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Procura por seguro automotivo apresenta crescimento em Sergipe
30 de outubro de 2017 - 09:12, por Alexandre Fontes
Por Keizer Santos
Adquirir um automóvel ainda é um desejo para uma grande parcela da população. Após a compra, evidentemente, o cidadão quer proteger o bem, e uma das formas mais recorrentes, é a aquisição do seguro automotivo. Somente em 2016, segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), 2,05 milhões de veículos novos foram emplacados e 13,34 milhões de veículos usados foram vendidos.
O cenário de violência no país é alarmante, e este fato tem corroborado para a procura pelo seguro veicular. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em 2016, com dados do biênio 2014-2015, apontam que mais um milhão de carros foram roubados ou furtados no período. Em Sergipe, em dois anos foram roubados ou furtados 5.892 veículos automotivos.
De acordo com dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), compilados pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) e publicados no boletim conjuntural Carta do Seguro, no primeiro semestre deste ano o mercado de seguros arrecadou 117,9 bilhões. Esse dado significa um crescimento de 3,5% em relação ao igual período de 2016.
Em todos os ramos do seguro, o mercado em Sergipe, contabilizou R$ 545.469.703 em prêmio direto no período de janeiro a agosto de 2017.
O crescimento do seguro vai na contramão da economia brasileira, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou recuo em 2016, conforme dados relacionados ao Produto Interno Bruto (PIB), que apresentou retração de 3,56% em relação ao ano anterior.
O seguro automotivo apresentou crescimento de 5,8%, ou seja, uma receita de R$ 16,2 bilhões no primeiro semestre de 2017, conforme dados apresentados no boletim da CNseg em relação ao igual período de 2016.
Dentro da estatística daqueles que buscaram a aquisição do seguro veicular, está o eletricista Gerinaldo Alves, que comprou um veículo usado no início do primeiro semestre deste ano. “Comprei um veículo tipo SUV de uma marca importada e como já possuía seguro no antigo carro, resolvi não arriscar e também fiz um contrato para este novo veículo“, frisou.
“Com o seguro, além de proteger o veículo contra roubos e furtos, posso usufruir de outros benefícios em serviços, que algumas seguradoras oferecem, por exemplo, carro reserva e hospedagem emergencial”, completou Gerinaldo Alves.
Com o mercado segurador em ascensão, também surgem pessoas e/ou empresas que tentam vender proteção veicular como seguro. O debate sobre o “seguro pirata” chegou a Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara dos Deputados, em Brasília/DF. Na última terça-feira, 24, aconteceu audiência pública com objetivo de analisar o projeto (PL nº 3.139/15) do deputado Lucas Vergilio (SD/GO), que proíbe a proteção veicular promovida por associações que funcionam como uma espécie de cooperativa. O debate continuará nos próximos dias. Se aprovado, o projeto será encaminhado ao plenário para votação.
O presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de Sergipe (Sincor/SE), Érico Melo, alerta que ao aderir a este tipo de serviço, o consumidor não tem nenhuma garantia. “Como não existe nenhuma entidade que fiscalize e regulamente a atuação dessas empresas que atuam irregularmente no mercado, a única maneira do consumidor ter o seu direito respeitado é na justiça”, afirmou.
“Recomendamos que a contratação de qualquer seguro seja através do corretor de seguros, profissional capacitado e treinado para apresentar as melhores opções em coberturas conforme as necessidades dos clientes, em seguradoras autorizadas pelos órgãos competentes para atuar no mercado”, completou o presidente do Sincor Sergipe.
Em Sergipe, o Sincor criou uma comissão para acatar as denúncias, apurar e encaminhar aos órgãos fiscalizadores para adoção de medidas cabíveis. As denúncias podem ser via telefone pelo (79) 3211-1588 ou por e-mail combate@sincor-se.com.br.
Seguro Veicular x Proteção Veicular
O seguro veicular é regido, atualmente, pela circular Susep nº 269/2004, que estabelece, altera e consolida as regras e critérios complementares de funcionamento e de operação dos contratos de seguros de automóveis. Os seguros de automóveis podem ser com valor determinado e valor de mercado referenciado.
O seguro regulamentado também é o único com garantias legais previstas no contrato entre empresa e consumidor. As garantias são possíveis em virtude da reserva financeira, as quais as seguradoras são obrigadas a adotar.
A proteção veicular oferecida pelas associações não apresentam garantias. Estas associações dividem os custos dos sinistros ocorridos entre os associados. Não são regulamentadas pela Susep, por isso, não podem comercializar seguros.
O taxista Fábio Santos (nome fictício, pois o mesmo está com um processo em andamento na justiça) passou por uma situação constrangedora, quando viu seu veículo ser subtraído por quatro homens armados. “Fiquei com a sensação de impotência, mas acreditava que não ficaria com um prejuízo ainda maior, pois havia adquirido uma ‘proteção veicular’. O problema começou quando procurei a associação, que se negou a indenizá-lo”, alegou.
Fábio Santos afirmou que o processo está em andamento em uma comarca do interior sergipano. Porém, não pode detalhar o caso a pedido do advogado.
Geração de emprego e renda
Segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (Cnseg), o mercado segurador gera emprego e renda através de dados impressionantes. O setor gerou 151 mil empregos e celebrou contrato de seguro para 17,5 milhões de veículos.
Em todo o país, existem cerca de 70 mil corretores de seguros e, aproximadamente, 42 mil empresas seguradoras, de acordo com dados da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Privados e de Resseguros, de Capitalização, de Previdência Privada, das Empresas Corretoras de Seguros e de Resseguros (Fenacor). O Estado de Sergipe possui 332 corretores de seguros e 188 empresas habilitadas para comercializar os diversos tipos de seguros.