma tipográfica, depois passou a ser em offset.

No jornal Folha de Lagarto ganhei experiência na escrita de artigos de fôlego curto (textos entre uma e duas laudas no máximo). Coisa que ainda faço, agora no portal Lagarto Notícias, sob o comando do historiador Alexandre Fontes. No Folha de Lagarto convivi por algum tempo com dois talentos das artes plásticas e do desenho: Castelo e Bonifácio. Este último, atualmente, é cartunista de mão cheia. Além de Juscelino (Celino), responsável pelas entregas das versões impressas (ainda na ativa, com a mesma função).

O jornal Folha de Lagarto foi um divisor de águas em minha vida. Abriu portas para mim em outros veículos e mídias, inclusive rádio e televisão. Diria que o semanário me projetou como escritor e me deu entusiasmo a seguir com meus estudos de pesquisa história depois da Licenciatura em História pela UFS. Ao longo dos anos, foram mais de 150 artigos, alguns deles escritos quatro a cinco dias por semana, entre 1996 e 2011.

Entre 1996 e a presente data, também contribui para os jornais: Sergipe Hoje, Cinform, Gazeta dos Municípios, Jornal do Dia, Folha Sergipana, Jornal da Cidade, Correio da Bahia. Para as revistas: Perfil, Realce, Tribuna Municipal e Cidade. Também para o portal Lagartense, à época de Laelson Correia. Ao todo, contando já com esta crônica que escrevo, são 376 artigos de fôlego curto, o que corrobora a minha faceta de articulista e não de jornalista.

Hoje, eu rendo minhas homenagens ao jornal Folha de Lagarto, que circula esporadicamente, não mais em versão imprensa, mas digital, ainda sob o comando do guerreiro, Raimundinho, que também é funcionário no Hospital Regional de Lagarto. A ele, ao poeta Assuero Cardoso Barbosa e ao professor e jornalista Emerson Carvalho toda a minha gratidão.

Nesses tempos de quarentena, entre os prazeres que mais cultivo, certamente, é de seguir escrevendo meus artigos despretensiosos, como aquele do dia 27 de junho de 1996, cujo título segue oportuno em nosso tempo: História Consciente, Geração Consciente. Minha geração!

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