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Rhuan Leal: “Eu sou muito acessível e o oposto do que pareço ser”
14 de janeiro de 2018 - 05:00, por Marcos Peris
Portal Lagarto Notícias
Confira a Entrevista da Semana com o primeiro fisiculturista do município de Lagarto, Rhuan Leal. O atleta possui exatos oito anos de carreira e já soma dezenas de prêmios de nível regional e nacional, tanto que atualmente luta para conquistar o acesso a competições internacionais.
Por isso que nesta edição da entrevista semanal do Lagarto Notícias, o atleta falou da sua carreira, dos desafios e conquistas, bem como do fisiculturismo e seus desafios. Além disso, Rhuan Leal teceu alguns comentários e dicas referentes a busca pelo corpo perfeito, principalmente, para aqueles preocupados com a aparência neste verão.
Confira a Entrevista da Semana na íntegra:
PLN: Quem é a pessoa por trás do fisiculturista Rhuan Leal?
RL: O cara por detrás desse atleta é simplesmente o oposto do que demonstro ser. As pessoas acham que eu pareço ser um cara agressivo, antissocial, meio bruto e mal encarado, mas na verdade sou uma pessoa supertranquila, muito carinhosa, dócil, simples e muito receptivo. Gosto do povão, tanto que tenho facilidade em construir novas amizades, e isso é o resultado de quando fui representante.
Então quando vou treinar na academia, as pessoas me vêm concentrado, às vezes irritado e calado, mas isso não quer dizer que eu seja uma pessoa má. Aquilo nada mais é do que o meu trabalho, então não posso ficar de gracinha e nem com conversinha. Por isso que o fisiculturista é mal interpretado nesses espaços, mas o treinamento não pode, para nós, ser levado na brincadeira. Sem comprometimento, não haverá o resultado desejado. Mas eu sou muito acessível e o oposto do que pareço ser.
PLN: Por falar em treino e resultados, como descreveria a sua rotina social e nutricional, enquanto fisiculturista?
RL: O meu dia é bastante corrido, porque tudo tem que ser planejado, da minha dieta a rotina de treinos. No quesito nutricional, dependendo da fase, eu faço entre seis ou sete refeições por dia, além das refeições líquidas que incluem os suplementos alimentares. Fora isso, tenho meu trabalho na Nutri Sports, onde busco conciliar a minha rotina de atividades cardiovasculares e de musculação. Então é um dia bem corrido e programado, tanto que eu tenho o controle da hora que eu como, da hora em que vou dormir, do tempo necessário para o treino e a quantidade de água que devo consumir.
Por isso, que muitas pessoas não conseguem se ver nesse esporte, porque ele exige essa regularidade, acompanhada da disciplina, porque se você fugir do protocolo, o corpo irá responder de outra forma. Tudo é minucioso no esporte. Mas depois de oito anos, eu já ajo com naturalidade e tudo fica meio que no automático. Mas para quem está começando essa rotina não é fácil.
PLN: Na prática, o que é ser um fisiculturista?
RL: É um esporte em que você é, ao mesmo tempo, o autor e a obra, porque você esculpe o seu corpo. E o nosso objetivo é desenvolver um físico volumoso, simétrico e definido.
PLN: Considera uma modalidade recompensadora financeiramente ou somente por status social?
RL: Financeiramente, o fisiculturismo não Brasil não é recompensador, embora já tenha sido muito pior quando comecei, porque eu tive que ralar para conseguir patrocinadores e hoje me sinto lisonjeado em ter uma equipe que me dão o suporte necessário.
Entretanto, no quesito emocional, esse esporte é muito recompensador, porque não há dinheiro que pague a sensação de você se dispor a cumprir um protocolo e ser o último a ser chamado no palco, por ter sido considerado o campeão. E é isso que me faz se manter nessa área, porque quando você ganha um título, logo busca outra conquista e isso é inacabável.
PLN: Rhuan Leal foi o primeiro fisiculturista natural de Lagarto. O que o fez ingressar nesta modalidade esportiva?
RL: Como qualquer criança, a gente começa a sofrer uma influência dos desenhos animados, através de Dragon Ball Z, o Hulk, Superman, então a gente busca ser igual aos heróis. Mas o que me fascinou e transformou a minha vida foram os filmes do Arnold Schwarzenegger, que é o propagador de tudo isso no esporte e no cinema, onde trouxe corpos realmente esculpidos. Então, isso começou a me chamar atenção em meados de 2003/2004, quando comecei a treinar.
O começo não foi fácil, porque a informação era escassa. Então tive que ir para Aracaju poder ter um certo conhecimento, mas somente três anos depois eu consegui um preparador que realmente me deu as primeiras orientações, porque eu tinha percebido que sozinho não teria conhecimento e capacidade para ingressar na área. Por isso digo que não é qualquer profissional que vai lhe dar a receita mágica, porque o fisiculturismo faz muita coisa diferente da ciência, e que dá certo quando ela diz que não.
