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Pesquisa no HU-UFS estuda três modalidades para tratar artrose de joelho
27 de setembro de 2018 - 05:00, por Marcos Peris
Aracaju (SE) – A dona de casa Maria Aparecida Silva chegou ao Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), vinculado à Rede Ebserh, com fortes dores no joelho. No momento, ela está na fase de avaliação, e iniciará o tratamento em breve. “A minha principal dificuldade hoje é andar de ônibus, subir e descer os degraus, mas tenho muita fé em Deus e confiança nos profissionais do Hospital Universitário. Espero voltar a ter uma rotina normal”, conta.
Ela é uma das beneficiadas com uma pesquisa que envolve as áreas de fisioterapia e ortopedia para o tratamento da artrose. A doença tem caráter inflamatório e degenerativo e pode atingir articulações do corpo, a exemplo do joelho. Também conhecida como osteoartrite de joelho, a patologia provoca dor e pode causar deformidades. Normalmente, o diagnóstico é confirmado pelos próprios sintomas e por exames complementares.
De acordo com o chefe da Unidade do Sistema Musculoesquelético do HU, Diego Protásio, estão sendo avaliadas três formas de tratamento: a fisioterapia, o comprimido e a injeção no joelho, sendo que esses dois últimos foram viabilizados por doação. “A primeira etapa é selecionar os pacientes no ambulatório de joelho. Os que tiverem os critérios de inclusão, como uma artrose que não tenha sido tratada nos últimos seis meses, podem ser incluídos na pesquisa, destacando que o tratamento todo ocorrerá no HU”, informa o ortopedista.
“Os pacientes são informados sobre a pesquisa e submetidos à modalidade selecionada durante um tempo. Passam por avaliação antes, durante e após o tratamento. Queremos ver as respostas para cada modalidade e verificar qual forma é a melhor”, complementa Protásio.
Pesquisa
A iniciativa da pesquisa começou com um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de uma aluna do curso de fisioterapia da UFS, que envolveu o atendimento a pacientes com artrose no joelho e um protocolo de intervenção de tratamento com avaliação diferenciada, conforme detalha o chefe da Unidade de Reabilitação do HU-UFS, Jader Farias. “Esse projeto foi ampliado e virou um projeto guarda-chuva [que se desdobra em subprojetos], envolvendo outros alunos da pós-graduação. Agora ele é um projeto em que um fisioterapeuta, Saulo Machado, está desenvolvendo o mestrado, já se pensando no doutorado dele, tudo vinculado ao Grupo de Pesquisa, Extensão e Funcionalidade Humana (GPEFH)”, explica Jader.
O professor comenta que a ação foi pensada a partir da demanda de pacientes do HU-UFS. “Começamos com um projeto inicial, que foi o TCC de uma aluna de graduação. Desse trabalho criamos uma linha de pesquisa, porque como a demanda é muito alta, é interessante que haja um tratamento interdisciplinar, que haja um fluxo para o serviço e para a pesquisa”, completa.
Multidisciplinaridade
Para Jader, a ideia central é promover acesso ao tratamento, capacitar profissionais e contribuir para a pesquisa. “Quando a gente consegue criar o tratamento ideal, a eficiência aumenta. Quando não consegue, o paciente fica sempre no serviço, o que gera uma ineficiência, uma morosidade, desestimula. Por isso, a importância da multidisciplinaridade, a gente discute e se aprofunda nos casos. A primeira intervenção, por exemplo, conseguiu melhorar aspectos nos pacientes como equilíbrio, coordenação, força, mobilidade, medo do movimento, resultados importantes que tivemos já em um primeiro estudo”, declara Jader.
Já o fisioterapeuta envolvido na pesquisa atual, Saulo Machado, está responsável, com outros fisioterapeutas e alunos, por avaliações de força, mobilidade, equilíbrio, flexibilidade, agilidade e capacidade de marcha dos pacientes com osteoartrite de joelho atendidos pelo Ambulatório de Ortopedia do HU-UFS. “Estamos fazendo as avaliações dos pacientes que serão encaminhados para a medicação ou para a fisioterapia. O tratamento é baseado no que a literatura já vem trazendo de evidências científicas. Trabalhamos com a parte de eletroterapia, alongamento, mobilização e, principalmente, exercícios, sempre com base nos sintomas que o paciente apresenta. Estamos conseguindo reduzir a fila de espera. O tratamento da fisioterapia dura cinco semanas, depois o paciente é reavaliado e acompanhado por até seis meses, tempo em que observamos a sua evolução”, explica Saulo
Para ser atendido no ambulatório de joelho do Hospital Universitário de Sergipe, o paciente precisa ser encaminhado via regulação por um posto de saúde. Outra possibilidade é a interconsulta, ou seja, quando o indivíduo já é paciente do HU e um médico de outra especialidade verifica a necessidade de encaminhamento ao ortopedista.
Fonte: Ebserh