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Ex-reitor da UFS escreve livro sobre a Colônia Treze
4 de janeiro de 2018 - 07:37, por Alexandre Fontes
Ascom UFS
Uma história de solidariedade e esforço, juntamente com aspectos técnicos que podem interessar as áreas de política, agricultura e ciências sociais em geral. É desta forma que o professor aposentado do Departamento de Fisiologia Luiz Hermínio de Aguiar Oliveira, ex-reitor da UFS, apresenta o seu livro “O Salvador do Treze”, que trata das transformações socioeconômicas da Colônia Treze, localizada no município de Lagarto-SE, a partir de 1965.
O livro traz a história de como Luiz Alves de Oliveira, pai do autor da obra, conseguiu recuperar a Cooperativa Mista de Agricultores do Treze (Coopertreze) naquela época. Por essa razão, ele ficou conhecido como “O Salvador do Treze”. A obra conta a trajetória dessa transformação, trazendo os aspectos técnicos envolvidos durante o processo.
Segundo Luiz Hermínio, a produção desse seu primeiro livro teve o intuito de reconstruir o papel de seu pai na localidade. “Escrevi para resgatar a obra que foi modelo para o Brasil e para o mundo em 1960”. O autor também afirma que o livro é um instrumento que pode ser usado para estudos e pesquisas e, por essa razão, ele doou cinco exemplares à UFS.
Pai e filho
O professor Luiz Hermínio é médico formado pela UFS. Foi e fundador da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão de Sergipe (Fapese), vice-reitor e pró-reitor de Graduação. Exerceu a função de reitor da UFS de 1992 a 1996.
Seu pai, Luiz Alves de Oliveira, nasceu em 1926 e faleceu em 2006. Durante sua trajetória, foi funcionário do Banco do Brasil designado como supervisor da Coopertreze, quando ajudou a cooperativa a sair do estado de falência e, consequentemente, a transformar a história do povoado.
Confira abaixo entrevista com o autor:
– Em que medida sua trajetória aqui na UFS como professor e reitor ajudou na produção do livro?
A formação cientifica me ajudou na estruturação da obra literária, já que o livro aborda o processo de desenvolvimento rural integrado com base no cooperativismo. Procuramos fundamentar cientificamente as ações descritas no livro, uma vez que a experiência como reitor contribuiu para a vivência na concretização do compromisso social da universidade (uma das principais linhas de ação da nossa gestão). Essa experiência permitiu enxergar com mais profundidade a relevância da transformação socioeconômica ocorrida na Colônia Treze na década de 60, objeto de estudo do livro.
– No prefácio da obra, está escrito que livro não assume um “perfil estritamente técnico”. Como foi escrever e ultrapassar essa questão de aspectos técnicos, colocando também a emoção na história das transformações da Colônia Treze?
Foi desafiador sob vários aspectos: primeiro, porque o que me moveu a escrever o livro foi a emoção e o que moveu meu pai Luiz Alves a implementar o projeto de desenvolvimento da Colônia Treze foi, sobretudo, o espírito de solidariedade humana. Mas, o processo que revolucionou a história da Colônia Treze foi assentado em bases cientificas, razão pela qual o livro não poderia deixar de revelar também um viés técnico-cientifico.
– Para você, qual a importância de ter documentado a história de seu pai em um livro, tendo conhecimento da relevância dele para a população da Colônia Treze?
A Cooperativa do Treze em 1965 encontrava-se à beira da falência quando o Banco do Brasil, no afã de reaver créditos investidos naquela região, designou meu pai, Luiz Alves de Oliveira, como supervisor administrativo financeiro daquela entidade. Luiz Alves, no entanto, imbuído, sobretudo, pelo espírito de solidariedade humana decidiu por conta própria assumir a missão de realizar um projeto de desenvolvimento rural integrado com base no cooperativismo, visando aumentar a produtividade agrícola e proporcionar uma melhora na qualidade de vida aos agricultores daquela região.
Nesta perspectiva, ele liderou um consórcio de instituições relacionadas ao cooperativismo e, em 1970, a cooperativa já havia se transformado na melhor Cooperativa do Nordeste brasileiro segundo parecer técnico da Sudene [Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste]. Para aqueles que viviam na miséria e viram a vida reflorescer de forma exuberante, Luiz Alves foi considerando o ‘Salvador do Treze’. Para mim, como filho desse grande homem, foi minha maior realização pessoal poder descrever detalhadamente, passo a passo, as bases do sucesso dessa modelar obra de desenvolvimento socioeconômico ocorrida na Colônia Treze na década de 60 cujo sucesso encantou o mundo.