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Léo do Creu: Se eu não puder fazer o bem, não gastarei minhas energias com o mal
16 de julho de 2017 - 15:20, por Marcos Peris
Portal Lagarto Notícias
Dando continuidade à rodada de entrevistas com personalidades genuinamente de Lagarto, nesta edição do quadro Entrevista da Semana, o Lagarto Notícias conversou com Leostenisson Santos, o popular Léo do Creu, de apenas 35 anos de idade. Na ocasião, Léo contou um pouco da sua história, dos desafios que enfrentou e como se desdobrou para ser alguém melhor e vencer na vida.
Assíduo leitor da Filosofia do Sucesso e amante do empreendedorismo, ele também falou das demandas do município de Lagarto, das conjunturas políticas para 2018, além de tecer críticas ao modus operandi da política local.
Confira na íntegra a Entrevista da Semana:
PLN: Quem é o popular Léo do Creu?
Léo: Eu sou um cara motivado, que enfrenta desafios desde que nasceu, uma vez que fui criado sem pai e mãe. Quando eu completei 12 anos, minha avó morreu então diante dessas ausências busquei me influenciar por várias pessoas que tinham resultados positivos. Já fui vendedor de picolé, engraxate, pegador de carrego, gandula, escoteiro, jornalista e agora empresário.
Além disso, quando comecei o ensino fundamental já tinha 10 anos. Na escola o diretor era o Sargento Oliveira, do Tiro de Guerra, onde comecei a praticar atletismo. Esporte em que ainda sou recordista em algumas modalidades nos jogos estudantis de Lagarto, sem falar que também participei por três vezes da Corrida de São Silvestre, sendo destaque na revista Contra o relógio.
PLN: Quem foram essas pessoas e quais influências elas exerceram sobre o homem que o município de Lagarto conhece?
Léo: Em Lagarto muitas pessoas me influenciaram, a exemplo do Sargento Oliveira, seu Francisco da Asulitex, J Menezes, o Chefe Borges dos Escoteiros. Mas atualmente estou me espelhando em pessoas como Nininho do Bolo Bom e vários amigos, que acabo filtrando o que cada um tem de bom para trazer para mim. As coisas negativas eu elimino, e as coisas positivas eu filtro e adoto em minha vida, para que eu possa me tornar uma pessoa melhor.
PLN: Qual o maior aprendizado que obteve nesses 35 anos?
Léo: Aprendi que ninguém nasceu em berço de ouro, pois quem eu conheço teve que lutar muito para chegar aonde chegou. Então, acredito que o fracasso é a faculdade do sucesso, e sempre eu procuro saber como essas pessoas chegaram ao sucesso. Sem falar que eu procuro saber a história da pessoa antes de criticar ou elogiar alguém, porque as pessoas a aplaudem no palco, desconhecendo os bastidores daquela pessoa.
Portanto, conhecendo a história dessas pessoas, e os preços que elas pagaram para chegar ali, e conhecendo o preço que elas já pagaram, eu já aprendo e não pago o mesmo preço. Claro que já errei várias vezes na vida, mas a gente precisa ter boas referências e aprender com os fracassos.
PLN: Todo jovem tem um sonho, qual era o seu?
Léo: Já tive vários sonhos e todos eles dependeram muito da época. Na minha infância, sonhava em ser goleiro, depois era para ser atleta. Em seguida, fui trabalhar em balcão de farmácia e tentei ser farmacêutico; depois parti para a veia do humor, no início por necessidade, ai fui palhaço, animador e fiz alguns personagens em rádio e televisão. Mas hoje eu descobri o que quero ser, eu quero ser empreendedor, porque o ele acredita em pessoas, e enxerga oportunidades onde outras pessoas não enxergam.
Hoje sou radialista e jornalista por direito adquirido, sou correto de imóveis, formado em Gestão Comercial, mas hoje eu sou empreendedor e estipulo metas para conquistar. Nós precisamos ter uma motivação na vida e o cara para ser rico tem que ter cinco saúdes: 1º saúde espiritual; 2º saúde familiar, 3º saúde social com os amigos, 4º saúde física e financeira, a 5º, é somente consequência dessas outras quatro saúdes. Isso que é riqueza, porque ser milionário sozinho não significa ser realmente rico. O dinheiro não é tudo.
PLN: Como comunicador, o senhor ganhou destaque na radiofonia lagartense. Como descreveria este período? Por que saiu?
Léo: O rádio não enriquece ninguém, mas agradeço as oportunidades que tive na Juventude FM e na Eldorado FM. Essas casas me deram uma grande oportunidade na vida, porque apesar de não ter me dado o retorno financeiro esperado, me abriram várias portas, que me fizeram conhecer pessoas.
O rádio faz as pessoas te conhecerem, mesmo sem nunca ter lhe visto. Então quando você chega para falar com elas, estas parecem ser um íntimo seu, porque apesar de não saber, aquela pessoa está te acompanhando no rádio todos os dias. Claro que no interior possui aquela situação política.
PLN: Como foi para você lidar com a política de Lagarto nos microfones das rádios?
Léo: Graças a Deus, durante a minha passagem pelo rádio nunca tomei processo, porque sempre eu falava: “Aqui é a opinião do apresentador, e aqui é a opinião do programa”. E eu agia da seguinte forma, eu cobrava do político obras de interesse coletivo, mas sem partir para o ser humano por detrás daquele político, que tem filhos, esposas e neto.
