Ex-prefeita Gerana Costa responderá por dano ao patrimônio

3 de setembro de 2019 - 15:59, por Alexandre Fontes

Por Cássia Santana / Portal Infonet

As ocorrências policiais no município de Riachão do Dantas foram registradas apenas dois dias antes das eleições suplementares realizadas no domingo, 1°, que elegeu Simone de Dona Raimunda (PC do B) a nova prefeita do município. Entre a quinta-feira, 29, e a sexta-feira, 30, houve muita tensão, com denúncias envolvendo agressões físicas, danos em veículo e apreensão de dinheiro [um montante avaliado em R$ 52 mil], suspeito de ser usado para a prática de crime eleitoral. Já durante o pleito, a forte presença de agentes das Polícias Federal, Civil e Militar contribuiu para o clima de tranquilidade no domingo.

De acordo com informações do delegado Eduardo Jorge, da Polícia Civil, a ex-prefeita Gerana Gomes, que teve mandato cassado no ano passado, foi acusada e assinou termo circunstanciado na Delegacia de Polícia Civil, por suposto dano causado ao veículo de um eleitor durante uma confusão ocorrida na quinta-feira, 29, na cidade.

A assessoria de imprensa informou que a ex-prefeito prestou boletim de ocorrência, sentindo-se ameaçada por homens que conduziam motos e carros na cidade e enviou cópia do BO registrado na Polícia Civil.

Dinheiro apreendido

Já o dinheiro apreendido está sob custódia da justiça eleitoral, vinculado à Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), que tramita na 4a Zona Eleitoral, que tem sede na cidade de Boquim. Parte dos recursos foi apreendida em duas residências, a partir dos oito mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz Eládio Pacheco, da 4ª Zona Eleitoral, e cumpridos na sexta-feira, 31.

De acordo com o delegado, R$ 35 mil foram apreendidos na residência de um eleitor, que possui vínculo com um dos candidatos que disputaram a eleição no domingo, 1°, e R$ 1 mil em outra casa, também de eleitor ligado politicamente a um dos candidatos. Os nomes não foram revelados.

Também na sexta-feira, 30, conforme o delegado, a equipe de segurança recebeu denúncia de que uma caminhoneta sairia do município de Lagarto com dinheiro para ser distribuído entre os eleitores de Riachão do Dantas. Houve uma nova ação, envolvendo policiais civis e militares, o veículo foi localizado e, dentro dele, os policiais encontraram R$ 16 mil.

Todo esse dinheiro também foi encaminhado na manhã do sábado, 31, para a 4ª Zona Eleitoral, com sede em Boquim, responsável pela condução das eleições. Os recursos foram depositados em conta bancária vinculado à Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), que continua em tramitação na 4ª Zona Eleitoral.

Sem tumultos

As ocorrências policiais se restringiram às vésperas das eleições. O sábado, 31, foi marcado por tranquilidade, segundo o delegado. E, no domingo, 1°, apenas duas ocorrências envolvendo venda e uso de bebidas alcoólicas. Em função da tensão verificada na quinta-feira, 29, o juiz decretou lei seca e proibiu a comercialização de bebidas alcoólicas durante todo o pleito eleitoral.

Um comerciante foi autuado por desobediência, flagrando vendendo bebidas alcoólicas, e um eleitor autuado por embriaguez ao volante. Também foram assinados termos circunstanciados por crime de desobediência e também com base na lei seca e os casos foram encaminhados para a justiça eleitoral, que decidirá os próximos encaminhamentos a respeito dessas ocorrências, conforme explica o delegado Eduardo Jorge.

Na ótica do delegado, o esquema policial adotado, envolvendo equipes das Polícias Civil e Militar, inibiu eventuais atos que poderiam se caracterizar como crime eleitoral durante o pleito naquele município. Assim que a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) detectou a tensão, ainda na quinta-feira, 29, foi articulado o esquema com aval do juiz eleitoral, que definiu os encaminhamentos para que houvesse garantia de paz e segurança durante as eleições. E todo o plantão de segurança pública instalado em Maruim foi deslocado para o município de Riachão do Dantas, segundo o delegado Eduardo Jorge.

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