450 novos casos de câncer de mama poderão surgir até o final deste ano em Sergipe

11 de outubro de 2017 - 04:26, por Alexandre Fontes

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), estimativas de incidência voltadas para os anos de 2016 e 2017, relacionadas aos casos de câncer de mama, apontam quase 58 mil novos diagnósticos a serem detectados no Brasil. Desse número, quase 19 mil novos casos poderão surgir nas capitais brasileiras.  Em Sergipe, está estimado 450 novos casos de câncer de mama e 230 em Aracaju.  Em 2006, estatísticas levantadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) registraram 77 mortes por câncer de mama em Sergipe. Número esse que cresceu para 160, em 2015, e reduziu para 101, conforme levantamento de dados de janeiro até setembro de 2016.

Foto: SES

Foto: SES

A linha de cuidado voltada para o público feminino existe para que sejam realizados diagnósticos precoces de câncer de mama, porém, sem dissociar dos cuidados necessários para prevenção do câncer do colo do útero. Segundo a referência técnica em Saúde da Mulher da SES, Kátia Valença, as mulheres devem ter assegurados nas avaliações de rotina os exames para rastreamento do câncer do colo e o exame clínico das mamas, somando-se às orientações em saúde e a aplicação de protocolos, seguindo parâmetros definidos para cada faixa etária da mulher, seja para detecção precoce do câncer de mama, seja para câncer do colo do útero.

“Se por acaso a paciente sentir algo diferente na mama, a mesma deve ser avaliada e vista como um todo. Esse trabalho, por sua vez, é voltado para a prevenção e para o diagnóstico dos dois tipos de câncer que mais acometem a mulher, sendo o primeiro o câncer de mama, que é o que mais mata. No Brasil, as incidências dos cânceres de mama e do colo do útero variam de acordo com a região. No sudeste, sul e centro-oeste do Brasil o mais característico é o câncer de mama. Já no nordeste e norte do país, é o câncer do colo do útero, em função da condição sócio-econômica e do estilo de vida das mulheres”, explicou Kátia Valença.

Linha de cuidado

Ainda na Atenção Básica, que funciona com base na Estratégia Saúde da Família (PSF), a mulher dispõe de uma equipe que a acompanha em seu território. Nesse contexto, é trabalhada a educação em saúde, e também a realização dos exames citológicos com rastreamento do câncer do colo do útero, bem como o exame clínico das mamas. Se a paciente tem faixa etária abaixo dos 50 anos, é realizado o exame clínico das mamas, a depender da avaliação do profissional e da queixa da paciente, é solicitada uma mamografia diagnóstica na própria Unidade Básica de Saúde (UBS). O agendamento do exame, pelo sistema, será direcionado para um dos prestadores do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo que em Sergipe o principal é o Centro de Atenção Integral a Saúde da Mulher (Caism).

Segundo a referência técnica, a mulher que está na faixa etária preconizada pelo Ministério da Saúde/Instituto Nacional do Câncer – de 50 a 69 anos – deve realizar a mamografia de rastreamento do câncer de mama a cada dois anos. “Se ela sai da Atenção Básica para a Atenção Especializada quando, ao solicitar a mamografia, o resultado surge com suspeita, a mesma é encaminhada para o Caism, onde realizará biópsia de mama. Quanto ao colo do útero, se a mulher realizou os exames citológicos na Atenção Básica e deu alteração de baixo grau, após seis meses o exame é repetido e se continuar com alteração, será referenciada para esse Centro de Atenção. Se a alteração for de alto grau, é também referenciada para o Caism para a realização de colposcopia e outros procedimentos necessários. A partir do Caism, quando realiza biópsia do colo do útero ou de mama, e apresenta diagnóstico de câncer, é encaminhada para os serviços de oncologia do Hospital de Urgência de Sergipe [Huse] ou para o Hospital de Cirurgia”, acrescentou.

Prevenção

Alguns fatores de risco relacionados ao câncer de mama são: idade, alterações hormonais, histórico familiar e fatores externos. As mulheres que têm maior probabilidade de desenvolver o câncer de mama são aquelas com histórico familiar no primeiro ou segundo grau direto (mãe, irmã, tia) ou pessoal, assim como em caso de primeira gravidez tardia, alterações hormonais, consumo de álcool, doença mamária prévia, radiação torácica, obesidade, além do consumo excessivo de gorduras.
Entre os sintomas mais comuns do câncer de mama estão as lesões não palpáveis, portanto, identificadas no exame de mamografia. O médico é responsável por procurar e identificar essas alterações suspeitas. Também existem nódulos que podem ser diagnosticados clinicamente, cuja massa dentro da mama pode evoluir para crescimento do nódulo, além de surgir feridas na região, ferimentos, endurecimento da massa que pode comprometer as costelas, aparecimento de ínguas na axila, além da metástase em outros órgãos do corpo.
Segundo o médico especialista em mastologia do Huse, Carlos Anselmo Lima, a mamografia é o principal aliado das mulheres no combate e controle do câncer de mama. O exame é capaz detectar os possíveis tumores na fase inicial da doença.

“Vale lembrar que outros procedimentos também ajudam no diagnóstico precoce, a exemplo da ultrassonografia. Já as ressonâncias magnéticas são utilizadas em casos de mulheres mais jovens e que tenham o histórico familiar alto para câncer de mama. Porém, a necessidade deste tipo de procedimento não é tão freqüente, pois a mamografia já oferta o diagnóstico preciso”, explicou.

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