PLN: Oito anos depois, você já acumula mais de 13 prêmios. Qual deles foi o mais significativo e por quê?
RL: O primeiro título a gente nunca esquece e o meu primeiro título foi como campeão pernambucano, ou seja, não foi nem pelo meu estado de Sergipe. Também fui vice-campeão em 2015 do Norte-Nordeste, além de vários outros. Mas não posso deixar de citar a conquista da quinta colocação do Campeonato Brasileiro, onde conseguir a chave para competir somente em competições de nível nacional. Então, em 2018, estarei focado no Brasileiro.
PLN: Muitos artistas e atletas lagartenses queixam-se da falta de parcerias, mas você tem um leque de apoiadores. Por isso, como destaca essas parcerias, a exemplo da Nutri Sports?
RL: Eu sempre fui um cara interessado e determinado. Eu decidi que iria viver dessa porra! Eu queria ser fisiculturista e mostrar para todo mundo que disse que eu não iria conseguir, que eu ia viver disso, que todos os meus vínculos e planejamentos estariam relacionados a esse esporte e foi isso que me fez caminhar ainda mais. Então, como sempre fui um cara criativo, comecei a perceber as empresas que poderiam me apoiar, dai apresentava meu portfólio, pedia o apoio, e saia divulgando as marcas nas camisas através das que ia treinar, nas redes sociais e em banners durante as competições. Foram tantos esforços, mas, graças a Deus, deu tudo certo.
A Nutri Sports chegou recentemente, mas eu tenho uma amizade de longa data com o proprietário dela. Então as coisas foram surgindo espontaneamente e nós conseguimos abrir uma loja de suplementos alimentares com uma proposta diferenciada, onde buscamos reduzir o lucro para garantir a satisfação do nosso cliente. E pela minha experiência com atleta não é nada demais dar uma orientação as pessoas que chegam aqui, porque muita gente chega com ideias erradas aqui no balcão, enquanto meu objetivo é ajudar as pessoas. Ajudo, porque na minha época não tinha essa orientação, mas aqui você sai com a orientação correta e sabendo o que quer.
PLN: Você se considera um exemplo para os que procuram a marca em busca de uma vida mais saudável?
RL: Sem dúvida. Me sinto totalmente capacitado, porque o vasto conhecimento obtido nesses anos, me credencia para isso, pois já participei de várias oficinas, minicursos e workshops voltados a nutrição esportiva. Essa bagagem para mim é importante e como eu não tive ajuda, pelo contrário, tive que pagar para ter, busco orientar as pessoas, porque sei da importância.
PLN: Já influenciou algum jovem a ingressar no mundo do fisiculturismo?
RL: Já sim. De forma pessoal e regional, creio que já influenciei umas 10 pessoas. Já pelas redes sociais, eu não sei dizer, mas me sinto agradecido porque muitos jovens me mandam as mesmas mensagens que eu mandava para as pessoas que eu admirava. Então essa gratificação não tem dinheiro que pague.
PLN: Atrás do balcão de vendas, como tem avaliado o uso indiscriminado de suplementos alimentares?
RL: Na busca pelo corpo perfeito, as pessoas acabam fazendo muita besteira, porque elas não entendem que musculação é um estilo de vida e que o corpo perfeito nada mais é do que o reflexo de vários anos de abdicação e amor ao esporte. Neste cenário, as pessoas querem a formula mágica para o verão, para a festa do mês que vem, então as pessoas acabam negligenciando o básico que é comer, treinar e descansar dia após dia.
O básico é o que funciona, mas, às vezes, as pessoas não querem essa rotina e colocam desculpas. Se realmente elas quisessem um corpo perfeito, teriam da maneira correta, mas não, preferem depositar a confiança numa formula mágica.
PLN: Qual conselho deixa para essas pessoas?
RL: Não existe nada fácil. Vai ter que se ferrar mesmo se quiser o corpo perfeito.
PLN: Schwarzenegger tem uma frase muito conhecida: “Eu vou voltar”. Disto isto, o que os lagartenses poderão esperar do fisiculturista Rhuan Leal em 2018?
RL: Podem esperar que eu vou trabalhar dia e noite para estar entre os Top 3 do Brasil. Em 2017, eu tive uma evolução muito grande, com o vice-campeão mundial da NAPPA e meu treinador, Vinicius Oliveira. Ele acredita no meu trabalho e foi, por isso, que conseguimos trazer um físico diferenciado, bem competitivo, que me permitiu ser campeão sergipano e ser Top 5. Mas depois que conquistar o Top 3, irei ganhar o mundo em competições internacionais.
PLN: Qual mensagem deixa para os seus conterrâneos?
RL: Quero dizer a galera que busca o corpo perfeito, ou se sentir bem consigo mesmo, que não desista dos seus objetivos. Se eu consegui, você também vai conseguir! Claro que haverá um preço a ser pago, mas vocês estão dispostos? Se sim, posso garantir que o resultado aparecerá mais na frente.