Então quando eu ia tecer alguma crítica, cobrança ou que quer que fosse, eu cobrava do político e não da pessoa. Sem falar que você tem que analisar que ali é temporário, então você tem que deixar as portas abertas. Por isso que hoje me dou bem com todos os grupos políticos de Lagarto.
PLN: Houve algum mal-estar durante a sua transição da Eldorado FM para a Juventude FM? São rádios com linhas de pensamento diferentes.
Léo: Foi tudo bem tranquilo. Eu sempre procurei quebrar esse gelo, tanto que surgiu aquela ocasião em que o Cabo Zé foi à rádio Juventude conceder uma entrevista ao Prefeitinho. Eu penso que se eu não puder fazer o bem, não gastarei minhas energias para fazer o mal. Esse foi o segredo: O que ouvia na Eldorado ficava na Eldorado; o que ouvia na Juventude ficava na juventude, não levava nada de uma para outra. Por isso que hoje sou amigo de todos. Nós temos que respeitar as pessoas.
PLN: Quais possíveis conjunturas políticas em 2018 poderão ser formadas, em sua ótica?
Léo: É muito precoce para responder essa pergunta, porque o país vive uma instabilidade política muito grande, e isso reflete também no município. Então digo que a política terá uma renovação não somente de políticos, mas também da forma de se fazer política. Acredito que os políticos estão parando para refletir o seguinte: Ou eu ajo de forma correta, ou eu revejo meus conceitos senão daqui a pouco pagarei o mesmo preço que alguns políticos já estão pagando. Portanto, como diz um político lagartense, entre um dia e outro há uma noite, então deixe as águas rolarem.
PLN: Mudando de assunto, de onde foi que surgiu o apelido de Léo do Creu?
Léo: Política é como um vício, principalmente, para nós que somos formadores de opinião. Então, em 2008, com aquele sonho de ser votado e representar minha comunidade, eu disponibilizei o meu nome para a população durante as eleições municipais. Naquele tempo com poucos recursos e conhecimento, me lancei como candidato a vereador, e na época a música do Creu estava no auge, dai criei minha música em cima dela. Então ficou Léo do Creu, até o padre Raimundo me rotulou de Léo do Céu quando fiz programas religiosos.
PLN: O que dizer da sua passagem pela TV Sergipe?
Léo: Na televisão eu fiz o Mestre Bimba, que era um charlatão que adivinhava os placares dos jogos. De vez em quando dava uma ratada e acertava os placares, ai os jogadores davam aquela repercussão. O quadro chamava-se “Fala Mestre Bimba”, fez tanto sucesso que quando a gente gravava na rua, o pessoal gritava: “Fala Mestre Bimba!”.
PLN: Ainda pensa em ser candidato a vereador algum dia?
Léo: Não penso não, mas até posso um dia. Porém, hoje não é minha prioridade porque acredito que podemos ajudar as pessoas de outras maneiras. Então a minha prioridade é investir no empreendedorismo. Também quero investir na minha carreira de corretor de imóveis, porque Lagarto está com grandes projetos imobiliários, o que significa que o município está resgatando o seu boom imobiliário e grandes investimento educacionais, como a UniAges e o maior Centro de Simulações e Práticas do norte e nordeste, a ser instalado no campus da UFS Lagarto.
Também tem a federalização do hospital, então acho que diferente dos outros municípios sergipanos, Lagarto é uma das poucas cidades que têm perspectiva de futuro. Como papa-jaca do visgo da jaca, eu investi no setor imobiliário porque Lagarto ainda possui muita demanda no setor.
PLN: De modo geral, se pudesse cobrar três coisas do poder público, quais seriam?
Léo: Infraestrutura, porque a cidade precisa de projetos com grande impacto social e não um simples tapa-buracos ou troca de lâmpada de postes; Também acredito que a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio deveria buscar políticas públicas de sucesso em municípios que estão vivendo o mesmo momento que Lagarto; o poder público também deveria focar na Indústria e Comércio, porque após a eleição – seja de quem for – o eleitor somente vai a porta da Prefeitura pedir emprego. Por isso, que o gestor não consegue manter a sua base completa de antes da eleição, porque não tem emprego para todos que o apoiaram na eleição. Então se ele trouxer empregos, isso acaba.
PLN: Mas qual político iria querer perder o seu cabide eleitoral?
Léo: A sociedade está evoluindo, a informação chega a tempo recorde. Então acho que o político tem que se modernizar. Também acho que a política do criticar por criticar já não cabe mais, então à política de Lagarto tem que se modernizar. E quanto àqueles que pensam que gerar empregos vai perder eleitores, este tem de lembrar que ainda tem os sucessores, os filhos e que a sua passagem não é eterna. A política tem que ser modernizada independente de cor partidária. Temos que pensar grande, na coletividade e não da individualidade.
PLN: Qual mensagem gostaria de deixar para o povo de Lagarto?
Léo: Acreditar sempre e nunca desistir. Napoleão Rio tem uma passagem que diz o seguinte: “Se você pensa que é um derrotado, você será um derrotado. Senão pensar que quer a qualquer custo, não conseguirá nada e mesmo que você queira, mas pensa que não irá conseguir, a vitória não sorrirá para você”.