“Meu projeto é estar na chapa majoritária”

11 de julho de 2017 - 09:53, por Alexandre Fontes

Max Augusto/ Jornal da Cidade

O Jornal da Cidade do último final de semana publicou uma entrevista com o ex-deputado federal e articulador político, Sérgio Reis (PMDB).

Ex-deputado federal Sérgio Reis (PMDB)

Ex-deputado federal Sérgio Reis (PMDB)

JORNAL DA CIDADE – O senhor está mesmo deixando os bastidores e está de volta à política? Por que essa decisão?

SÉRGIO REIS – Esta hipótese tem uma chance concreta de acontecer. Analisando o atual cenário da política sergipana, podemos dizer que esta será a última eleição da geração de 50 e 60, que ainda está à frente das posições de comando político em nosso Estado. Então, é importante para minha geração participar de posições no campo majoritário, para estar preparada para 2022. Não há vácuo em política, por isso estou começando a colocar em prática este projeto e colocando meu nome à disposição do grupo.

JC – Qual o seu projeto para 2018? O senhor será o candidato a deputado federal, no lugar de Fábio Reis? Isso está sendo discutido na família e no grupo político?

SR – Eu tenho conversado com presidentes de partidos e quero me somar ao projeto de JB e Belivaldo, sendo primeiro suplente na chapa de senador ou vice com Belivaldo. Vou pleitear esse espaço.

JC – É verdade que o senhor pode ser candidato a deputado federal, fazendo uma dobradinha com Fábio Reis para estadual? Neste caso, Goretti Reis deixaria de ser a candidata a estadual do grupo?

SR – Goretti só não será candidata se não quiser, e pelo que tenho visto e acompanhado ela está trabalhando a todo vapor e terá uma reeleição tranquila, pelos serviços prestados ao Estado. Goretti é uma deputada atuante e uma das melhores que já passou pela Assembleia. Meu projeto é estar na chapa majoritária.

JC – Muito tem se especulado sobre 2018. Muitas pessoas estão se apresentando para pleitear a vaga de vice numa chapa encabeçada por Belivaldo Chagas, não é verdade?

SR – Me sinto preparado e sei que é um desafio muito grande. Estou trabalhando, atuando no convencimento e atuando de forma a somar e ajudar ao grupo. Não irei fazer disso um cavalo de batalha, temos outros partidos que também pleiteiam e que também estão aptos e com bons nomes. Esta será uma decisão que só será tomada no próximo ano e eu tenho convicção que haverá entendimento e unidade seja qual for o escolhido.

JC – Outros partidos e lideranças do grupo do senador estão de olho na vaga de vice e nas candidaturas majoritárias. Haverá espaço para todos, neste barco? O senhor acredita mesmo que o grupo permanecerá unido, ou haverá algum abandono?

SR – O bom é que há menos vagas e mais pretendentes. Sinto que há uma chance real do grupo eleger o governo e os dois senadores. O barco é grande e caberá todos sem nenhum problema. JB e Belivaldo são pessoas experientes e de diálogo, comandam o grupo com muita confiança e traquejo, quem apostar em defecções, vai perder.

JC – A qual partido o senhor deve filiar-se? O PMDB está descartado?

SR – Eu estou filiado ao PMDB, mas já recebi convites para assumir um grande partido aqui no Estado. Estou muito satisfeito onde estou, mas só tomarei uma posição mais adiante, porque teremos uma possível reforma política, então vou aguardar um pouco mais.

JC – Caso o governador Jackson Barreto deixe o PMDB, Fábio Reis permanecerá na sigla?

SR – Fabio Reis é vice-líder na bancada federal, tem muito prestígio no partido, amigo pessoal do líder Baleia Rossi, não acredito que ele deixe a legenda, mesmo com uma possível saída de JB, até porque não acredito em hipótese alguma que Jackson deixe o partido.

JC – Caso Jackson deixe o PMDB ou caso André Moura assuma o comando da sigla, o senhor avalia que haverá uma debandada de políticos do partido?

SR – Repito que não trabalho com essa hipótese de JB deixar o partido. Segundo, não procede essa informação de que André Moura iria cair de paraquedas no partido, tomando a presidência. Isso foi desmentido de forma categórica por Romero Jucá e pelo líder do partido, Baleia Rossi. Claro que se houvesse essa possibilidade e da forma como se supunha não teríamos como ficar na mesma legenda. André está bem onde está, é líder do governo no Congresso e se tivesse interesse em vir para o PMDB ele usaria a diplomacia e o diálogo, e iria querer entrar pela porta da frente, e não cair de paraquedas.

JC – Então André Moura não deve mesmo ir para o PMDB?

SR – Não acredito que André queria integrar o bloco liderado por JB e Belivaldo. André é a maior liderança do grupo em que ele faz parte e comanda, não vejo ninguém na posição de comando querer ser comandando por ninguém.

JC – Então o senhor não acredita numa união política entre André Moura e Jackson Barreto, para 2018?

SR – Em política nada é impossível, mas acredito que ambos têm projetos distintos. O que ocorre é que houve um amadurecimento de ambos, estão deixando de lado as diferenças pessoais e políticas e dialogando de forma administrativa, pensando nos interesses do Estado. Esta é uma atitude que deve ser louvada e aplaudida, temos que pensar no bem da população. Não cabe mais na política moderna diferenças políticas que impeçam diálogo em busca de ações republicadas de interesses da sociedade.

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